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quinta-feira, fevereiro 26, 2015

VATICANO - 86 ANOS do ESTADO FUNDADO POR ACORDO COM MUSSOLINI

A assinatura do “Tratado de Latrão”, em 11 de Fevereiro de 1929, com a presença de representantes do papa e o próprio Mussolini, legitimou o ditador fascista aos olhos do mundo católico, vindo a formar uma bizarra aliança entre um regime que exaltava a guerra e a violência com uma religião que pregava a paz e a tolerância. E do Duce, apesar de nunca se terem dado bem, disse Pio XI dez anos depois, apesar de tudo o que fez o ditador:
"Il più grande uomo da me conosciuto, e senz’altro tra i più profondamente buoni" (Foi o maior homem que conheci, e sem dúvida um entre os mais intrinsecamente bons).
"VATICANO - 86 ANOS do ESTADO FUNDADO POR ACORDO COM MUSSOLINI (Parte1 - amanhã, a conclusão)

A assinatura do “Tratado de Latrão”, em 11 de Fevereiro de 1929, com a presença de representantes do papa e o próprio Mussolini, legitimou o ditador fascista aos olhos do mundo católico, vindo a formar uma bizarra aliança entre um regime que exaltava a guerra e a violência com uma religião que pregava a paz e a tolerância. E do Duce, apesar de nunca se terem dado bem, disse Pio XI dez anos depois, apesar de tudo o que fez o ditador:
"Il più grande uomo da me conosciuto, e senz’altro tra i più profondamente buoni" (Foi o maior homem que conheci, e sem dúvida um entre os mais intrinsecamente bons).

Em Setembro de 1870, quando as tropas de Vittorio Emanuelle II, proclamado rei da recém-unificada Itália, subjugaram e anexaram a cidade de Roma, o papa Pio IX enclausurou-se nos muros do Vaticano. A essa altura, o “Risorgimento” italiano já havia tomado a maioria dos estados papais, e o pontífice, para não se submeter à nova ordem política, rompeu relações com a monarquia e declarou-se um prisioneiro do poder laico.
Este mal-estar permanente entre o estado e a Igreja aparentemente chegou ao fim em Fevereiro de 1929, faz hoje 86 anos, quando Pio XI e Benito Mussolini, "Il Duce", assinaram o “Tratado e a Concordata de Latrão”, que determinou a criação do estado soberano do Vaticano, sendo o catolicismo reconhecido como religião oficial da Itália e ainda tendo garantido à Santa Sé uma choruda compensação financeira pelas anexações dos rincões papais.
Tendo a garantia da indemnização da administração italiana à vista, no montante de 750 milhões de liras, e de um bilião de liras em títulos do governo, o chefe da Igreja Católica começou a estruturar toda uma pesada aparelhagem estatal – boa parte dela, ao seu serviço imediato.
Para além de um diário oficial, o “L’Osservatore Romano”, Pio XI planeou estruturar num futuro próximo uma rádio oficial para difundir o catolicismo e, evidentemente, a palavra papal. O maior candidato para a empreitada era Guglielmo Marconi.
Estava em circulação a moeda corrente do Vaticano, a “lira vaticana”, com a efígie do sumo pontífice, também aceite em Itália e com valor igual ao da lira italiana. O serviço postal foi inaugurado ainda em Fevereiro e tanto o Corpo da "Gendarmarie" Pontifícia como o Corpo da Guarda do Papa, com as suas coloridas fardas desenhadas no séc.XVI por Michelangelo, ganharam ainda mais liberdade dentro do novo Estado para assegurar a protecção do recém chefe de estado Pio XI.

