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terça-feira, outubro 05, 2010

a República do "hoje"


Esta perfeita Mulher, imagem da República livre e democrata, já não existe.
A pujança de formas, o arrojo da atitude, há cem anos, era um grito na anarquia que o País então vivia, subjugado pelo conluio Igreja versus Monarquia.
Hoje, se fosse esta a imagem que representasse o País, os seios outrora túrgidos, nem à força de silicone manteriam a firmeza, tal o "mamanço" (e perdoem-me a força vernácula da palavra) que prolifera neste País.
Dos partidos e dos políticos, dizia Eça de Queiroz:
"Formam-se, desagregam-se, dissolvem-se, passam, esquecem, sem que deles fique uma edificação aceitável, uma criação fecunda. Estabelecem patronatos, constróem filiações, arregimentam homens e braços trabalhadores, preparam terreno e solo robusto, onde eles possam sem embaraço tomar as livres atitudes do aparato e da vaidade reluzente. Nada mais fazem. Nascem infecundamente, morrem esterilmente."- in "O Distrito de Évora", 14 de Fevereiro de 1867 (nº11)
Se necessário fosse uma imagem para a República de hoje a que abaixo publico seria, talvez, a mais adequada, ainda que nela não figurem as grandes Empresas sorvedoras de uma boa parte do erário público.
Maria Teresa S. T. Góis 

2 comentários:

  1. Eu não sei como mas algo tem de mudar. A riqueza no mundo - não só em Portugal - tem de ser distribuída mais equitativamente.

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  2. Melhor imagem é impossível para ilustrar tão eficazmente o «estado» das coisas. Com o «mamanço» deram cabo da República. É preciso restaurar os verdadeiros ideais da República e assentar todos os bens que ela possiblita gerar na ordem do Bem-Comum, princípio essencial da Doutrina Social da Igreja Católica. Viva a República para todos e não apenas para os grupecos agarrados à têta do Estado.

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