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sábado, abril 30, 2011

sobre as Beatificações

Apelo ecumênico para o dia 1º de maio de 2011:

„Lembrem-se da Santificação do mártir Santo Oscar Romero através do pobres deste mundo“

Queridas Irmãs e queridos irmãos do ecumenismo!

Com este apelo pedimos a todos e todas a se lembrarem no dia 1º de maio de 2011 da santificação do mártir Santo Oscar Romero através dos pobres da América Latina e dos amigos e amigas de Jesus no mundo todo. Essa memória servirá para o nosso encorajamento no caminho do Evangelho e, ao mesmo tempo, deverá ser ouvido como apelo de conversão nas Igrejas dos ricos.

Logo após sua nomeação como arcebispo de El Salvador em 1977, o padre conservador Oscar Arnulfo Romero foi confrontado com a perseguição sangrenta dos cristãos no seu país. As lágrimas derramadas no sepultamento de catequistas, coroinhas e padres assassinados fizeram com que ele se tornasse um bispo destemido ao lado dos pequenos, maltratados e perseguidos. Desde então, o regime de seu país, o Secretário de Segurança do presidente dos EUA e poderosos cardiais da Cúria Romana se posicionaram contra ele.

No início do ano de 1979 Dom Romero não foi ouvido pelo papa João Paulo II e nem recebeu apoio em suas angústias. Descepcionado ele disse: „Acredito que não retornarei outra vez à Roma. O papa não me entende.“ João Paulo II não tinha apreciado nem a fotografia de um padre indígena recém- assassinado, como também outros documentos a respeito da perseguição dos cristãos pelos capatazes dos ricos; ao inves disso, o papa apelou a cultivar relações harmoniosas com o governo salvadorenho.

Ciente de seu próprio risco de vida, Santo Romero da América levantou sua voz contra a injustiça, excomungou políticos do regime e lembrou ao moviemnto de resistência a não- violência de Jesus de Nazaré. Depois de uma das inúmeras mortes cometidas contra os cristãos ele pregou dizendo: „Longe de nós os sentimentos da vingança, vamos rezar com Jesus: Pai, perdoe-lhes por que não sabem o que estão fazendo.“

Sendo que cada pessoa humana é filho/a e semelhança viva de Deus, para Santo Oscar Romero o culto divino era inseparavelmente ligado à defesa incondicional da dignidade humana. Aos comandantes e capatazes da junta militar dirigiu as seguintes palavras: „Um assassino é também aquele que tortura... Ninguém deve por a mão contra um outro ser humano, pois o homem é semelhança de Deus.“ Um dia antes de ser assassinado, dia 24 de março de 198, apelou publicamente aos soldados a desobedecerem à ordem de matar: „Em nome de Deus e em nome do povo sofrido peço a vocês, ordeno a vocês: Parem com a opressão!“ O tiro do pistoleiro o atingiu durante a celebração da Eucaristia.

A santificação de Santo Oscar Romero, promovida pelas bases do povo, não é um gesto arrogante. Sabemos que só Deus pode olhar o coração de uma pessoa humana e aprender a olhar com os olhos de Deus é possivel somente de forma parcial. Porém, essa santificação sem um processo caro nas instâncias eclesiásticas anuncia uma boa notícia sob o sopro do Espírito de Deus: „O exemplo do nosso irmao Santo Oscar Romero nos revela como as pessoas podem se tornar belas e corajosas quando começam a ouvir o Evangelho de Jesus.“

tradução: fr. Johannes Gierse ofm, Brasil     in: Nós Somos Igreja

NOTA DA REDACÇÃO - Não consigo entender, sequer aceitar todo este movimento que se faz sobre a Beatificação de um Padre que, por ser Papa já se lhe chama Santo.... Temos, em todos os séculos da Igreja exemplos fortíssimos  dos que claramente na Terra demonstraram essa intimidade com Deus e os que estão nos extremos opostos, sendo Papas, Santos, etc.
Bastar-me-á  pensar que se alguém já goza na presença de Deus a Terra Prometida, sem sofrimentos, sem desgostos, guerras, desgraças, apenas podendo continuar a fazer o bem aos que o evocam, para quê tanto comércio, tanto folclore, tanta superficialidade? Será com Espiritualidade desta que conseguiremos ser o Evangelho de Jesus, ou seremos a Igreja que os homens, depois dele, vão reinventando?