- um texto de opinião de Jorge P. Guedes, 11 Fev. 2015 (Por opção, não escrevo segundo o mais recente A. O.)" Em Setembro de 1870, quando as tropas de Vittorio Emanuelle II, proclamado rei da recém-unificada Itália, subjugaram e anexaram a cidade de Roma, o papa Pio IX enclausurou-se nos muros do Vaticano. A essa altura, o “Risorgimento” italiano já havia tomado a maioria dos estados papais, e o pontífice, para não se submeter à nova ordem política, rompeu relações com a monarquia e declarou-se um prisioneiro do poder laico.
Este mal-estar permanente entre o estado e a Igreja aparentemente chegou ao fim em Fevereiro de 1929, faz hoje 86 anos, quando Pio XI e Benito Mussolini, "Il Duce", assinaram o “Tratado e a Concordata de Latrão”, que determinou a criação do estado soberano do Vaticano, sendo o catolicismo reconhecido como religião oficial da Itália e ainda tendo garantido à Santa Sé uma choruda compensação financeira pelas anexações dos rincões papais.
Tendo a garantia da indemnização da administração italiana à vista, no montante de 750 milhões de liras, e de um bilião de liras em títulos do governo, o chefe da Igreja Católica começou a estruturar toda uma pesada aparelhagem estatal – boa parte dela, ao seu serviço imediato.
Para além de um diário oficial, o “L’Osservatore Romano”, Pio XI planeou estruturar num futuro próximo uma rádio oficial para difundir o catolicismo e, evidentemente, a palavra papal. O maior candidato para a empreitada era Guglielmo Marconi.
Estava em circulação a moeda corrente do Vaticano, a “lira vaticana”, com a efígie do sumo pontífice, também aceite em Itália e com valor igual ao da lira italiana. O serviço postal foi inaugurado ainda em Fevereiro e tanto o Corpo da "Gendarmarie" Pontifícia como o Corpo da Guarda do Papa, com as suas coloridas fardas desenhadas no séc.XVI por Michelangelo, ganharam ainda mais liberdade dentro do novo Estado para assegurar a protecção do recém chefe de estado Pio XI.


"VATICANO - 86 ANOS DO ESTADO FUNDADO POR ACORDO COM MUSSOLINI (conclusão)
 
4 meses depois, em Junho, foi promulgada a “Lei Fundamental do Estado do Vaticano” que dava ao papa a plenitude dos poderes legislativo, executivo e judicial no enclave de 0,44 km2 a norte de Roma e em mais doze edifícios espalhados pela cidade, incluindo o Palácio de Castelgandolfo.
Os bens da Santa Sé, a sua administração, a biblioteca, o arquivo, a livraria e a tipografia também ficaram directamente subordinados à vontade do pontífice. Tal lei criou a figura do governador, que podia criar regras para a ordem pública na cidade-estado, com a anuência do Conselho. Porém, a sua escolha era da competência exclusiva do papa e podia ser revogada por ele a qualquer momento de forma sumária.
Qualquer semelhança com os plenos poderes de Mussolini não é mera coincidência – ao menos para os cartunistas locais, que não se cansavam de desenhar caricaturas retratando Pio XI com a camisa negra do fascismo e o Duce com a tiara papal na sua careca.

Os dois poderosos homens, aliás, trocaram algumas farpas durante o ano – Mussolini dizendo à Câmara dos Deputados que "a Igreja é soberana apenas no Reino da Itália, e não no Estado italiano", com a resposta de Pio XI lamentando as declarações hereges do fascista.
Nos recentes anos, os conflitos entre o poder papal e o estado parece terem-se agudizado de novo.
No início de 2009, Bento XVI decidiu não incorporar de forma automática as leis civis e criminais no direito do Vaticano e, entretanto, outras disposições legais em matérias como o divórcio, as uniões de facto, o casamento entre homossexuais ou a eutanásia são fortemente contestadas e não aceites pelo Vaticano.
Haverá brevemente novos Tratados?
E a sociedade civil italiana estará disposta a manter os enormes privilégios concedidos ao papa e ao Estado de que ele é chefe supremo e vitalício?
Será que aos olhos das novas gerações se justifica este Estado dentro do Estado apenas porque a Igreja católica se reclama de direitos divinos na Terra e difusora "oficial" dos ideais cristãos?

