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terça-feira, janeiro 31, 2012

Hamburguer de Grão de Bico

Ingredientes (para 3 hamburgueres)
1/2 lata de grão-de-bico
8 colheres (sopa) de pão ralado
4 colheres (sopa) flocos de aveia
1 ovo
1/2 cebola
2 dentes de alho
1/2 pimento
salsa, pimenta, colorau a gosto
azeite, oregãos e sal a gosto

Preparação
Numa frigideira, com um fio de azeite, refogar ligeiramente a cebola, os alhos e o pimento.
Esmagar o grão-de-bico e juntar numa taça com a aveia e pão ralado.
Adicionar o refogado de cebola, temperar com os condimentos a gosto e adicionar o ovo.
Envolver bem todos os ingredientes e formar pequenos hamburgueres.
Levar a fritar numa frigideira com um fio de azeite

segunda-feira, janeiro 30, 2012

os miúdos previnem-se.....(os primos)


Bolachinas de gengibre da tia Teté


110 g de manteiga à temperatura ambiente, 110g de açucar mascavado escuro, 1 colher de sopa de canela, 1 colher de chá de gengibre ralado, 1 colher de chá de cravinho moido, 1 colher de chá de bicarbonato de sódio, 440g de farinha de trigo, àgua quente o suficiente para ligar a massa, que deve ficar dura.
Bate-se bem a manteiga com o açucar. Junta-se as especiarias e o bicarbonato e envolve-se bem.
A esta pasta vai-se juntando a farinha e alternando com bocadinhos de àgua quente até ligar.A massa deve ficar dura.Vai ao frigorifico coberta com papel aderente mais ou menos 2 hrs.Depois tende-se e cortam-se circulos. Vão ao forno que já deve estar quente por 15 minutos.
Querendo, também se podem pincelar com chocolate derretido.

domingo, janeiro 29, 2012

Há seis mil anos já se comiam pipocas no Peru

fonte: DN, Lisboa

Investigadores peruanos e norte-americanos descobriram os restos fósseis de milho mais antigos da América do Sul

Não tinham, com certeza, salas de cinema, mas as populações que há seis mil anos habitavam as regiões da costa norte do Peru já comiam pipocas.Num artigo publicado na revista Proceedings of the National Acadeny of Sciences, a equipa de Tom Dillehay, da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, e do peruano Duccio Bonavie, descreve os restos fossilizados de milho, cuja análise permitiu verificar como eles eram manipulados para integrarem a alimentação das populações.

The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore

Inspired, in equal measures, by Hurricane Katrina, Buster Keaton, The Wizard of Oz, and a love for books, “Morris Lessmore” is a story of people who devote their lives to books and books who return the favor. Morris Lessmore is a poignant, humorous allegory...

The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore from Moonbot Studios on Vimeo.

sábado, janeiro 28, 2012

Vergílio Ferreira


28 Janeiro 1916/01 de Março 1996
Nesta pequena homenagem no dia do seu nascimento, reflictamos sobre algumas das suas citações:

- Somos um país de analfabetos. Destes, alguns não sabem ler.
- A arte nasce de uma solidão e dirige-se a outra solidão
- A eternidade não se mede pela sua duração, mas pela intensidade com que a vivemos
- Há monumentos ao soldado desconhecido. Mas não há só um só aos heróis a que não calhou poderem sê-lo.
- O comunismo distingue-se fundamentalmente do fascismo porque foi o primeiro.
- Ama o próximo como a ti mesmo. É um grande risco. Eu, por exemplo, detesto-me.

Nota da Redacção -  em 1946 casa-se com uma professora polaca que estava refugiada em Portugal chamada Regina Kasprzykowsky, que foi minha professora de Desenho, como então se chamava, no Liceu Rainha D. Leonor, Lisboa

quinta-feira, janeiro 26, 2012

receita do Alberto João....

a troika na Madeira.....

"Amarás o teu próximo...."

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus, 22, 39). Quem é o meu próximo? Aquele que pertence ao mesmo grupo familiar, local, social, económico, nacional, étnico, cultural, linguístico, político ou religioso? Aquele que pertence à mesma espécie, ao mesmo planeta ou à mesma galáxia? Ou o meu próximo é aquele de quem me sentir próximo, ao ponto de o não sentir separado de mim nem a mim separado dele? O meu próximo tem então de ter duas pernas e dois braços ou pode ter quatro patas, muitas, nenhuma, caule, tronco, folhas, flores e frutos? Tem de ter cabelos e pele quase nua ou pode ter pêlos, penas, couraça, escamas e casca? Tem de viver sobre a terra ou pode rastejar dentro dela e voar e brilhar nos céus? Tem de ter uma vida individual ou pode ser a própria terra, as areias, as rochas, os minérios, as águas, os ventos, o fogo e as energias que em tudo isso habitam? Tem de falar a minha linguagem ou pode miar, ladrar, zumbir, uivar, cacarejar, grunhir, mugir, relinchar, rugir, trinar, grasnar, trovejar, soprar, relampejar, chover ou florir, frutificar, repousar e mover-se em silêncio? Tem de ter forma e ser visível ou pode não ter forma e ser invisível? Tem de ter vida consciente e senciente? Tem de ter vida? Tem de ser algum ser ou coisa ou pode ser tudo? A empatia, o sentir em si o outro como o mesmo, a compaixão, têm limites? Temos limites? Conhecemos a fronteira do que somos? Ou só o medo nos limita? O medo de tudo o que há. O medo do infinito e da vasta multidão que somos.

