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domingo, janeiro 31, 2010

À ESPERA, PELOS JARDINS

O VELHO OLHOU, tranquilamente, para o outro extremo do jardim. Era um olhar certo, que sabia antecipadamente o que ia encontrar. Era o olhar de um velho.

As crianças que brincam naquele jardim não notam os velhos. Brincam entregues a si próprias e só elas contam, entre si; os velhos não brincam com as crianças, naquele jardim, nem reparam nelas demasiadamente. As crianças importam-se apenas consigo próprias e com as brincadeiras. Os velhos importam-se com coisa nenhuma. São apenas velhos a aquecerem-se ao sol. São velhos à espera da morte.

O miúdo louro, de quatro anos e de bola na mão, foi apanhado pela retina que fixava aquele extremo do jardim. Ria. De três em três passos, dava um pulo, na corrida. O braço levantou-se mais alto do que a cabeça e a bola foi arremessada.
O velho não seguiu a trajectória da bola e os seus velhos olhos apenas piscaram mais demoradamente mas não mais do que o necessário. Ficou-se a olhar a criança e logo a seguir o sítio onde ela estivera.

(Têm pernas nuas as crianças dos jardins e os velhos vestem pesados sobretudos e têm cachecóis de malha caseira à volta do pescoço, de peles por barbear.
Naquele jardim sossegado, diariamente, as crianças brincam por entre árvores e velhos à espera da morte, sem o perigo dos automóveis).

É curioso e estranho que estes velhos escolham um jardim para gastar os dias secos. Há velhos que são apenas velhos. Mas estes são velhos à espera da morte. Um velho que não espera mais do que acabar procura quase sempre um jardim, e é quase o único que sabe tirar todo o prazer da tranquilidade relativa do lugar.
Os velhos que não pensam ainda em acabar deixam os jardins vazios para as crianças e para os namorados e ficam-se a ver a laranjinha ou a sueca, no botequim ou no clube do bairro.
Mas os velhos que se sentem um peso morto para a família, que perderam as companheiras, que arrastam os pés e se sentam próximo dos urinóis, esses olham tudo e todos com aquela certeza antecipada do que vão ver e ficam-se, estaticamente confundidos com as árvores de grande porte.

- Como vai isso, amigo, como vai isso?
- Comé qu 'há-de ir, isto agora já não vai. Só um balde de cal e três badaladas.
- Oh, e eu nem me diga, amigo. Prà qui penamos. . .
É um dos típicos diálogos destes velhos, nos jardins que fazem lembrar cemitérios de elefantes.

Conversas destas e frases como «A morte anda cega» e «Já falta pouco para tudo se acabar» podem ali ser escutadas por qualquer curioso do quotidiano.
Não sei se foi encontrado algum velho morto, num jardim público. Mas acho que sim. «Ir ao jardim» é, afinal, a resposta à vida que se obrigam dar quando se sentem mais perto da morte. Um velho distraído, num jardim, é o balanço de uma existência; é uma soma de amarguras.
Quando um não aparece, os outros pensam que foi do frio ou, talvez, do reumático. Mas se passam mais uns dias, um há que vai perguntar. Então uma vizinha diz. «Morreu, coitadinho. Morreu na semana passada.» O velho, que foi saber, volta mais tarde do que o costume e conta ao primeiro dos outros velhos o que ouviu. A notícia vai assim correndo. Mas não a comentam em grupo, embora a possam repetir a alguns já avisados. E ficam-se por aí, porque sabem que aquilo é o que acontece em todos os casos. Pensam, então, que estão a ganhar mais uns dias ou, pelo contrário, que o camarada lhes ganhou a corrida.

(Tenho visto muitos cadáveres e entre estes os de muitos velhos. São os que apresentam no rosto rígido uma certa felicidade. Não estou a dizer nenhuma irreverência São, de facto, os «velhos-que-esperam-a-morte» que aparentam a maior tranquilidade depois de acabados, mesmo que o fim tenha sido violento.
Têm todos o ar de que não restou nada para fazer e o de a quem aconteceu, simplesmente, aquilo aguardado com a frieza das certezas antecipadas. Não se pode falar com um morto. Mas um cadáver de velho diz-nos muita coisa, serenamente.)

Se se fizesse a média dos velhos que todos os dias se finam, concluir-se-ia que, em breve, não haveria ninguém à espera da morte nos jardins públicos. Mas não se pode esquecer que, diariamente, nascem velhos; e há também jovens à espera do fim de uma «vida provisória».

Sim. Mas, e as crianças? Pois. As crianças...
Passemos-lhes a mão pelos cabelos, numa promessa. Uma promessa mútua: para elas e para nós. Porque se não soubermos dar-lhes uma vida definitiva, então, amigos, não haverá, quando o nosso tempo também chegar, velhos nos jardins. A menos que não sintamos vergonha ao encararmos com as crianças.

Joaquim Letria

início dos 100 anos da implantação da República

Cavaco Silva pediu hoje(31 de Janeiro 2010), no arranque das comemorações do centenário da República, um novo espírito de cidadania e um Portugal mais fraterno.
"Espero que as comemorações do centenário da República sejam um factor de mobilização nacional capaz de incutir nos portugueses do século XXI o mesmo espírito dos revoltosos de 31 de Janeiro [de 1891], um espírito inconformista e de esperança", disse Cavaco Silva ao falar na cerimónia de arranque das comemorações do centenário da República, que decorreu hoje no Porto.(DN Lisboa)
NOTA DA REDACÇÃO - Se os portugueses hoje, numa unidade de espírito de cidadania e no "Espírito Revoltoso" que nos pede o presidente da República, insurgiam-se contra os vencimentos que o mesmo aufere e que abaixo transcrevo, sendo os dados de há 4 anos, na sua tomada de posse.
Reforma do Banco de Portugal.......... € 4.152,00
Reforma Universidade N.Lisboa.....   € 2.328,00
Ref. por ter sido 1º ministro.............   € 2.876,00
Estes vencimentos são acumuláveis com  vencimento de Presidente da Republica.
Somemos agora as despesas da casa presidencial, da manutenção do Palácio de Belém onde fez questão de passar a viver (ao contrário de antigos presidentes), das deslocações, dos banquetes e convites feitos `custa do erário português (todos nós, os pagantes de impostos) e, digam-me lá, será que não sairia mais barato sustentar apenas um Parlamento e uma casa Real???

"We are the World"

 

Foi a 28 de Janeiro de 1985 que muitas estrelas pop se juntaram para gravar 'We Are the World', que então contribuiu com vários milhões para a luta contra a fome em África. Quincy Jones vai juntar novas vozes para, em Fevereiro, gravar nova versão, para recolher fundos em favor do Haiti.
Pode uma música mudar o mundo? Há precisamente 25 anos, uma constelação de artistas norte-americanos, mas de dimensão mundial, acreditava que sim. E foi a 28 de Janeiro de 1985 que se realizou a última e definitiva sessão de gravação do histórico We Are the World, concretizando-se assim o sonho de Harry Belafonte, o activista social por trás deste projecto.
Sob o nome USA for Africa, alguns dos artistas mais famosos da altura juntaram-se numa noite num estúdio na Califórnia para gravar este clássico, que contribuiu com 60 milhões de dólares (cerca de 43,2 milhões de euros) para combater a fome em África. Já o single, lançado em Março, vendeu mais de 20 milhões de cópias. O tema escrito por Lionel Ritchie e Michael Jackson acabaria por se tornar no mais emblemático dos singles de solidariedade.
Na altura, Jackson, que morreu a 25 de Junho de 2009, vivia um dos picos da sua carreira. Mas são poucas as estrelas de então que ainda hoje vivem sob o mesmo estatuto. Por exemplo, Cindy Lauper, que foi das mais bem-sucedidas cantoras dos anos 80, vive hoje uma carreira essencialmente focada nos palcos da Broadway. Tina Turner já anunciou, pela segunda vez, a reforma, tendo terminado a última digressão no ano passado. Paul Simon, que viria a gravar um ano depois de We Are the World um dos seus álbuns mais marcantes, Graceland, vê hoje esse mesmo disco a conhecer estatuto de especial influência em muita da nova música da primeira década dos anos zero. Bob Dylan passava por um período de sucesso menor, tendo apenas regressado à ribalta em meados dos anos 90. Lionel Ritchie, então uma estrela global, regressou aos discos em 2009 com alguns nomes da música urbana (Akon e Ne-Yo) em Just Go. Outros, como Diana Ross ou Stevie Wonder, há muito não editam. Kim Carnes ou Kenny Loggins, muito conhecidos nos Estados Unidos anos 80, são hoje figuras quase esquecidas...
E, como este ano se celebram os 25 anos de We Are the World, Quincy Jones, que produziu o tema, já anunciou que vai juntar artistas como Alicia Keys, Justin Timberlake ou Sting para gravarem na primeira semana de Fevereiro uma nova versão deste clássico, cujas receitas vão reverter a favor das vítimas do terramoto que há semanas assolou o Haiti.