A CONSTRUÇÃO DE NÍNIVE

 
Toca-me o sangue. Peço-te que me toques
o sangue. Escuta este rumor
dentro do meu peito, esta palavra enlaçada
a uma pedra que arde dentro da terra.

Toca-me o sangue. Ordeno que me toques
o sangue. Este rio que corre nos meus olhos,
a música silenciosa que o mar vem entregar
quando os homens regressam do crepúsculo.

Vê como estou vivo. Vê como sabem a terra
as minhas palavras. Vê como tenho ensanguentadas
as minhas palavras perdidas, esses barcos
que a tempestade teme e as aves anunciam.

Amo-te. Toca-me o sangue. Sente que venho
da noite, que é com angústia que chamo
pelo teu nome, sonho os teus sonhos,
espero as tuas mãos.

Toca-me o sangue. Toca os fios de dor
que me rasgam a boca. Toca o fogo dos meus cabelos.
Toca-me o sangue, a escuridão
em chamas do meu peito.

Sou o que espera na noite. Sou o que chora
na sombra. Sou o que espera a tua passagem
silenciosa, os teus quadris ardentes
navegando na noite impassível.

Espero-te. Espero-te. Um perfume ergue-se
das tuas mãos, um punhal. Toca-me o sangue.
Sou o que espera na solidão inquieta
e toma a luz pela luz dos teus cabelos.

Espero um rio, é uma praia que espero, o azul
penetrante da tua tristeza secreta, esse bosque
rugindo um nome e precipitando a fuga
dos que temem e estão intranquilos.

Toca-me o sangue. Toca o arco de fogo
que cai das minhas mãos, as sílabas perdidas na treva
por que uma criança cresce para o sono
e toca a limpidez de uma lágrima.

A vida vem com a brisa. Um astro
aproxima-se do teu rosto. Uma canção desprende-se
da árvore de espuma que a sombra engendra.
Toca-me o sangue. O febril sangue do meu peito.

Amo-te, mulher desconhecida. Amo-te.
Amo o jorro de luz da tua boca,
as tuas cálidas palavras, a orla secreta
dos teus lábios onde o mar vem beber.

Amo o lume inesperado dos teus olhos, o teu corpo
nervoso, as tuas mãos perdidas no vazio.
Amo as caladas cintilações da tua boca,
a pequena mancha de tule que dança nos teus olhos.

Como a luminosidade descobre uma sandália na areia,
o sinal recente de um beijo no contorno de um rosto,
como um coração de pedra arde dentro da pedra
e uma nuvem transfigura para sempre o horizonte, amo-te.

Toca-me o sangue porque te amo. Toca-me o sangue
porque trago comigo uma palavra sagrada. Porque estou
inocente. Porque te amo. E uma ponta de luz
entrega a claridade invisível dos teus dedos.

Um rumor de água ou de lume vem das tuas mãos.
Pulsa nas veias da noite o vento do teu nome.
Um pássaro queima a tristeza inextinguível.
Um grito, um grito rebenta finalmente no meu e no teu peito.

AMADEU BAPTISTA
(in A Construção de Nínive, Porto, Edições Mortas, 2001)
amadeubaptista.blogspot.com

sexta-feira, abril 29, 2011

como eu vejo a ilha

um jardim diferente, "semilha" vermelha, em flor.29.04.11

nem Messi nem Ronaldo


contratactado por um club holandês.....

Já tens Maptor ou andas desactualizado???

Quem tem Maptor vai a Roma e muito mais.... 
Criado na Coreia do Sul por Jin-Sun Park e Seon-keun Park, Maptor é um acessório indispensável para travessias por caminhos desconhecidos em qualquer lugar do mundo.
Tem o formato de uma pequena lanterna e é um aparelho GPS, que exibe mapas usando um micro projector interno. Os mapas podem ser projectados sobre qualquer superfície plana, até mesmo na palma da mão. Utiliza a base de dados do Google Maps e no mapa projectado uma seta vermelha aponta exactamente o lugar onde a pessoa está.
Os controles do Maptor são simples mas completos: comando de liga/desliga e uma tecla que comanda as opções de zoom e ampliação geral da tela. Funciona com pilhas e vem com Bluetooth para facilitar o download dos mapas. Detalhe ecológico: a estrutura externa do Maptor é toda feita com plástico biodegradável.
Os inventores garantem que as imagens são visíveis com muita nitidez mesmo em plena luz do dia. Já se pode imaginar o desenvolvimento dessa tecnologia para apresentações PowerPoint, dispensando o uso de projetores tipo datashow.
 

quinta-feira, abril 28, 2011

como eu vejo a ilha

este é o meu pássaro de estimação, um pisco, responde quando o chamo, que nome lhe darei?