Os tempos mudam e a época é de profundas alterações em muitos conceitos tomados como verdades absolutas e incontornáveis. O papa Francisco, ao que parece, veio trazer uma lufada de ar fresco à Igreja de Roma mas a sua empreitada é sem dúvida pesada e mexe com vários poderes instituídos e cimentados ao longo de séculos de conluio do Vaticano com o poder económico e político e algumas poderosas organizações marginais. Não será por acaso que Francisco pede sempre aos fiéis que rezem por ele.

- imagem : postal ilustrado comemorativo com o rei Vittorio Emanuele III°, o papa PIO XI e Benito Mussolini  (Pax Laetitia – A paz de Leticía - foi o nome dado ao Tratado, sendo que Laetitia era uma deusa menor  romana da Alegria e da Felicidade). Esta “trindade” celebra a nova união entre o poder temporal e o espiritual. Contudo, a “paz de Letícia” ajudou a legitimar o regime policial fascista italiano que em 1929 já espalhara o terror através dos tribunais militares, de assassínios políticos e de raides da “milizia volontaria per la sicurezza nazionale”, os vulgarmente chamados “camicie nere”.

- texto : Jorge P. Guedes, 11/12 Fev 2015 (Por opção, não escrevo segundo o mais recente A. O.)"
4 meses depois, em Junho, foi promulgada a “Lei Fundamental do Estado do Vaticano” que dava ao papa a plenitude dos poderes legislativo, executivo e judicial no enclave de 0,44 km2 a norte de Roma e em mais doze edifícios espalhados pela cidade, incluindo o Palácio de Castelgandolfo.
Os bens da Santa Sé, a sua administração, a biblioteca, o arquivo, a livraria e a tipografia também ficaram directamente subordinados à vontade do pontífice. Tal lei criou a figura do governador, que podia criar regras para a ordem pública na cidade-estado, com a anuência do Conselho. Porém, a sua escolha era da competência exclusiva do papa e podia ser revogada por ele a qualquer momento de forma sumária.
Qualquer semelhança com os plenos poderes de Mussolini não é mera coincidência – ao menos para os cartunistas locais, que não se cansavam de desenhar caricaturas retratando Pio XI com a camisa negra do fascismo e o Duce com a tiara papal na sua careca.
Os dois poderosos homens, aliás, trocaram algumas farpas durante o ano – Mussolini dizendo à Câmara dos Deputados que "a Igreja é soberana apenas no Reino da Itália, e não no Estado italiano", com a resposta de Pio XI lamentando as declarações hereges do fascista.
Nos recentes anos, os conflitos entre o poder papal e o estado parece terem-se agudizado de novo.
No início de 2009, Bento XVI decidiu não incorporar de forma automática as leis civis e criminais no direito do Vaticano e, entretanto, outras disposições legais em matérias como o divórcio, as uniões de facto, o casamento entre homossexuais ou a eutanásia são fortemente contestadas e não aceites pelo Vaticano.
Haverá brevemente novos Tratados?
E a sociedade civil italiana estará disposta a manter os enormes privilégios concedidos ao papa e ao Estado de que ele é chefe supremo e vitalício?
Será que aos olhos das novas gerações se justifica este Estado dentro do Estado apenas porque a Igreja católica se reclama de direitos divinos na Terra e difusora "oficial" dos ideais cristãos?
Os tempos mudam e a época é de profundas alterações em muitos conceitos tomados como verdades absolutas e incontornáveis. O papa Francisco, ao que parece, veio trazer uma lufada de ar fresco à Igreja de Roma mas a sua empreitada é sem dúvida pesada e mexe com vários poderes instituídos e cimentados ao longo de séculos de conluio do Vaticano com o poder económico e político e algumas poderosas organizações marginais. Não será por acaso que Francisco pede sempre aos fiéis que rezem por ele.
- imagem : postal ilustrado comemorativo com o rei Vittorio Emanuele III°, o papa PIO XI e Benito Mussolini (Pax Laetitia – A paz de Leticía - foi o nome dado ao Tratado, sendo que Laetitia era uma deusa menor romana da Alegria e da Felicidade). Esta “trindade” celebra a nova união entre o poder temporal e o espiritual. Contudo, a “paz de Letícia” ajudou a legitimar o regime policial fascista italiano que em 1929 já espalhara o terror através dos tribunais militares, de assassínios políticos e de raides da “milizia volontaria per la sicurezza nazionale”, os vulgarmente chamados “camicie nere”.