Os ossos de Lorca


 por: Maria João Martins
Arqueólogos, políticos locais e nacionais, escritores e voyeurs com gosto pelo macabro andam há anos empenhados na recuperação das ossadas de Federico García Lorca, fuzilado perto de Granada, nos primeiros meses da Guerra Civil de Espanha. A demanda, longe de ser consensual mesmo entre os familiares do poeta, funciona, no entanto, como um excelente símbolo da relação, necessariamente tensa, que a democracia espanhola estabelece com o conflito de 1936-39 e com a ditadura de Franco.
Não se trata, porém, de questionar apenas o funcionamento das instituições que vigoraram no país entre 1939 e 1975, nem da luta sem quartel entre os esbirros fascistas e os que se lhes opunham. Em Espanha, como em Portugal, a ditadura, sustentada sobre a influência social da Igreja Católica, soube imiscuir-se na intimidade dos cidadãos, no modo como pensavam, trabalhavam e amavam. Moldou-lhes espíritos e corpos com a eficácia do oleiro na sua roda.
A ficção contemporânea espanhola (na literatura, mas também no cinema) reflecte exaustivamente sobre este trabalho quase eugénico sobre as consciências. Recordo, por exemplo, o belíssimo O Mundo, de Juan José Millás (editado em Portugal pela Planeta, chancela que, em breve, nos trará outro livro do escritor, Os Objectos Chamam-nos), em que, através de um processo narrativo indiciador de simultaneidade, fica demonstrada a continuidade dessa repressão, muito depois dela ter terminado, no tempo e no espaço. Sentado à secretária, enquanto escreve, Millás ainda sente, em qualquer parte de si, a chuva que o encharcou até quase à pneumonia no dia em que, desesperado, fugiu à violência de uma academia de padres para alunos com pouco aproveitamento. O fascismo era também isto.
Este confronto com memórias muito dolorosas (presente em autores como Antonio Muñoz Molina, Cármen Martín Gaite, Montserrat Roig ou Juan Luís Cebrián, entre outros) domina também Anatomía de un Instante, de Javier Cercas (autor de Os Soldados de Salamina, este sobre um episódio particular da Guerra Civil de Espanha). Considerado pelo suplemento "Babelia" do El Pais  melhor livro espanhol de 2009, pega no momento em que, em plena transição para a democracia, Espanha poderia ter regressado às trevas: 23 de Fevereiro de 1981, quando Antonio Tejero irrompeu pelo Congresso dos Deputados, em Madrid, disposto a desencadear o golpe de Estado. Considerando que a realidade superava amplamente a ficção, Javier Cercas pegou na coragem de três homens que não se submeteram às ordens de Tejero: Adolfo Suárez, então presidente do Governo, Gutiérrez Mellado, ministro da Defesa, e Santiago Carrillo, líder do Partido Comunista Espanhol. De onde se conclui que, desse confronto com um passado obscuro, não nasce apenas a melancolia pelo tempo injustamente perdido, mas também uma certa forma de redenção. E muito boa literatura.

sábado, janeiro 30, 2010

alberto escondido com o rabo de fora....

Têm sido muitas e coloridas as letras que nesta semana enchem os periódicos e versam a dívida da Ma(ma)deira.
Um estudo do BPI reza que a Madeira deve à banca 4.600 milhões de euros, ou seja, 92% do seu PIB.
Dizem as crónicas económicas que, desde o ano 2000, a dívida cresceu 1.000% sendo que a dívida ditecta é de 1.100 milhões e a indirecta de 1.500 milhões.  Feitas as somas, o valor desta mega dívida andará perto dos 6.000 milhões de euros e juros pagos ano de 250m....
Como é possível? Quem andou a jogar cascas de banana e quem urdio a peneira que vai tapando os olhos do povo?
É muito fácil. Vejamos então:
Há anos construiram-se matadouros municipais (ou regionais) em todos os concelhos. Hoje, essas infraestruturas estão abandonadas há meia dúzia de annos ou mais e TODO o gado é abatido no Santo da Serra (por cima do Aeroporto), ou seja, se eu tenho uma vaquinha para abater, dou-lhe um passeio turístico à minha custa do Porto Moniz ao Santo e depois pago o transporte de me devolverem a vaca (nem sei se a minha!) já devidamente pendurada. 
Construiram-se pavilhões gimno desportivos em quase todos os concelhos, cuja utilidade na usa os 50% em média, mas que dá um JEITÃO para as festas-jantares do PDD-PSD. No ano passado foi inaugurado um estádio municipal em Câmara de Lobos, com pompa, circunstância e comes e bebes, 11,5 milhões, que na infraestrutura do lado sul já está a ceder. Os túneis que, sem dúvida alguma facilitaram, qual buraco de queijo, a rede viária, matando as estradas turísticas que nunca mais viram manutenção e até estão fachadas, como a de S.Vicente/Porto Moniz, mas porque foram bras feitas ao ritmo das inaugurações, encerram mazelas e requerem contínua manutenção.
Neste mês, segundo consta no DN Madeira de hoje, o Governo Regional deu mais 250 mil euros ao Jornal da Ma(ma)deira, em que detém 99,97%, sendo este o valor de um duodécimo, sendo um duodécimo o nº a dividir por 12 quer isto dizer que o Jornal da Madeira deverá receber este ano, no mínimo, 3 milhões de euros. Segundo o tribunal de contas em 2008, e até 2007 o GR teria atribuído 23,4 milhões a esse jornal que, nessa altura já apresentada prejuízo acumulado de 33 milhões. E já lá vão dois anos.
Mas, perguntarão talvez, porquê tanto dinheiro para um jornal? Pois, é o jornal que é distribuído gratuitamente à população, que pomposamente se diz ser pertença da Diocese (00,03%) mas que diariamente debita os ódios, as mentiras, as omissões e as pretensas lavagens de cérebro que o (des)governo de AJJ manipula.
Até o próprio grupo parlamentar na Assembleia da República ficou pasmado com os valores divulgados...
E ainda querem comparar a Madeira aos Açores, que sustém 9 Ilhas, muitos mais hospitais, escolas, centros de dia, casas do povo, transportes, aeroportos,  assistência médica, etc, dadas as distâncias geográficas e seus condicionalismos.
tukakubana

Cinzas de Mahatma Gandhi lançadas no Índico, 62 anos depois

Parte das cinzas de Mahatma Gandhi, grande figura da Paz mundial e líder da independência da Índia, foram esta manhã lançadas ao oceano Índico, na costa da África do Sul.
O gesto simbólico comemora o 62.º aniversário da morte do líder indiano, assassinado a 30 de Janeiro de 1948.
Entre os convidados de honra da cerimónia esteve Ela, neta de Gandhi, que participou, emocionada, no lançamento das cinzas ao oceano, juntamente com flores e velas, num adeus simbólico.
"A importância desta cerimónia é lembrar ao mundo as mensagens de Gandhi, que continuam a ser actuais no mundo de hoje", disse Ela Gandhi.-fonte: jornal i

Insólito Jóia com escaravelho vivo foi interceptada

Quando chegou à fronteira dos Estados Unidos da América, uma mulher vinda do México ouviu a pergunta do costume: "Alguma coisa a declarar?" Sim, o escaravelho vivo com jóias incrustadas para usar como pregadeira.