Necrologia Laurentina

 Só netos eram quarenta
sonetos pr’aí uns vinte
bolotos plantou alguns
o patriarca aos oitenta
sabe que bateu no vinte
e é homem como nenhum.

Tem o pelinho na venta
(digo-o sem nenhum acinte…)
E é filiado na un.
   Grabato Dias

terça-feira, abril 26, 2011

convite telefónico

acabadinho de chegar de Silves....
Até sinto o cheiro oh compadre!

cartas que é preciso escrever em Portugal....

Carta de Marisa Moura à administração da Carris
 
 
Incomodativo...e pertinente.
Serve para muitas Administrações
 
 
Exmos. Senhores  José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha,
 
Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas:
 
Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?
 
Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes?
 
A dívida do país está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo.
 
A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças?
 
Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusivé em empresas estatais como a "sua") sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepôr às mais elementares necessidades de outros seres humanos?
 
Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida.
 
Marisa Moura
» Notícia que originou este meu mail em http://economia.publico.pt/Noticia/carris-administracao-recebeu-viaturas-topo-de-gama-em-ano-de-buraco-financeiro-de-7766-milhoes_1487820

é bronco ou não é bronco?

Cantiga de Amigo

Nem um poema  nem um verso  nem um canto
tudo raso de ausência  tudo liso de espanto
e nem Camões  Virgílio  Shelley  Dante
o meu amigo está longe
e a distância é bastante.

Nem um som  nem um grito  nem um ai
tudo calado  todos sem mãe nem pai
Ah não  Camões  Virgílio  Shelley  Dante!

o meu amigo está longe
e a tristeza é bastante.

Nada  a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai  Camões  Virgílio  Shelley  Dante:
o meu amigo está longe
e a saudade é bastante!

Ary dos Santos

domingo, abril 24, 2011

Páscoa



Um dia de poemas na lembrança
(Também meus)
Que o passado inspirou.
A natureza inteira a florir
No mais prosaico verso.
Foguetes e folares,
Sinos a repicar,
E a carícia lasciva e paternal
Do sol progenitor
Da primavera.
Ah, quem pudera
Ser de novo
Um dos felizes
Desta aleluia!
Sentir no corpo a ressurreição.
O coração,
Milagre do milagre da energia,
A irradiar saúde e alegria
Em cada pulsação.


Miguel Torga, in Diário XVI

sábado, abril 23, 2011

Tigelada do Manel

1 litro de leite - 8 ovos inteiros - 14 colheres de sopa de açúcar - 1 colher de sobremesa de canela - 1 colher de sopa bem cheia de farinha . raspa de 1 limão

Num tacho (ou 2, ou num pyrex como hoje fiz) untado e vai ao forno a aquecer.
Batem-se todos os ingredientes com a batedeira, só para ligar.
Deite o preparado nos tachos, tendo o cuidado de não encher.
Leve a forno bem quente 40 m (este pyrex demorou 1h 20). Depois de levantar fervura a tigelada sobe no tacho e quando começa a baixar está cozida. Use o palito para verificar.
Se gostar, repita...

dia mundial do livro

estou a ler....
"As vozes" de Ana Sales Pinheiro

um miminho da minha Amiga Filó :))

Pietá


Já lívido repousa em seu regaço. Já não escuta, não vê, não ri, não fala. Aquele que foi Seu filho, Ela o embala Morto, alheia a tempo e espaço. O mistério parou no limiar dos assombros. Dos irados profetas, das rígidas escrituras Sobra um Deus morto; e os únicos escombros São a atónita aflição das criaturas. Eles choram, vários, como vários são Sua revolta e sua dor. Absorto, O olhar da Mãe escorre, inútil, no chão. Ela, o que chora? O Deus parado - ou o filho morto?
 
