Sócrates, filósofo grego, séc. V, a.C.
Um mês atípico em que as altas temperaturas e um céu azul puxado de
lustro se alternou com cinzentas nortadas feitas de poeiras e arrepios.
Compensado por situações estranhas acabou por abanar um país adormecido,
indiferente que em certos dias terá feito zapping na hora das novelas
para ver telejornais. Externamente, as guerras de Gaza e Ucrânia dividem
opiniões e escondem verdades que, recuando séculos na História, merecem
uma análise aos factos e aos interesses vários das potências instaladas
e obreiras de conflitos.
Internamente o caso GES é o mais preocupante. Depois da incredulidade e
surpresa vivo certa revolta de como se pode brincar com milhares de
postos de trabalho, com a média e pequena economia já tão débil, com as
poupanças das pessoas e com o risco sistémico que a situação representa
para a banca em geral e contribuintes. Que houve laxismo, compadrio,
fugas de informação parece evidente pelas notícias que nos chegam,
diariamente.
Entretanto temos em estudo e no horizonte próximo (para além da
alienação total dos CTT) mais vendas de património global a
estrangeiros, “a bem da nação” e perdemos o vínculo da portugalidade a
uma velocidade espantosa! Destrói-se em poucos anos trabalhos de
décadas!
Em Agosto todo o Portugal pula, bebe, “curte”, às dezenas de milhares,
em festivais de Verão: gostaria de os poder ver “curtir” numa
manifestação a bem da estabilidade dos próprios, dos progenitores e dos
restantes habitantes do país.
Já que falei em música li que a Christina Aguilera decidiu chamar à
filha recém-nascida Summer Rain (chuva de Verão).Não tarda teremos
nascituros com nomes de Nuvem Cinzenta, Pingo de Chuva ou Raio de Sol, a
lembrar a boa maneira apache.
Por cá, ou não fosse Agosto de areal a preço da uva mijona, vi um
político regional criticar a mediocridade da classe política portuguesa
(leia-se “continental”), sobretudo após o 25 de Abril, a tal data por
sinal nunca celebrada pelas instaladas autoridades madeirenses,
chamando-os de “chulos” e com “educação abandalhada”.
É obra, para a posterior história da Madeira, sobretudo quando em Agosto
vem a público um buracão de 100 milhões à Segurança Social regional. Se
isto não é mediocridade e chulice decerto será uma situação
abandalhada.
Aconteceram as decisões constitucionais e já o governo central se
afadiga em reinventar mais leis substitutas mas com o mesmo fim:
lixar-nos.
Podemos assim dizer que não foi um Agosto silly mas há-de ser de certeza
um ano em crescendo de PIB, de deficits, de impostos a curto prazo, de
controvérsias e omissões.
De uma coisa tenho a certeza - da maneira como a saúde trata dos utentes
se algum caso de Ébola for no luso território sinalizado, não haverá
problema: tratam-lhe logo da saúde!
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/465713-a-gosto-ou-talvez-nao%E2%80%A6