O episódio inédito ocorreu no passado dia 12 de Janeiro. O caos instalou-se no serviço de estrangeiros e fronteiras norte-americano, que acabou por confiscar o polémico acessório de moda, alegando que a portadora não tinha qualquer declaração que a autorizasse a entrar no país com um animal vivo.

O escaravelho com pedras preciosas azuis preso na camisola da viajante com um fecho em ouro foi enviado para a Estação de Investigação de Plantas e Animais. A mulher entrou no país sem pagar qualquer multa.

Exumar da Vinci para o comparar com Mona Lisa

in:DN

Investigadores italianos pretendem comprovar a teoria de que 'La Gioconda' é na verdade um auto-retrato do célebre pintor.

E se o quadro de Mona Lisa fosse, na verdade, um auto-retrato de Leonardo da Vinci? A teoria não é propriamente nova e tem gerado imensa polémica. Por isso, e para tentar acabar de vez com todas as dúvidas, uma equipa de investigadores italianos pretendem exumar o corpo de Leonardo da Vinci para determinar se existem efectivamente semelhanças físicas entre o artista e a figura retratada num dos seus mais célebres quadros.
A teoria é de que o quadro que se encontra em exposição no Museu do Louvre, em Paris, é, na verdade, um auto-retrato do artista. A hipótese surgiu quando, há uns anos, se fez uma sobreposição de um retrato do pintor renascentista com o rosto de Mona Lisa.
A identidade desta figura feminina sempre foi um mistério - um dos muitos que esta obra de arte inspira. E enquanto uns defendem que o quadro retrata a mãe do próprio Leonardo da Vinci, outros têm assegurado que La Gioconda é Lisa Gherardini, a mulher de um importante mercador de Florença. Apesar de cépticos, os cientistas querem investigar a hipótese de se tratar mesmo de um auto-retrato.
Uma equipa do Comité Nacional para a Valorização dos Bens Históricos, Culturais e Ambientais de Itália pediu já autorização para exumar as ossadas e, a partir da face de da Vinci, reconstruir a cabeça para depois se fazer a comparação. A equipa já obteve um consentimento prévio, mas a autorização oficial ainda deve demorar alguns meses.
Porém, e para adensar o mistério em torno da obra e do seu autor, o principal problema será encontrar os restos mortais do artista que morreu com 67 anos, em 1519, e que terá sido enterrado em França, no castelo de Ambroise, no vale do Loire. Contudo, e porque o local foi alvo de diversos saques ao longo dos séculos, não há certezas sobre a localização exacta da sepultura. Segundo o presidente do Comité, Silvano Vicenti, as novas tecnologias permitem, com recurso a micro-sondas e câmaras de filmar, avaliar as ossadas sem fazer grandes escavações.
O passo seguinte será comprovar se os ossos são de da Vinci. Por isso os investigadores procuram descendentes vivos ou familiares sepultados nos cemitérios da Itália, especialmente nos arredores de Bolonha. E essa será a parte mais complexa da pesquisa. "Ao extrair o ADN teremos que compará-lo com o de alguém que tenha tido um grau de parentesco com Leonardo da Vinci", explica o antropólogo da Universidade de Bolonha, Giorgio Gruppioni. Para já existe uma hipótese. "Encontramos um pintor, que seria um descendente de linha paterna de da Vinci, enterrado em Bolonha, entre os séculos XV e XVI, mas temos que aprofundar a pesquisa", frisou Vincenti.
O último passo será a reconstrução do crânio, que poderá estar fragmentado. A equipa de investigadores irá usar sistemas virtuais e métodos de morfologia para recompor as partes ausentes. Até porque, frisa Silvano Vicenti, "hoje podemos dar respostas que há dez anos não eram sequer imagináveis". A partir do crânio, a face será restaurada através de computador e depois modelada em plástico. "O rosto é modelado segundo um protocolo de antropologia forense que requer a mão artística para dar forma às partes moles, seguindo critérios anatómicos e científicos que não deixam espaço para a livre interpretação", explica Gruppioni.
Apesar das críticas, e algumas piadas, de que tem sido alvo, a equipa de investigadores está decidida a comprovar, ou não, esta teoria até ao fim.
? Anatomia deve ser respeitada através de um cuidado trabalho manual
? Reconstrução do crânio é fundamental para se poderem determinar parecenças
? Modelar o rosto através de um rigoroso processo de antropologia forense

Leite de burra mirandesa usado para produzir sabonetes

Há pouco mais de dois meses que foram fabricados,
no sul de França, os primeiros sabonetes com leite de
burra mirandesa, uma edição experimental de dez mil sabonetes
que, mesmo ainda sem canais de comercialização
definidos, já estão a fazer sucesso, quanto mais não seja
pela novidade. Um dos objectivos foi alcançado, serviram
para chamar a atenção para a necessidade de preservar
e promover a raça asinina mirandesa, ainda em vias de
extinção. Aliás, foi este facto que animou três amigos a
enveredarem por esta experiência. Bárbara Fráguas e José
Jambas, residentes em Atenor, Miranda do Douro, proprietários
de nove burras mirandesas, e Jorge Lira. “Esta experiência
foi feita com a colaboração da Associação para
o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA)”, conta
Bárbara Fráguas, explicando que grande parte das burras
das quais extraíram leite para o fabrico dos sabonetes pertencem
à associação. O projecto foi devidamente pensado.
Conseguiram “programar” a cobrição de várias burras na
mesma altura o que possibilitou fazer uma primeira campanha
de ordenha que resultou na recolha de 350 litros
de leite. “O leite depois de extraído é congelado e transportado
posteriormente para a unidade de produção dos
sabonetes no sul de França”, disse.
A ordenha foi feita à mão e com todos os cuidados
para não prejudicar nem as progenitoras nem as criadas.
Só quando os burricos têm capacidade de se alimentar

sozinhos, com dois ou três meses, começam a ser retirados
das mães durante o dia, quando se faz a ordenha, regressando
para junto delas durante a noite. A ordenha, nesta
primeira campanha, durou menos de três meses. A equipa
ainda tem leite em stock. Para fazer esta leva de sabonetes
foram utilizados apenas 70 litros de leite. “Os sabonetes
utilizam todos a mesma base de sabão à qual se juntam
outros elementos como os óleos essenciais, o leite de burra,
e outros aditivos. Ora, de acordo com as regras técnicas,
essa massa de sabão só pode receber entre 10 a 15 por
cento de produtos fluidos, como leite”, explicou Jorge Lira.
Nesta primeira colecção foram fabricados sabonetes com
seis perfumes diferentes: nuguet, verbena, lavanda, mel,
azeitona, amêndoa amarga.
Jorge Lira explica que, pelo facto de ser utilizado leite
líquido, homogeneizado, na produção dos sabonetes, lhes
confere uma textura mais cremosa, mais macia: “Quando
se utiliza leite em pó perdem-se algumas características do
leite”, acrescenta.                                                               