Reinaldo Ferreira

sexta-feira, abril 22, 2011

testemunho

“24 de Outubro de 2009, sou três filhos, a mulher que amo e estou em Cabul, no Afeganistão.
Fui à Missa. Entrei na Torre de Babel. Um capelão belga esperava-nos à entrada da capela (um barracão de madeira no meio dos contentores) com um missal escrito em oito línguas diferentes. A celebração seguiu nas diferentes línguas, boas vindas em inglês, leituras em flamengo, francês, espanhol e italiano, cumprimentos em polaco, e, claro, cada um rezava na sua língua. Babel… no entanto, dá-nos que pensar! Muitas línguas e uma excelente harmonia. A homilia foi muito bem dirigida – o capelão fez analogias com a palavra Servir – servir a Deus, servir os homens, para nós militares a palavra sempre foi e é Servir – senti um novo sabor na palavra (dita em francês) Servir.
E porque estávamos nós ali! Por fé? Não sei, não conhecia ninguém dos que estavam na missa… podia ser pelos motivos mais variados.
Sei porque estou ali. Na Igreja Católica encontro a matriz social do meu povo, dos novos povos, ali encontro uma paz de espírito, de comunhão. Ali penso mais nos outros e muito nos meus queridos que estão longe. Ali penso em valores e princípios e sinto que há algo de bom que nos leva a querer o bem. Será fé? Apenas sei que me sinto bem, em paz e rezo, por mim, pelos outros, pela minha família, por este povo martirizado do Afeganistão.
Penso que é a primeira vez que escrevo sobre este tema que nós, portugueses, somos tão bons a fugir dele, e eu também. Nem tudo tem explicações fáceis e assumidas. Não farei por isso declarações assumidas de fé, mas posso dizer com muito orgulho: sinto-me bem na minha Igreja, na nossa Igreja. É bom poder ter um espaço e um tempo para rezar pelos outros, por nós, por cada um. É bom poder partilhar e sentir que nos identificamos em raízes culturais comuns. É bom sairmos de dentro de nós próprios e dar sentido ao que nunca parece ter sentido. Assim queira Deus.”

(Nuno Lemos Pires, Tenente-Coronel de Infantaria, Cartas de Cabul – o Afeganistão vivido por um soldado português, Lisboa, Ed. Tribuna, 2011, pags. 29-30).
Capelania Mor – MDN – 22 de Abril de 2011
Januário Torgal Mendes Ferreira
Bispo das Forças Armadas e de Segurança
in: Nós Somos Igreja

6ª feira Maior

autor:MARTA HOFMAN, óleo sobre tela

quinta-feira, abril 21, 2011

Senhor, que eu não tenha medo do sofrimento


Jesus sofredor,
Como Tu, também não desejo sofrer.
Como Tu, também procuro evitar o que dói,
Como Tu, também apenas quero o que é bom
Mas, quando o sofrimento bate à minha porta,
Já não sei ser como Tu:
Tu o assumes, eu não o aceito;
Tu sabes dar-lhe sentido, eu não lhe encontro razões;
Tu encontras desculpas, eu só encontro culpados;
Tu empenhas-te em superá-lo, eu deixo-me vencer por ele.
Senhor, que eu, como Tu, não tenha medo do sofrimento
        vindo das limitações próprias ou alheias,
        das incompreensões ou perseguições,
        das oposições ou ódios,
        da doença ou da morte.
O que importa é estar em sintonia com a vontade de Deus.
Que, como Tu, Jesus sofredor,
Eu lute contra o sofrimento, tenha ele o nome que tiver,
Para que, como Tu e em Ti,
Eu também o possa vencer
        em mim, nos outros, no mundo que me rodeia.
Senhor, que eu, como Tu, não tenha medo do sofrimento!


Agostinho Pinto, S.C.J.
in:"Senhor, infinito do meu ser...."