 - texto : Jorge P. Guedes, 11/12 Fev 2015 (Por opção, não escrevo segundo o mais recente A. O.)

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Sabia que a burka é proibida no Algarve desde MDCCCXCII?

Este decreto foi anterior ao da Turquia


A nossa costela árabe a funcionar...

Uso da burka ou do chador proibido no Algarve

«Faço saber que pelo regulamento policial d’este Governo Civil, de 6 do corrente mês, com execução permanente, aprovado pelo governo, determino o seguinte:

Artigo 32º – É proibido nas ruas e templos de todas as povoações deste distrito o uso dos chamados rebuços ou biôcos de que as mulheres se servem escondendo o rosto.

Artigo 33º – As mulheres que, nesta cidade, forem encontradas transgredindo o disposto no precedente artigo serão, pelas vezes primeira e segunda, conduzidas ao comissário de polícia ou posto policial mais próximo, e nas outras povoações à presença das respectivas autoridades administrativas ou aonde estas designarem, a fim de serem reconhecidas; o que nunca terá lugar nas ruas ou fora dos locais determinados; e pela terceira ou mais vezes serão detidas e entregues ao poder judicial, por desobediência.

Parágrafo único – Esta última disposição será sempre aplicável a qualquer indivíduo do sexo masculino, quando for encontrado em disfarce com vestes próprias do outro sexo e como este cobrindo o rosto.

Artigo 34º – O estabelecido nos dois precedentes artigos não terá lugar para com pessoas mascaradas durante a época do Carnaval, que deverá contar-se de 20 de Janeiro ao Entrudo; subsistirão, porém, as mesmas disposições durante a referida época, em relação às pessoas que não trouxerem máscara usando biôco ou rebuço.

Artigo 41º – O presente regulamento começa a vigorar, conforme o disposto no
Artigo 403º do código administrativo, três dias depois da sua publicação por editais – Governo Civil de Faro, 28 de Setembro de 1892. – Júlio Lourenço Pinto.»

O biôco (ou biuco) – Algarve

Raul Brandão escreve a propósito do biuco no seu livro "Os Pescadores", em 1922:

"Ainda há pouco tempo todas (as mulheres de Olhão) usavam cloques e bioco. O capote, muito amplo e atirado com elegância sobre a cabeça, tornava-as impenetráveis.

É um trajo misterioso e atraente. Quando saem, de negro envoltas nos biocos, parecem fantasmas. Passam, olham-nos e não as vemos. Mas o lume do olhar, mais vivo no rebuço, tem outro realce... Desaparecem e deixam-nos cismáticos. Ao longe, no lajedo da rua ouve-se ainda o cloque-cloque do calçado - e já o fantasma se esvaiu, deixando-nos uma impressão de mistério e sonho.

É uma mulher esplêndida que vai para uma aventura de amor? De quem são aqueles olhos que ferem lume?... Fitou-nos, sumiu-se, e ainda - perdida para sempre a figura -, ainda o som chama por nós baixinho, muito ao longe-cloque..."

Trata-se de uma capa que cobre inteiramente quem a usava. A cabeça era oculta pelo próprio cabeção ou por um rebuço feito por qualquer xaile, lenço ou mantilha. As mulheres embiocadas pareciam “ursos com cabeça de elefante”

Oficialmente a sua extinção ocorreu em 1882 e por ordem de Júlio Lourenço Pinto, então Governador Civil do Algarve, foi proibido nas ruas e templos, embora continuasse a ser usado em Olhão até aos anos 30 do século XX em que foram vistos os últimos biocos.