História da cerveja - em Portugal









A história da cerveja em Portugal é já bastante antiga. Muitas tribos que por aqui passaram produziam bebidas que, poderemos considerar, eram parentes afastadas das cervejas. Estudos arqueológicos recentes demonstram que os Lusitanos, povos pré-romanos que habitaram a Península Ibérica, viviam essencialmente de uma agricultura rudimentar, do pastoreio e da recolha de produtos que a natureza oferecia. Como relatou Estrabão, alimentavam-se de carne de cabra e faziam pão de lande, e não de cereais; usavam manteiga em vez de azeite, bebiam água e uma espécie de cerveja de cevada, pois o vinho era apenas usado em festins. Após a derrota dos Lusitanos e de outras tribos que habitavam a Península Ibérica pelos conquistadores Romanos, a história da cerveja passa por um período de obscurantismo pois, como já fizemos referência na história da cerveja na Antiguidade, os romanos davam preferência ao vinho. Só com a queda do Império Romano do Ocidente e a chegada dos povos bárbaros, como Suevos, Alanos e Visigodos, se voltou a consumir cerveja, ou algo com ela parecido, em quantidades significativas. A passagem dos Árabes pela Península Ibérica não trouxe grandes novidades à produção de cerveja. Só com a conquista levada a cabo por D. Afonso Henriques e terminada pelos seus descendentes, se implantou uma cultura que possibilitava a produção e consumo de cerveja. Muito das vitórias que os nossos reis obtiveram se ficou a dever à ajuda de nobres estrangeiros que, vindo atrás de fama e riqueza, lutaram ao lado dos primeiros portugueses na conquista de terra aos mouros. Após as batalhas, os reis davam parcelas de terra a esses nobres para que aí se fixassem e começassem o repovoamento e aproveitamento agrícola. Ora, sendo muitos deles originários da Europa Central, não é de estranhar que cultivassem cereais que seriam posteriormente utilizados na produção de cerveja.
No século XVII, há já notícias de se consumir cerveja em quantidades assinaláveis, isso se reflectindo no facto de haver nessa época um local em Lisboa denominado Pátio da Cerveja, situado na antiga freguesia da Conceição Nova. No entanto, o consumo desta bebida não era tão pronunciado como em outros países europeus. Há um relato histórico curioso da chegada da Infanta D. Catarina de Bragança a Portsmouth, por motivo de se ir casar com o rei inglês. Tendo aportado a essa cidade inglesa, após uma viagem longa e difícil, ficou hospedada em King's House e aí ficou retida por algum tempo devido a uma infecção na garganta. Nessa altura, o médico da corte recomendou darem-lhe um copo de cerveja, bebida já vulgar em Inglaterra. D. Catarina recusa e com a garganta a arder e muita febre pede, em espanhol, uma chávena de chá, o que deve ter provocado uma enorme perturbação entre os presentes, pois o chá não era bebida conhecida na corte. O chá, hoje a bebida oficial do Reino Unido, foi, como sabemos, introduzida por esta nossa rainha na corte inglesa! Este pequeno apontamento serve apenas para retratar o facto da cerveja ter entrado tarde no gosto dos portugueses.
Na era moderna da indústria cervejeira portuguesa, duas empresas ganham claro destaque: a Centralcer e a Unicer. Por uma questão meramente alfabética vamos começar pela Central de Cervejas/Centralcer. Tudo terá começado em 1836, altura em que foi fundada em Lisboa a Fábrica da Cerveja da Trindade, instalada na Rua Nova da Trindade. A esta, várias outras se seguiram, propiciando um clima de grande concorrência entre estas pequenas empresas produtoras de cerveja. Quase um século depois, mais propriamente em 1934, nascia a Sociedade Central de Cervejas (SCC), fruto da associação da Companhia Produtora de Malte e Cerveja Portugália, da Companhia de Cervejas Estrela, da Companhia da Fábrica de Cerveja Jansen e da Companhia de Cervejas de Coimbra. Um ano mais tarde, o património da Fábrica de Cervejas Trindade, incluindo a sua cervejaria, é integrado na SCC, sendo que a produção de cerveja desta sociedade atinge, por essa época, os 5,1 milhões de litros. A marca Sagres surgiria em 1940, aproveitando-se então o clima de relativa euforia que se vivia no país devido à realização da Exposição do Mundo Português. Procurando ocupar os diferentes segmentos de mercado, a SCC criaria em 1941 a Imperial, uma marca de luxo que ainda hoje é sinónimo de cerveja de barril servida a copo. Tendo em conta a excelente aceitação destas marcas no mercado nacional, iniciou-se a exportação de cerveja, tendo como principais destinatários os Territórios Ultramarinos. Mais uma vez o sucesso foi imediato, facto que contribuiu para a criação da CUCA - "Companhia União de Cervejas de Angola, Sarl", participada pela SCC e pela CUFP - "Companhia União Fabril Portuense".
Os anos 60 foram de grande intensidade para a SCC, não só devido à crise nas colónias, como também pelas inúmeras actividades comerciais e industriais que a sociedade levou a cabo. É dessa época o famoso slogan do poeta José Ary dos Santos: "Cerveja Sagres, a sede que se deseja". Em 1968 começa a produção na fábrica de Vialonga, a maior unidade fabril do país dedicada à produção de cerveja, garantindo a cobertura total dos mercados interno e externo. A nova fábrica, inaugurada a 22 de Junho, representou um investimento de 360 mil contos e tinha capacidade para produzir 110 milhões de litros de cerveja, 21 milhões de litros de refrigerantes e 50 mil toneladas de malte. 1969 também foi de grande importância, já que nesse ano terminou a política de condicionamento industrial que vigorava desde 1931! Tal facto possibilitou o aparecimento de novas unidades industriais e a área das bebidas não foi uma excepção. São assim constituídas a Cergal - "Cervejas de Portugal, Sarl", a Copeja, em Santarém, onde é produzida a marca Clok e a Imperial, em Loulé, onde é fabricada a Marina.
A década de 70 foi um período bastante conturbado não só para a SCC como para o próprio país. Com o 25 de Abril de 1974, muitas empresas são nacionalizadas e a SCC não foge a essa regra. Para além disso, o novo governo de Angola confisca a CUCA, pelo que grande parte da estrutura industrial do sector cervejeiro desapareceu, pelo menos do modo como o conhecíamos. A reestruturação do sector faz-se mediante uma operação de fusão, onde as cinco maiores empresas do continente são agrupadas em duas: a Centralcer – Central de Cervejas EP englobando a Sociedade Central de Cervejas e a Cergal – e a Unicer, que une a CUFP, a Copeja e a Imperial. Os anos 80 não foram inicialmente muito fáceis, devido às dificuldades do próprio país e ao incumprimento de sucessivos governos relativamente às obrigações a que se tinham comprometido com a SCC. A luz ao fundo do túnel só viria a aparecer em 1989, ano em que a cerveja Sagres se destaca como líder de mercado, com uma quota de 45%, surgindo igualmente os primeiros rumores de que o governo tinha a intenção de privatizar a empresa. Esta situação tornar-se-ía realidade em 1990, com a privatização de 100% do capital da empresa. Entrávamos então numa época de reestruturação e expansão, com o lançamento de marcas como a Jansen (sem álcool), Imperial (neste caso um relançamento) e as cervejas dos clubes Benfica, Sporting e Porto.
No novo milénio a SCC foi adquirida por um dos maiores grupos cervejeiros europeus, a Scottish & Newcastle, empresa que controla marcas como as belgas Maes e Grimbergen, a grega Mythos, a francesa Kronenbourg, entre muitas outras. Actualmente, o seu portfolio inclui as cervejas Sagres, Sagres Preta, Sagres Bohemia, Sagres Zer0% (nas versões branca e preta), Imperial, Jansen, Jansen Preta e ainda marcas internacionais como a Foster's, Grimbergen, Kronenbourg, Beamish, Bud e John Smith's. Em 2006 foi igualmente lançada a Sagres Bohemia 1835, uma edição limitada de 1 milhão de garrafas, destinada a celebrar simultaneamente um ano de sucesso da Sagres Bohemia e a data que assinala o início de produção de cerveja na Cervejaria da Trindade.
As últimas novidades passaram pela introdução da Sagres Chopp, uma cerveja extremamente leve e fresca, bem ao gosto da crescente comunidade brasileira que vive em Portugal, a Sagres Bohemia D'Ouro e a Sagres Limalight (cerveja feita com extractos naturais de limão e com baixo teor de álcool - 4,0% vol.) que existe também na versão Zer0% (sem álcool). Clique aqui para ver a evolução das garrafas da cerveja Sagres desde 1940 até à actualidade.
Como já referimos, a grande concorrente da Central de Cervejas é a Unicer. A sua origem remonta a 1890, época em que as seis fábricas de cerveja existentes no Porto (Fábrica da Piedade, Fábrica do Mello, M. Achevk & Cia., J.J. Chentrino & Cia., J.J. Persival & Cia. e M. Schereck) e a Fábrica de Ponte da Barca foram integradas numa única empresa, a Companhia União Fabril Portuense das Fábricas de Cerveja e Bebidas Refrigerantes (CUFP). Apesar dos problemas iniciais, como foram a mudança de instalações, a dificuldade em encontrar matéria-prima de qualidade e de adquirir o know-how necessário à elaboração de uma cerveja de categoria, a CUFP lá foi crescendo, sendo que em 1920 iniciou a contratação mão-de-obra feminina e a substituição das galeras puxadas por bois por camiões. Em 1926 começa a ser reconhecida a boa qualidade da cerveja da companhia, através da obtenção do Grand Prix e de três medalhas de ouro na Exposição Industrial que se realizou em Outubro desse ano no Palácio de Cristal. No entanto, esse ano marca também a entrada das cervejas de Lisboa no mercado do norte para concorrerem com a Christal.