quarta-feira, abril 20, 2011

como eu vejo a ilha

Elogio do Trabalho

" Há no trabalho, segundo a natureza da obra e a capacidade do trabalhador, todas as gradações, desde o simples alívio do tédio às satisfações mais profundas. Na maior parte dos casos, o trabalho que as pessoas têm de executar não é interessante, mas ainda em tais circunstâncias oferece grandes vantagens. Em primeiro lugar, preenche uma boa parte do dia sem haver necessidade de decidir sobre o que se há-de fazer. A maioria das pessoas, quando estão em condições de escolher livremente o emprego do seu tempo, têm dificuldade em encontrar o que quer que seja suficientemente agradável para as ocupar. E tudo o que decidam deixa-as atormentadas pela ideia de que qualquer outra coisa seria mais agradável. Ser capaz de utilizar inteligentemente os momentos de lazer é o último degrau da civilização, mas presentemente muito poucas pessoas o atingiram. Além disso, a acção de escolher é fatigante. Excepto para os indivíduos dotados de extraordinário espírito de iniciativa, é muito cómodo ser-se informado do que se tem a fazer em cada hora do dia, desde que tais ordens não sejam desagradáveis em demasia.
A maior parte dos ricos occiosos sofrem de um inexprimível aborrecimento em paga de se terem libertado dum trabalho penoso. Às vezes encontram alívio numa caçada aos animais ferozes, em África, ou na volta ao mundo em avião, mas o número de tais sensações é limitado, especialmente depois de passar a juventude. Por isso, os homens ricos mais inteligentes trabalham quase tão afincadamente como se fossem pobres, enquanto as mulheres ricas ocupam o tempo com um sem número de bagatelas e estão firmemente persuadidas de que tais bagatelas têm extraordinária importância para o mundo inteiro
."

Bertrand Russell, in 'A Conquista da Felicidade'

terça-feira, abril 19, 2011

eu e o meu velho....

hoje, no Fanal, após a espetada do pic-nic da Marta...

como eu vejo a ilha

censos 2011

Pensar o Meu País



Pensar o meu país. De repente toda a gente se pôs a um canto a meditar o país. Nunca o tínhamos pensado, pensáramos apenas os que o governavam sem pensar. E de súbito foi isto. Mas para se chegar ao país tem de se atravessar o espesso nevoeiro da mediocralhada que o infestou. Será que a democracia exige a mediocridade? Mas os povos civilizados dizem que não. Nós é que temos um estilo de ser medíocres. Não é questão de se ser ignorante, incompetente e tudo o mais que se pode acrescentar ao estado em bruto. Não é questão de se ser estúpido. Temos saber, temos inteligência. A questão é só a do equilíbrio e harmonia, a questão é a do bom senso. Há um modo profundo de se ser que fica vivo por baixo de todas as cataplasmas de verniz que se lhe aplicarem. Há um modo de se ser grosseiro, sem ao menos se ter o rasgo de assumir a grosseria. E o resultado é o ridículo, a fífia, a «fuga do pé para o chinelo». O Espanhol é um «bárbaro», mas assume a barbaridade. Nós somos uns campónios com a obsessão de parecermos civilizados. O Francês é um ser artificioso, mas que vive dentro do artifício. O Alemão é uma broca ou um parafuso, mas que tem o feitio de uma broca ou de um parafuso. O Italiano é um histérico, mas que se investe da sua condição no parlapatar barato, na gritaria. O Inglês é um sujeito grave de coco, mas que assume a gravidade e o ridículo que vier nela. Nós somos sobretudo ridículos porque o não queremos parecer. A politiqueirada portuguesa é uma gentalha execranda, parlapatona, intriguista, charlatã, exibicionista, fanfarrona, de um empertigamento patarreco — e tocante de candura. Deus. É pois isto a democracia?

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 2'

segunda-feira, abril 18, 2011

o real casamento, assim, seria menos sisudo....

Quiche (aproveitamentos)

 

l embalagem de massa de piza refrigerada (não congelada) ou de massa folhada. Desenrole e ponha na forma. Seleccione os aproveitamentos que tem (restos de frango, delicias do mar, atum, miolo camarão, cogumelos, etc). Aos aproveitamentos pode adicionar courgete picada miudinha, cebolinho ou salsa. Junte cebola e alho picado. À parte utilize um pacote de natas, bata dois ovos inteiros, duas colheres de sopa (não muito cheias) de farinha, sal e pimenta (preta) moída a gosto. Deite-lhe "a mistela" da outra taça, mexa e verta sobre a embalagem. Leve a forno cerca de 45m a 1 hor. Acompanhe com verdura cozida ao vapor ou uma boa salada.

