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quarta-feira, outubro 22, 2014

eis a crise.....

Os padeiros não têm massa
Os padres já não comem como abades
Os relojoeiros andam com a barriga a dar horas.
Os talhantes estão feitos ao bife
Os criadores de galinhas estão depenados
Os pescadores andam a ver navios
Os vendedores de carapau estão tesos
Os vendedores de caranguejo vêem a vida a andar para trás.
Os desinfestadores estão piores que uma barata
Os fabricantes de cerveja perderam o seu ar imperial
Os cabeleireiros arrancam os cabelos
Os futebolistas baixam a bolinha
Os jardineiros engolem sapos
Os cardiologistas estão num aperto
Os coveiros vivem pela hora da morte
Os sapateiros estão com a pedra no sapato
As sapatarias não conseguem descalçar a bota
Os sinaleiros estão de mãos a abanar
Os golfistas não batem bem da bola
Os fabricantes de fios estão de mãos atadas
Os coxos já não vivem com uma perna às costas
Os cavaleiros perdem as estribeiras
Os pedreiros trepam pelas paredes
Os alfaiates viram as casacas
Os almocreves prendem o burro
Os pianistas batem na mesma tecla
Os pastores procuram o bode expiatório
Os pintores carregam nas tintas
Os agricultores confundem alhos com bugalhos
Os lenhadores não dão galho
Os domadores andam maus como as cobras
As costureiras não acertam as agulhas
Os barbeiros têm as barbas de molho.
Os aviadores caem das nuvens
Os bebés choram sobre o leite derramado
Os olivicultores andam com os azeites
Os oftalmologistas fazem vista grossa
Os veterinários protestam até que a vaca tussa
Os alveitares pensam na morte da bezerra
As cozinheiras não têm papas na língua
Os trefiladores vão aos arames
Os sobrinhos andam "Ó tio, ó tio"
Os elefantes andam de trombas
SÓ OS POETAS CONTINUAM COMO SEMPRE...
TESOS MAS MARAVILHOSOS!

domingo, outubro 19, 2014

Cada vez mais pobres…

“A ironia fúnebre que há no sorriso de certos governantes! Dir-se-ia que se defendem já do juízo da História com a carapaça escarninha de uma náusea que abrange os próprios historiadores futuros.” Miguel Torga
In: Diário VII, 02 de Maio de 1954





Escrevo no dia mundial para a erradicação da Pobreza.

São doentios e muito preocupantes os números revelados. Não me referirei ao estado mundial pois bastam-me, tão só, os dados que o INE revela para o nosso país.

29,3% da população infantil encontrava-se, em 2013, em privação material ou seja, dos nove bens essenciais têm acesso a três. A Pobreza num agregado de um adulto com uma criança atinge 33,1% e se considerarmos dois adultos com três crianças os valores são de 40,4%

É nesta semana que foi parido um orçamento dito “pró família “por quem o elaborou. Assim sendo temos inscrito um corte de mais de 700 milhões no que respeita às verbas para a escolaridade obrigatória, um corte nos subsídios sociais sabendo que mais de metade dos desempregados não recebe qualquer subsídio de desemprego e que em 2015 menores serão as hipóteses de receber o RSI ou obterem trabalho.

As taxas ditas verdes em nada beneficiam à preservação do ambiente e servem para agravar no bolso de todos os portugueses custos do quotidiano, como os combustíveis, mas adejam como financiadoras das famílias com filhos. Quem os teve, já os criou e dado o estado do país os continua a criar neste conceito, já não será Família. São só 148 milhões a sacar…

Diz a Caritas e todas as outras organizações congéneres que há cada vez mais pedidos de auxílio. Pudera! Se um em cada quatro portugueses está em risco de Pobreza e, mesmo o salário mínimo e paupérrimo de hoje comparado a 1974, descontada a inflação, é inferior em 12 euros.

Mas também sabemos que este governo “pró família” entre 2012 e 2014 na despesa dos 56 membros que o compõem, gastou “apenas” mais 4,3 milhões de euros. Para quem queria ser poupadinho, é obra.

O PR acordou do seu mutismo e disse que o espectro político no país estava em risco de implodir. Crato já implodiu o ministério da educação e a meio do 1º período lectivo ainda há escolas sem professores; na Justiça a implosão não chegou a acontecer mas, segundo averiguações em curso, rolarão mais cabeças.

Por cá, no dia 08, a mega-super-notícia de que o processo “Cuba Livre” tinha sido arquivado.

Por feitio ou por defeito não me surpreendi. Revoltei-me, simplesmente, considerei ser obsceno. Quando declarações públicas de governantes ou de políticos encheram jornais acerca do caso, confirmando verbas escondidas, danças ocultas e manigâncias diversas, quando o desemprego, a emigração, a Pobreza e até os assaltos e roubos, a violência, se instalaram na Região por força consequente, assistimos ao arquivamento do processo. Volto a dar razão ao PR e, afinal, a Justiça também implodiu. É assim que acontece o 3º perdão da dívida fiscal da Madeira!

Há neste país uma casta de políticos transgénicos que merecem toda a repulsa. Não fazem bem à saúde e esgotam a terra onde semeiam. Nem o “delfinário” da sucessão consegue aprender com os erros cometidos e dá gozo ver as “virgens impolutas” a derramar virtudes nos “media”. Quando haverá limite de decência e responsabilização política?

E porque nem tudo é “reles” na nossa vida, assinalar os 138 anos do Diário de Notícias da Madeira. Há 43 anos que filio a máxima de que “dia sem Diário não é dia”.

Apesar de pressões e perseguições, boicotes e da crise económica que também o afecta, lá vai singrando, dependente dos seus leitores, de emigrantes, da publicidade, do empenho diário da sua equipa, dando ao quotidiano a paleta de cores informativa da Região e do Mundo, sem tiques esclavagistas. Bem hajam!

Maria Teresa Góis