Os anos 30 marcam o início da aposta da CUFP no mercado do sul do país. Para apoiar essa expansão, duas novas marcas de cerveja são lançadas: a Super Bock e a Zirta, uma cerveja morena entre a branca e a preta, logo seguidas pelo aparecimento da Nevália, uma cerveja que existiu apenas durante os anos da 2ª Grande Guerra e que serviu para preservar as outras marcas face à deficiente qualidade das matérias-primas. Em 1941 surge também a Vitória, marca da qual se venderam grandes quantidades para apoiar os soldados aliados que se encontravam em Gibraltar. Para além da aposta no mercado nacional, a CUFP também participa no capital social da CUCA, empresa de cervejas de Angola da qual já tivemos oportunidade de falar aquando da história da Central de Cervejas. O crescimento da empresa era constante e em meados da década de 50, a CUFP produzia mais de três milhões de litros e as receitas atingiam o valor recorde de 28 milhões de escudos. Por esta altura, a CUFP produzia as marcas Cristal, Super Bock, Invicta Negra, Invicta Cola, Além-Mar e Zirta.
A construção de uma nova fábrica em Leça do Balio foi um marco extremamente importante na história da Unicer, então ainda CUFP. O dia 13 de Março de 1964 marcou a data da produção da primeira cerveja preta na nova fábrica e, a 20 de Março, foi a vez da primeira cerveja branca. O aumento da produção significou também o aumento das vendas e dos lucros. Essa fase de crescimento só viria a ser limitada pela decisão de nacionalização da empresa, tomada pelo Movimento das Forças Armadas na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974. Seguiu-se um período de reestruturação do sector até que a 1 de Junho de 1977 o Conselho de Ministros decidiu criar duas empresas públicas para esta área, surgindo assim no final do ano a Unicer - "União Cervejeira, E.P.", resultado da fusão da CUFP com a COPEJA (localizada em Santarém) e com a IMPERIAL (localizada em Loulé) e ainda com a RICAL (fábrica de refrigerantes em Sta. Iria da Azóia). Esta nova sociedade ficou sediada nas instalações da ex-CUFP, em Leça do Balio. Ainda em 1977, as cervejas Cristal e Super Bock obtêm medalhas de ouro no concurso “Monde Selection de la Qualité”, que se realizou no Luxemburgo, sendo que, no ano seguinte, se chega a um acordo com a United Breweries para o início da produção da cerveja Tuborg.
A década de 80 é um período de consolidação da empresa, com a modernização dos processos de fabrico e distribuição e a introdução de novas marcas e novos produtos. Em 1982 foi decidido alargar a comercialização da Cristal a todo o país, ao mesmo tempo que se abandonavam as marcas Clok e Marina. E em 1986 a empresa torna-se mesmo líder de mercado, com uma quota de 50,8%. Três anos após este marco histórico, a empresa é privatizada, sendo vendido 49% do seu capital, numa acção que decorreu na Bolsa de Valores do Porto. Um ano depois seriam vendidos os restantes 51%. Deste modo, no início dos anos 90 a empresa tornava-se totalmente privada. Entretanto, novos produtos foram lançados como sejam os casos da Carlsberg, da Nautic Light (cerveja de baixas calorias), da Cheers (cerveja sem álcool), da Tuborg 7.2º e da Cool Beer, marcas que permitiram à firma reforçar a sua posição de empresa líder do sector. Actualmente, a Unicer comercializa as marcas: Super Bock, Super Bock Stout, Super Bock Green, Super Bock Twin, Cheers, Cheers Preta, Carlsberg, Cristal (nas versões branca e preta; existiu também uma Cristal Weiss que durou pouco tempo nomercado) Tuborg 7.2º, Clok (relançada em 2002), Guinness, Tetley's e Kilkenny. Já em 2006, surgiram no mercado a cerveja Super Bock Abadia, a Super Bock Cool e a sidra Decider, a primeira sidra comercializada em larga escala de uma das maiores marcas portuguesas. Houve igualmente o relançamento da marca Marina, um nome com tradição no panorama cervejeiro nacional.
As últimas apostas desta companhia foram a Super Bock Tango, uma cerveja com sabor a groselha, que é também uma novidade em termos de estilo de cerveja em Portugal e a nova família de cervejas sem álcool, inicilamente designadas por Twin. Neste caso, para além da Lager normal, detacam-se a Preta sem álcool e a Pêssego sem álcool. Esta última é um verdadeiro exemplo de inovação, associando uma bebida sem álcool ao crescente mercado das cervejas com sabor. Para além do mais, são produtos com 0% de álcool, facto que merece destaque já que muitas cervejas que se dizem sem álcool têm sempre um percentagem residual que ronda os 0,4-0,5% ABV.
Relativamente a outras marcas, a sua luta continua a ser a criação de produtos suficientemente atractivos, capazes de derrubar esses dois pesos-pesados que são a Sagres e a Super Bock. Um desses primeiros esforços foi feito pelas cervejas Cintra. Após ter lançado um grande empreendimento industrial no Brasil, o empresário Sousa Cintra constituiu a "Drinkin - Companhia de Indústria de Bebidas e Alimentação, S.A.", empresa que visa a produção e comercialização de cervejas e refrigerantes em Portugal. Após a instalação de uma unidade fabril na zona de Santarém, esta firma passou a produzir a Cintra Pilsen, cerveja do tipo pale lager, dourada, fresca e leve. No entanto, as dificuldades em conquistar quota de mercado fizeram com que a administração decidisse vender o negócio que tinha em Portugal à Iberpartners, do empresário Jorge Armindo, conservando, todavia, a marca e produção no Brasil. A nova gerência manteve a marca e os produtos antes comercializados, a saber: a Cintra Pilsen, a Cintra Preta (tipo Munich) e a Cintra Dunkel, tendo entretanto desaparecido a designação Cintra Mulata.
Muito recentemente, mais concretamente no ano 2000, surgiu mais uma marca portuguesa no mercado, a Tagus, fabricada pela Cereuro, em Viseu. Esta empresa faz parte do Grupo Sumol e, para além da Tagus, produz também a Magna e a bem conhecida Grolsch. Tal facto não é de estranhar pois esta firma holandesa possui uma parte do capital da Cereuro e partilhou o know-how cervejeiro com a empresa portuguesa. A Tagus é uma cerveja de puro malte de cevada, apostando na sua qualidade para defrontar os dois gigantes do mercado cervejeiro português: a Sagres e a Super Bock. Já a Magna é uma cerveja escura, ao género de uma Schwarzbier, com sabor a malte torrado, café e caramelo. No ano de 2004 a Cereuro produziu perto de 9,2 milhões de litros de cerveja.
Na Madeira, a data de maior relevo será por certo o ano de 1872, altura em que foi constituída, por iniciativa de Henry Price Miles, a sociedade "H.P. Miles & Cia., Lda.", que tinha como objectivo a produção de cervejas e refrigerantes (leia mais aqui). Passando por altos e baixos, esta empresa conseguiu subsistir de uma forma independente e isolada, já que só em 1926 viria a ter concorrência real, dado o surgimento da sociedade "Araújo, Tavares e Passos, Lda". Contudo, um mercado tão pequeno como era o da ilha da Madeira, levou a que estas duas empresas se fundissem, acto ao qual também aderiu a "Leacock Cia, Lda". Deste modo, em 1934 surgiria a "Empresa de Cervejas da Madeira, Lda", cuja principal unidade industrial se situava na Rua Alferes Veiga Pestana, no centro do Funchal. Actualmente, a ECM é conhecida pelos refrigerantes Brisa e pelas cervejas Zarco e Coral, sendo que esta última marca veria a luz do dia em 1970. Esta pale lager, hoje também largamente comercializada no continente e em países como a Austrália, Angola e Inglaterra, é uma imagem de marca da Madeira. A ECM é também detentora da "Fábrica de Cervejas e Refrigerantes João de Melo Abreu, Lda", empresa produtora de cervejas nos Açores, com produtos como a Melo Abreu Especial e a Melo Abreu Munich.
Actualmente, o mercado nacional é dominado pelos dois grandes fabricantes: a Unicer e a Centralcer, os quais controlam aproximadamente 90% do sector. Possuem diferentes marcas que ocupam os vários segmentos de mercado, desde marcas regionais como a Clok, passando pelas cervejas sem álcool Jansen, Cheers, Twin e Zer0%, cervejas mais populares como a Sagres, Superbock e a Cristal e cervejas de gama mais elevada como a Carlsberg ou a Bohemia. Comercializam também cerveja em barril para consumo imediato em locais de venda. O consumo em Portugal continua a crescer e as empresas, atentas a esse fenómeno, vão lançando novos produtos, capazes de satisfazer os consumidores habituais e trazer para o convívio dos apreciadores desta bebida aqueles a quem uma cerveja clássica não satisfaz. Exemplo disso é o surgimento de estilos de cerveja diferentes daqueles a que estamos habituados, nomeadamente a Sagres Bohemia, a Cristal Weiss ou a Cintra Mulata, entre outras.
Algumas outras marcas estão, com certeza, no imaginário de muitos portugueses. Falar na Laurentina, na Cuca ou na 2M não deixa de avivar a memória aos milhares de portugueses que passaram por África sendo que, ainda hoje em dia alguns me confidenciam, não havia cerveja que se comparasse à Cuca ou à Laurentina, consoante tivessem vivido em Angola ou Moçambique. A Laurentina, antigamente produzida pela Fábrica de Cerveja Reunidas, é hoje fabricada pela Cervejas de Moçambique (SABMiller), que produz também a Laurentina Preta, a 2M e a Manica. Pela minha parte, recordo-me bem da Sagres Europa, da Bohemia (não confundir com a actual Sagres Bohemia) e da Topázio, por exemplo. (in net)