A culpa é …

A culpa é do pólen dos pinheiros

Dos juízes, padres e mineiros
Dos turistas que vagueiam nas ruas
Das strippers que nunca se põe nuas
Da encefalopatia espongiforme bovina
Do Júlio de Matos do João e da Catarina
A culpa e dos frangos que tem HN1
E dos pobres que já não têm nenhum
A culpa é das putas que não pagam impostos
Que deviam ser pagos também pelos mortos
A culpa é dos reformados e desempregados
Cambada de malandros feios, excomungados
A culpa é dos que tem uma vida sã
E da ociosa Eva que comeu a maçã
A culpa é do Eusébio que já não joga a bola
E daqueles que não batem bem da tola
A culpa e dos putos da casa Pia
Que mentem de noite e de dia
A culpa é dos traidores que emigram
E dos patriotas ficam e mendigam
A culpa é do Partido Social Democrata
E de todos aqueles que usam gravata
A culpa é do BE do CDS e do PCP
E dos que não querem o TGV
A culpa até pode ser do urso que hiberna
Mas não será nunca de quem governa.




desconheço o autor

domingo, abril 17, 2011

VASSILI KANDINSKI



VIDA
Pintor russo, Vassili Kandinski nasceu em Moscou em 1866 e morreu em Neuilly-sur-Seine em 1944. Decidindo-se pela pintura, parte para Munique em 1896, ali estudando. Viaja pela França (contacto com os fauvistes), Itália e Tunísia. Retornando a Munique em 1908, preside uma associação de artistas novos e edita, em 1912, Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), juntamente com Franz Marc. Entre 1914 e 1921 reside em Moscou, onde dirige a academia de artes da U.R.S.S. De volta à Alemanha em 1921, torna-se membro importante do Bauhaus, primeiro em Weimar e depois em Dassau. Fechado o Bauhaus pelo regime nazista, transfere-se para Paris em 1934, ali passando seus dez últimos anos de vida.
CARACTERIZAÇÃO
A posição de Kandinski na arte moderna é não somente a de um inovador, mas a de um dos principais teóricos do Abstracionismo na pintura, cujas concepções, entretanto, só foram aceitas por uma parcela reduzida de adeptos das novas tendências. Dentro do quadro das vanguardas artísticas, Kandinski sustentou uma posição quase isolada de teórico do espiritualismo nas artes, em contraste flagrante com as tendências materialistas, pragmáticas e funcionais, que foram dominantes na primeira metade do século. Exceptuando o Expressionismo do grupo Der Blaue Reiter, Kandinski não se integrou inteiramente em nenhum dos grupos de vanguarda em que actuou, mas influenciou a arte moderna em geral, descrevendo em suas actividades de teórico e realizador, um complexo roteiro evolutivo.
ACTIVIDADES
Em 1895 Kandinski viu uma exposição dos impressionistas em Moscou, que lhe revelam, no uso da cor, o caminho para a independência da arte em relação à natureza. Entre 1906 e 1909 cria paisagens expressionistas de cores fortes e gravuras estilizadas que lembram a arte dos ícones. Após 1910 oscila entre a representação figurativa e o abstracto. Concebe uma pintura não-figurativa, mas o seu conceito de abstracção, expresso em "Sobre o elemento espiritual na arte", 1911, envolve uma compreensão místico-metafísica das cores, às quais atribui propriedades simbólicas.
Até 1914 Kandinski evolui, passando por cinco fases: Naturalismo (até 1900), Impressionismo, Fauvismo, Expressionismo e Abstraccionismo. Sua arte será, a partir daí, só de abstracção. Mas sua abstracção, que prefere chamar de 'pintura concreta', não tem sentido exclusivamente plástico. Entretanto, a experiência do Construtivismo russo e, depois, do funcionalismo do Bauhaus, influenciam-no no sentido de uma explicação mais técnica e menos metafísica da arte, no livro "Ponto  e linha até a superfície", 1926.
Embora afastado do pragmatismo do Bauhaus, Kandinski incorpora sua lição construtiva em telas como "Oval nº 2", "No Círulo negro" e outras, entre 1923 e 1925. Essa fase de construção geométrica coincide com o seu desempenho pedagógico no Bauhaus. entre 1925 e 1928 sucede-se a 'época dos círculos', uma dança geométrica, com surpreendente invenção de ritmos e cores. Em seus anos parisienses concebe uma síntese lírica, em telas como "Conjunto multicolor", "Contraste acompanhado nº 613" etc., entre a composição racional e a intuição poética livre.
Fonte:


Enciclopédia Mirador Internacional, vol. 12, pág.6594, São Paulo, SP






sábado, abril 16, 2011

aviso do ano

sem depois


Todas as vidas gastei
para morrer contigo.