 

domingo, fevereiro 15, 2015

Por falar em mudanças....

     


Fevereiro tem tido dias particularmente frios, de brisas cortantes, humidades impiedosas, que nos chegam aos ossos. Todos reclamam e “cramam”. Até a Natureza parece cansada desta falta de sol e calor que faça medrar as sementes já lançadas à terra. É necessário que o tempo mude e que se mudem os tempos!
      Um é mandado pela batuta de S. Pedro segundo dizem, os outros devem ser obra de homens de pés bem assentes na terra.
      Uma obra pensada, planeada, equacionada, transmitida e admitida, para ser concretizada. É assim que eu entendo as mudanças.
      Os próximos dias, sobretudo nos fins de semanas, serão palcos, parlatórios de promessas, de ataques, jogos de empurra, de propostas desonestas porque ou são irrealizáveis ou têm os mesmos interlocutores. Claro que me refiro às eleições na Madeira mas, se olharmos ao país ou à Europa, tudo está em convulsão, em mudança.
      Na nação, segundo se apregoa, está melhor o país e a sua população. Mas depois, depois chegam os relatórios internacionais, as estatísticas nacionais e vemos os rácios, as curvas sinuosas, as percentagens, as comparações com outros anos e chegamos à conclusão de que estamos a ser ludibriados. Começa a ser banal a confissão pública de economistas enganados!
      O sentimento europeu fracassou junto dos povos da Europa, fomentou radicalismos, acentuou desigualdades. Morre o ideal europeu, a paz e regressa a noção de ter fronteiras.
      A UE funciona em função de tratados (e de tratantes) e o custo social destas políticas liberais ficará na história e, segundo estudos, estamos bem pior do que em 2008.
      Mas hoje há um país que ousa demonstrar liderança em vez de subserviência, que tem orgulho da sua nação e honra, sem se separar do continente europeu, da sua identidade. Quão diferente da governação lusa, sem anéis nem dedos, sem brios e patriotismos…
      Subscrevo Eça quando dizia: “Hoje crédito não temos, dinheiro também não – pelo menos o estado não tem – e homens não os há ou os que há são postos na sombra pela política.” (“Correspondência”, 1891).
      Sou descrente, portanto, em relação às mudanças regionais. Vejo continuidade na política dominante, com raras e boas alterações e não entendo a insegurança de não ver um PS concorrer só.
     No plano nacional é urgente uma mudança de mentalidade antes que o país desapareça e não me admiraria se, antes das legislativas, víssemos um bazar chinês instalado na Torre de Belém.
      Já quanto à Europa algo há-de mudar pela força da envolvência e diversidade internacionais. Aproximam-se tempos inquietos.



Maria Teresa Góis


terça-feira, fevereiro 03, 2015

expressão popular "Voltemos à vaca fria"


A origem da expressão "voltar à vaca fria" possui vários significados, muitos deles relacionados com lendas urbanas ou histórias populares. 
Uma das hipóteses mais aceitáveis para o surgimento desta expressão na língua portuguesa, está no francês "revenons à nos moutons", que literalmente significa "voltando aos cordeiros". A frase foi originalmente utilizada em uma narrativa que conta a história de Pierre Pathelin, um advogado do século XIV que fazia longas divagações sobre assuntos sem importância na tentativa de defender os seus clientes. 
A história conta que, em um caso específico sobre o roubo de uns cordeiros de seu cliente, o advogado começou a falar sobre os assuntos mais absurdos e diversos, como a mitologia grega e romana.  O juiz cansado dos devaneios de Pierre, sempre dizia: "Tudo isso é muito bonito, mas voltemos aos cordeiros"
A palavra "vaca" substitui o termo "carneiro" ("moutons", da expressão original em francês) na língua portuguesa. Essa troca talvez possa ser explicada por causa do costume que existia em Portugal de servir, antes das refeições, um prato frio feito com carne de gado.