sexta-feira, janeiro 29, 2010

Está um frio....do caraças !!!

Que tal uma "poncha" para aquecer?
 
Ingredientes: mel de abelha
                         sumo de limão
                        whisky ou aguardente de cana
Verta num pequeno jarro e em doses iguais os 3 ingredientes.
Mexa energicamente com o "caralhinho" ou "mexilhote" (que é o pau da poncha), descontraia, beba, aqueça-se...
 
Origem da poncha
Segundo alguns estudos, a poncha é originária da Índia onde é conhecida por pãnch o que quer dizer, traduzindo à letra, cinco ingredientes: o arrack – aguardente de arroz ou noz de coco -, sumo de limão, açúcar, especiaria –chá – e água. Julga-se, actualmente, que a poncha tenha sido experimentada pela primeira vez fora da Índia, na Ilha da Madeira em meados do século XVIII pela mão dos ingleses que, nessa altura, eram dados a viagens frequentes entre estas paragens.

Durante todo o século XIX a poncha foi uma bebida muito consumida no seio das famílias madeirenses um pouco por todo o lado da ilha, fossem elas mais ou menos abastadas.

Actualmente, a tradição da poncha continua bem viva entre nós, madeirenses, e os instrumentos utilizados como auxiliar de preparação destas bebidas, na sua essência não tem alterado muito.


Wikipédia 

Tartaruga rara dá à costa em Paredes

Uma tartaruga de Couro - uma espécie rara - deu hoje à costa, na praia da Mina, em Paredes. Trata-se de um espécime da maior tartaruga oceânica, com 1,97 metros.
A tartaruga que apareceu na praia do concelho de Alcobaça vai ser recolhida pelo Museu de História Natural de Lisboa para fins de coleccionismo.

Descoberto novo verme marinho em Portugal

Adília Pires apanhou-o num dos braços principais da ria de Aveiro - o canal de Mira - e levou-o para o laboratório. Uma vez aí, esta bióloga e os seus orientadores de doutoramento, Ana Maria Rodrigues e Vítor Quintino, puseram-se a analisá-lo. Perceberam que tinham em mãos uma nova espécie de verme marinho, e agora esta equipa de biólogos da Universidade de Aveiro acaba de apresentá-lo ao mundo.
De cor acastanhada, o verme tem à volta de seis centímetros de comprimento. Cinco antenas, com umas riscas azuis, servem de órgãos sensoriais, que detectam substâncias químicas no ambiente e funcionam também como sensores tácteis. Ao longo de parte do corpo, apresenta o que se assemelha a árvores e que, na realidade, são os órgãos de respiração (as brânquias). Até há pouco tempo, apenas se conhecia um primo deste verme marinho na Europa, o Diopatra neapolitana, identificado em meados do século XIX. Na ria de Aveiro e noutras lagoas e estuários portugueses e europeus, o Diopatra neapolitana é conhecido pelo seu interesse económico, pois é vendido como isco na pesca. Também desempenha um papel ecológico importante: "Faz parte de uma cadeia alimentar. Aves, peixes e outros animais comem-no", explica Ana Maria Rodrigues. Na zona da ria de Aveiro, chamam-lhe "casulo", por uma simples razão: "Constrói um tubo e vive lá dentro. É a casinha dele", diz Ana Maria Rodrigues. 
Esse tubo é fabricado através de muco segregado pelo animal, ao qual aderem partículas de sedimentos, pedaços de conchas, algas, entre outras coisas. O tubo não se mexe, pois encontra-se preso ao chão. "O animal vem cá fora alimentar-se. Sai do tubo, mas não sai muito." 
O novo primo do "casulo" também constrói um tubo, só que é um pouco mais pequeno. Ainda antes da sua descoberta, os três biólogos já tinham encontrado uma outra espécie de verme marinho, também no canal de Mira - o Diopatra marocensis, até então apenas identificado na costa de Marrocos. Quando depararam com exemplares que se pareciam com o Diopatra marocensis, os cientistas portugueses entraram em contacto com uma investigadora especialista neste género de vermes. Hannelore Paxton, da Universidade de Macquarie (em Sydney), que tinha sido quem descobrira a espécie de Marrocos, confirmou a suspeita. No ano passado, esta descoberta era publicada num artigo científico. 
Quando os biólogos portugueses voltaram a cruzar-se com outro verme que parecia ser de uma nova espécie, a investigadora australiana confirmou de novo as desconfianças iniciais. O artigo científico que contém esta novidade acaba de ser aceite para publicação na revista Zootaxa. 
A nova espécie recebeu o nome de Diopatra micrura, e também aqui há uma explicação. Houve uma conversa entre a equipa à procura de um nome. Não quiseram escolher um que remetesse para as palavras "Aveiro" ou "Portugal", afinal o animal poderia vir a ser encontrado noutros sítios. "Houve alguém que disse que parecia uma cobra-coral, por causa das riscas azuis nas antenas." Como o género da cobra-coral é o Micrurus, é nele que se inspira a designação científica da nova espécie. 
O novo verme encontra-se também ao largo de Aveiro, da Nazaré, da baía de Cascais e de Vila Real de Santo António.(in: Público)

Um casal britânico usava um vaso de porcelana chinesa avaliado em 578 mil euros para pousar os guarda-chuvas.