E agora
esfumou-se o tempo
e perdi o teu passo
para além da curva do rio.

Rasguei as cartas.
Em vão: o papel restou intacto.
Só meus dedos murcharam, decepados.

Queimei as fotos.
Em vão: as imagens restaram incólumes
e só meus olhos
se desfizeram, redondas cinzas.

Com que roupa
vestirei minha alma
agora que já não há domingos?

Quero morrer, não consigo.
Depois de te viver
não há poente
nem o enfim de um fim.

Todas as mortes gastei
para viver contigo.


Mia Couto

desvendado mistério da invenção da roda....

terça-feira, abril 12, 2011

Já foi formalizado o pedido de ajuda de Portugal...

folar da Páscoa


20gr de fermento padeiro ou um pacote de fermipan - 2,5 dl de leite morno - 100 gr de farinha
Amasse e reserve até dobrar de volume.

650 gr de farinha - 180 gr de açúcar - 80 gr de manteiga - 4 ovos inteiros - sal fino q. b. 
Misture a farinha com o açúcar e o sal. Depois vá deitando os ovos um a um e a manteiga amolecida. Misture bem. Junte a mistura com o fermento, bata bem e deixe em sítio morno até dobrar, mais ou menos, o volume.
Tenda em forma de folar, pincele com ovo batido e coze entre 45m a 1 hora.
Nota - se a massa ficar muito mole, que foi o que hoje me aconteceu, coza em formas previamente untadas.
Bom apetite. Ah, a receita da foto é a receita a dobrar.

as coisas importantes


As coisas importantes só olhas uma vez
mas sua imagem se repete muitas vezes dentro de ti
como um eco.

As coisas importantes que estão dentro de ti
e se repetem constantemente
já não estão presas ao que olhaste atento
mas no silêncio que tens dentro
se libertaram e tornaram incertas.

As coisas importantes no teu dentro
só já a ti pertencem
e nada do que está fora de ti as lembra agora.

As coisas importantes metes numa caixa
que com paciência vais abrindo aos poucos
para esqueceres as muralhas de outro tempo.


Jall Sinth Hussein

segunda-feira, abril 11, 2011

Texto mais antigo da Europa encontrado na Grécia

Foi encontrado numa antiga lixeira de Peloponeso, na Grécia, aquele que é considerado o texto decifrável mais antigo da Europa.
Michael Cosmopoulos, investigador norte-americano, da Universidade de Missouri, garante que a placa de argila cozida, encontrada durante as escavações realizadas numa antiga lixeira situada na colina de Iklena, a 300 quilómetros de Atenas, na Grécia, tem mais de três mil anos, representando, pelo menos, mais um século do que as descobertas feitas até agora.

“Esta placa sugere que a escrita é muito mais antiga do que aquilo que se acreditava até ao momento", explicou o investigador à AFP.

Ao que tudo indica, a placa terá sido um documento financeiro, proveniente de uma antiga cidade do período micénico. “Num dos lados da peça podem-se ver nomes e números, e do outro lado um verbo relativo à confecção”, acrescentou Michael Cosmopoulos.

As escavações, sob a supervisão da Escola de Arqueologia de Atenas, começaram em 2006 e desde então ja revelaram algumas descobertas, como uma enorme estrutura com grandes muralhas datada dos anos 1550-1440 a.C. Segundo Cosmopoulos, o local foi destruído provavelmente no ano 1400 a.C., antes de ter sido invadido pelo reino de Pilos, cujo rei, Nestor, é mencionado na Ilíada. fonte Publico

foto do dia

a minha gata "Cesária", ao amanhecer. Estou a pensar usá-la para o anúncio da Duracell....

a arca de Noé

domingo, abril 10, 2011

O poeta beija tudo

O poeta beija tudo, graças a  Deus… E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade…
E diz assim: “É preciso saber olhar…”
E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos…
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás…
E perde tempo (ganha tempo…) a namorar uma ovelha…
E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso…
E acha que tudo é importante…
E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim…
E reparou que os homens estavam tristes…
E escreveu uns versos que começam desta maneira: “O segredo é amar…”

Sebastião da Gama

10.04.1924/07.02.1952