O vaso, com mais de dois séculos e meio, resistiu 50 anos em casa de um casal de idosos, que viu na forma de ânfora o depósito ideal para guardar os guarda-chuva encharcados ao entrar em casa.
Oriundo do período do Imperador Qianlong, terá sido concebido por volta de 1740, na China, quando a porcelana chinesa atingiu o máximo da qualidade, nunca mais superado.
Com mais de dois séculos e meio, o vaso resistiu, com apenas alguma tinta esbatida e uma rachadela. Vai a leilão a 11 de Fevereiro e espera-se que renda cerca 500 mil libras, cerca de 578 mil euros;, poderia valer o dobro se estivesse intacto.
Não se sabe ao certo como e quando o vaso chegou a Inglaterra, mas os primeiros estudos relacionam a peça com o espólio de Florence Nightingale, a pioneira enfermeira de Florença que se radicou em Londres, onde faleceu em 1820.
"É uma descoberta excepcional, de importância considerável", disse Stuart Marchant, da Marchant , empresa líder em Inglaterra no comércio de porcelana chinesa. "A pintura da paisagem é muito requintada", argumentou, em declarações à Sky News.
O vaso vai ser leiloado pela Dukes, de Dorchster, no Reino Unido, e está em destaque na página da leiloeira na internet. Uma imagem interactiva permite rodar e observar o vaso ao pormenor.
in: JN

Bolo de noz e iogurte

  • 3 ovos (claras e gemas separadas)
  • 2 chávenas de chá de açúcar
  • 1/2 chávena de chá de margarina (ou 1/2 de óleo)
  • 2 chávenas de chá de farinha de trigo
  • 2 colheres chá  de fermento em pó
  • 1 chávena chá de nozes picadas
  • 2  iogurtes  naturais
Forma bem untada
Bata as gemas, o açúcar e a margarina ou o óleo.  
Junte a farinha de trigo, o fermento e as nozes 
Acrescente o iogurte e mexa  
Misture as claras em castelo
Cerca de 35 a 40m, dependendo do forno

Nota - O bolo da foto foi feito com mistura de amêndoa e noz, óleo; fica muito fofo 

    Religião tolerante? manifestação em Londres

    ALGUÉM PODE PENSAR QUE TEMOS ALGO CONTRA ESTA GENTE TÃO PACÍFICA?  
    SERÁ QUE EU PODIA MANIFESTAR-ME NO PAÍS DELES DESTA FORMA?
    "MATAI  AQUELES QUE 
    INSULTAM O ISLÃO;
    EUROPA PAGARÁS:  A TUA DEMOLIÇÃO ESTÁ EM MARCHA.;
    A TUA EXTERMINAÇÃO ESTÁ A CAMINHO,....
    "

    'EUROPA É O CANCRO ISLÃO É A RESPOSTA'     ,
    'EXTERMINAI OS QUE VÃO CONTRA O ISLÃO'
    EUROPA PAGARÁS. O TEU 11 DE SETEMBRO ESTÁ A CAMINHO'
     Nota da redacção - Nada tenho contra o verdadeiro Islão e seus princípios. Mas o FUNDAMENTALISMO que grassa tem de ser travado, a bem da coexistência dos povos e, mais a mais, que os muçulmanos na Europa têm liberdade de vida e de expressão religiosa e, mais ainda, têm acesso a subsídios equiparados aos europeus, já para não falar na qualidade de vida que desfrutam em relação aos seus países de origem. Tanto assim é que, a todo o custo, desejam "importar" o maior número de familiares e amigos.
    Uma manifestação deste tipo, feita nos seus países de origem, nunca teria lugar! 

    ópio?

    Por isso eu tomo ópio. É um remédio.
    Sou um convalescente do Momento.
    Moro no rés-do-chão do pensamento
    E ver passar a Vida faz-me tédio.


    (do Opiário, Álvaro de Campos)

    "Esselentíssimo Juíz".

    Ao transitar pelos corredores do Tribunal, o advogado (e professor) foi chamado por um dos juízes:
        - Olhe só o erro ortográfico grosseiro que temos nesta petição.
     Estampado logo na primeira linha da petição, lia-se:
        "Esselentíssimo Juiz".
     Gargalhando, o magistrado perguntou:
    - Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade?
    - Foi sim - reconheceu o mestre. Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?
     O juiz pareceu surpreendido:
    - Ora, meu caro, você não sabe como se escreve a palavra  Excelentíssimo?
    Então o catedrático explicou:  
    - Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes.
    Se o colega desejava referir-se a excelência dos seus serviços, o erro ortográfico efectivamente é grosseiro.
    Entretanto, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras.
    O certo então seria dizer: "Esse lentíssimo juiz".
    Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou o tratamento de "Excelentíssimo Juiz", sem antes perguntar:
     - Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?

    recebido por email

    ele disse, há séculos...


    O país perdeu a inteligência e a consciência moral.

    Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.

    A prática da vida tem por única direcção a conveniência.

    Não há princípio que não seja desmentido.

    Não há instituição que não seja escarnecida.

    Ninguém se respeita.

    Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.

    Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.

    Alguns agiotas felizes exploram.

    A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.

    O povo está na miséria.

    Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.

    O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.

    A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.

    Diz-se por toda a parte: o país está perdido!

    Eça de Queiroz

    quinta-feira, janeiro 28, 2010

    o começo do verdadeiro Carnaval da Madeira é...

    ...na cidade de Santana

    para quem não sabe, este é, infelizmente, o presidente do governo regional da Ma(ma)deira

    Notem bem o palavreado empregue!

    milagre

     














    Ao fim de 15 dias esta jovem de 16 anos foi resgatada no Haiti. Quantos mais esperarão?                                                                                  

    DENÚNCIA - Rapariga violada condenada a 101 chicotadas

    A jovem engravidou do seu atacante e foi condenada por relações sexuais fora do casamento. O violador, por sua vez, foi ilibado das acusações não sendo sujeito a qualquer castigo.

    No Bangladesh, uma rapariga de 16 anos violada há 8 meses foi condenada a receber 101 chicotadas por ter engravidado do seu atacante. O violador não recebeu qualquer tipo de castigo.
    Os anciãos que ordenaram o castigo multaram também o pai da rapariga e avisaram-no que a sua família seria forçada a viver em isolamento caso ele não pagasse.
    De acordo com o jornal britânico Telegraph, a rapariga ficou tão envergonhada com o ataque que não apresentou queixa, tendo casado rapidamente após o ataque, segundo activistas dos direitos humanos. Mas esse casamento durou pouco, e a rapariga divorciou-se quando se descobriu a sua gravidez.
    Em declarações ao Daily Star a rapariga afirma que o violador lhe "estragou" a vida. "Eu quero justiça", diz a vítima.
    nota da redacção - porque será que, ao ler esta notícia, me veio à memória o caso da menina brasileira, violada e engravidada, que foi excomungada junto com a família, pela ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana)? Realmente não existe religião ou ideologia, por mais virtudes e princípios que apregoe, que resista à provação de ser posta em prática por "atrasados mentais".

    sabia que? Dinossauros tinham penas cor de laranja e castanhas?

    Estudo de terópode que viveu há cem milhões de anos revelou que aqueles répteis tinham uma plumagem colorida.
    Cor de laranja, castanho e branco. Eram estas as cores das penas dos dinossauros que existiam há cem milhões de anos. A descoberta é anunciada hoje na revista Nature por um grupo de investigadores que, além de ter "visto" pela primeira vez o colorido da plumagem daqueles répteis gigantes, confirmou que essas estruturas foram as precursoras das penas dos pássaros e que a sua primeira função não teve a ver com o voo.
    De acordo com os autores, a investigação abre portas a uma série de questões sobre a história evolutiva das penas e da sua base genética.
    Estas primeiras penas não se assemelhavam às dos pássaros modernos, eram mais como pêlos rijos, ou cerdas. Segundo o estudo, que foi realizado por uma equipa de investigadores britânicos, chineses e irlandeses sobre um dinossauro terópode chamado Sinosauropteryx, apenas algumas partes do corpo do animal estavam cobertas por aquela plumagem. Nomeadamente a cauda e o topo do dorso.
    "A nossa investigação fornece novas pistas sobre as origens das penas", explicou Mike Benton, paleontólogo da Universidade de Bristol e um dos cientistas da equipa, citado pelo serviço de notícias de ciência Eurekalert.
    Segundo Mike Benton, os dados obtidos "contribuem para solucionar um antigo debate sobre a função original das penas, que se pensava poderem ser a do voo, a protecção térmica ou a exibição" para acasalamento.
    "Sabemos agora que as penas surgiram antes das asas e portanto não nasceram como estruturas para o voo", sublinhou a propósito o paleontólogo.
    A equipa sugere ainda que as proto-penas do Sinosauropteryx surgiram primeiro "como agentes coloridos para exibição e só posteriormente, na sua história evolutiva, estas estruturas se tornaram úteis para o voo e a protecção térmica", adiantou Mike Benton.
    Para chegar a esta conclusão, os investigadores estudaram o desenho molecular destas estruturas em fósseis daquela espécie de dinossauro que tinham sido encontrados no Nordeste da China, nas jazidas de Jehol.
    Nas penas fossilizadas, os cientistas identificaram melanossomas, as estruturas no interior das penas e do pêlo e cabelo dos mamíferos que produzem o pigmento do cinzento, preto e castanho ou laranja.
    No caso deste terópode da China, os melanossomas identificados eram especificamente os que produziam os pigmentos castanho e laranja. O estudo permitiu ainda concluir que a penugem não cobria todo o corpo do animal, mas apenas parte. "Sabemos que se estendia ao longo do dorso, como uma crista e em volta da cauda, e que por isso só poderia ter um papel limitado em termos de termorregulação", concluiu Mike Benton.(in DN, Lisboa)

    i online
    Nem há 28 mil, nem há 34 mil anos. Os neandertais desapareceram da face da terra há 37 mil anos.
    A nova datação foi feita por uma equipa de investigadores liderada pelo arqueólogo e investigador português João Zilhão, da Universidade britânica de Bristol, com base em achados do lugar de Pego do Diabo, em Loures, perto de Lisboa.
    A novidade, que é publicada hoje na revista científica PloS ONE, clarifica de uma vez por todas uma questão que estava em aberto - a da altura em que os neandertais deixaram de existir - e traz uma nova luz à compreensão das características morfológicas mistas (de neandertal e homem moderno) apresentadas pelo menino do Lapedo, descoberto há uma década no Lagar Velho, perto de Leiria.
    Já se sabia que foi aqui, na Península Ibérica, a sul da fronteira natural traçada pelo vale do Ebro, que persistiram os últimos neandertais. A tese foi aliás proposta pelo próprio arqueólogo português há cerca de 20 anos e desde então aceite pela comunidade científica. Até agora, no entanto, não se sabia exactamente até quando duraram aqueles últimos resistentes nestas paragens.
    A datação por radiocarbono de restos de fauna e de dentes que foram encontrados no Pego do Diabo, realizada por investigadores da Universidade de Viena, em colaboração com a equipa de João Zilhão, permitiram concluir que a data-limite para a persistência dos neandertais não pode ter sido mais recente do que 37 mil anos.
    "Desde que se tornou claro, há cerca de 20 anos, a persistência tardia [dos neandertais a sul dos Pirenéus], a opinião da generalidade dos investigadores era que essa persistência não teria ultrapassado um intervalo de tempo impreciso, entre 34 mil e 38 mil antes do presente", adiantou ao DN o arqueólogo português. "Os novos resultados vêm, por um lado, trazer maior precisão a estas estimativas, colocando o limite em cerca de 37 mil, e, por outro, demonstrar de forma concludente o carácter infundado das especulações à volta de uma possível sobrevivência dos neandertais em Gibraltar até há cerca de 24 mil ou 28 mil anos", adiantou ainda João Zilhão. Esta descoberta vem contribuir também para compreender melhor a criança do Lapedo, da qual o arqueólogo português foi também um dos descobridores, em 1998.
    O estudo do esqueleto e dentes da criança, que tinha cinco anos na altura da sua morte, ocorrida há 30 mil anos, revelou que o menino tinha características do homem moderno, mas também de neandertal, o que abalou o mundo da arqueologia e tem, desde então, sido motivo de debate por parte da comunidade científica.
    Nunca antes do achado do menino do Lapedo tinha sido encontrada uma prova material de miscenização entre homens modernos e neandertais. Para João Zilhão, ao confirmar-se agora que deixaram de existir neandertais há 37 mil anos, "confirma-se também que o mosaico de características neandertais e modernas que caracteriza a criança do Lapedo, que data de há 30 mil anos, não pode ser interpretado como resultado de um evento de hibridação anedótico entre progenitores de espécies distintas (um neandertal, o outro moderno)". Como sublinhou ao DN, essa mistura de características "reflecte, assim, necessariamente um processo de miscigenação extensiva dos dois tipos de populações à época do contacto".
    A permanência tardia dos neandertais nesta região deverá ter estado relacionada com factores climáticos.

    IRMÃ DULCE – O ANJO BOM DA BAHÍA


    "Toda a gente é naturalmente religiosa, mas uns são mais isso do que outros. Ser religioso pressupõe, em princípio, ser uma pessoa que se submete a uma religião, doutrina, Deus, santo, fé, levar uma vida de amor, bondade, caridade, serviço ao próximo e possuir uma moral elevada, actualizada e não parada no tempo. 
    A maioria dos religiosos é passiva; limita-se a rezar para si diante de imagens de barro e papel que possui em casa ou procura nas igrejas e santuários. Estes religiosos, mesmo os que dão uma moeda de vez em quando a um pedinte, não cumprem a lei fundamental cristã do serviço de Amor ao próximo.
    Muitos militam pela sua instituição religiosa ou religião, têm muita conversa de bla-blá, lengalengas e imaginação, mas também eles e elas não cumprem o dever de amor e solidariedade com o próximo que sofre. São os “religiosos da treta” e da ilusão religiosa organizada. E nada mais são no conteúdo religioso e nos actos pessoais.
    Outros dizem-se “pessoa de fé” porque vão à missa, rezam, trazem um símbolo religioso ao peito, frequentam grupos excursionistas que andam pelos santuários e locais sagrados deste mundo.(...)
    Poucos são os que se dedicam à prática do Bem e fazem serviço voluntário, sentimental e religioso de Amor ao próximo.
    A brasileira Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, nascida em 1914 e falecida a 13 de Março de 1992 em Salvador da Baía, levou a sua pura e autêntica religiosidade cristã-católica ao ponto de se tornar na caridosa freira missionária Irmã Dulce, uma santa mulher que dedicou toda a sua vida aos pobres, mendigos e outros necessitados da terra onde nasceu.
    Santas e santos são isto, pessoas de Bem e do Deus autêntico, não os bonecos e bonecas de papel e cerâmica inventados e “santificados” a que o povinho e os clérigos ávidos de apresentar serviço imaginaram e passaram a adorar como “santos”, como antes de Jesus e Maomé faziam os Pagãos romanos e gregos até à chegada dos cristãos israelitas a Roma.Entre o povo baiano a Maria Rita Pontes ficou conhecida por “Bom Anjo da Bahía”, tendo realizado e deixado uma vasta obra assistencial aos pobres, doentes, abandonados e infelizes da sociedade e da vida.
     Texto: MARQUES PEREIRA