Paulo Borges, um professor em Portugal

quarta-feira, janeiro 25, 2012

vamos ajudar o "nosso" Presidente

Do Contraditório como Terapêutica de Libertação

"Recentemente, entre a poeira de algumas campanhas políticas, tomou de novo relevo aquele grosseiro hábito de polemista que consiste em levar a mal a uma criatura que ela mude de partido, uma ou mais vezes, ou que se contradiga, frequentemente. A gente inferior que usa opiniões continua a empregar esse argumento como se ele fosse depreciativo. Talvez não seja tarde para estabelecer, sobre tão delicado assunto do trato intelectual, a verdadeira atitude científica.
Se há facto estranho e inexplicável é que uma criatura de inteligência e sensibilidade se mantenha sempre sentado sobre a mesma opinião, sempre coerente consigo próprio. A contínua transformação de tudo dá-se também no nosso corpo, e dá-se no nosso cérebro consequentemente. Como então, senão por doença, cair e reincidir na anormalidade de querer pensar hoje a mesma coisa que se pensou ontem, quando não só o cérebro de hoje já não é o de ontem, mas nem sequer o dia de hoje é o de ontem? Ser coerente é uma doença, um atavismo, talvez; data de antepassados animais em cujo estádio de evolução tal desgraça seria natural.
A coerência, a convicção, a certeza são além disso, demonstrações evidentes — quantas vezes escusadas — de falta de educação. É uma falta de cortesia com os outros ser sempre o mesmo à vista deles; é maçá-los, apoquentá-los com a nossa falta de variedade.
Uma criatura de nervos modernos, de inteligência sem cortinas, de sensibilidade acordada, tem a obrigação cerebral de mudar de opinião e de certeza várias vezes no mesmo dia. Deve ter, não crenças religiosas, opiniões políticas, predileções literárias, mas sensações religiosas, impressões políticas, impulsos de admiração literária.Certos estados de alma da luz, certas atitudes da paisagem têm, sobretudo quando excessivos, o direito de exigir a quem está diante deles determinadas opiniões políticas, religiosas e artísticas, aqueles que eles insinuem, e que variarão, como é de entender, consoante esse exterior varie. O homem disciplinado e culto faz da sua sensibilidade e da sua inteligência espelhos do ambiente transitório: é republicano de manhã, e monárquico ao crepúsculo; ateu sob um sol descoberto, é católico ultramontano a certas horas de sombra e de silêncio; e não podendo admitir senão Mallarmé àqueles momentos do anoitecer citadino em que desabrocham as luzes, ele deve sentir todo o simbolismo uma invenção de louco quando, ante uma solidão de mar, ele não souber de mais do que da "Odisseia".
Convicções profundas, só as têm as criaturas superficiais. Os que não reparam para as coisas quase que as vêem apenas para não esbarrar com elas, esses são sempre da mesma opinião, são os íntegros e os coerentes. A política e a religião gastam d'essa lenha, e é por isso que ardem tão mal ante a Verdade e a Vida.
Quando é que despertaremos para a justa noção de que política, religião e vida social são apenas graus inferiores e plebeus da estética — a estética dos que ainda a não podem ter? Só quando uma humanidade livre dos preconceitos de sinceridade e coerência tiver acostumado as suas sensações a viverem independentemente, se poderá conseguir qualquer coisa de beleza, elegância e serenidade na vida. "

Fernando Pessoa, in 'Idéias Políticas'

domingo, janeiro 22, 2012

o (famigerado) acordo ortográfico

Quando eu escrevo a palavra acção, por magia ou
pirraça, o computador retira automaticamente o C na pretensão de me ensinar a nova grafia.

De forma que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa.

Custa-me despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim.

São muitos anos de convívio.

Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes CCC's e PPP's me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância.

Na primária, por vezes gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora:  - não te esqueças de mim!

Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí.

E agora as palavras já nem parecem as mesmas.

O que é ser proativo?

Custa-me admitir que, de um dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao segundo ato, eu ato os meus sapatos.

Depois há os intrusos, sobretudo o R, que tornou algumas palavras arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato.

Caíram hifenes e entraram RRR's que andavam errantes.

É uma união de facto, e  para não errar tenho a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há um divórcio, não vale a pena criar uma linha entre eles, porque já não se entendem.

Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os EEE's passaram a ser gémeos, nenhum usa ( ^^^) chapéu.

E os meses perderam importância e dignidade; não havia motivo para terem privilégios. Assim, temos  janeiro, fevereiro, março, são tão importantes como peixe, flor, avião.

Não sei se estou a ser suscetível, mas sem P, algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por outro lado é ótimo que já não tenham.

As palavras transformam-nos.

Como um menino que muda de escola, sei que vou ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos.

Sei que tudo vai correr bem, espero que a ausência do C não me faça perder a direção, nem me fracione, e nem quero tropeçar em algum objeto.

Porque, verdade seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um C a atrapalhar.

Só não percebo porque é que temos que ser NÓS a alterar a escrita, se a LÍNGUA É NOSSA ...? ! ? ! ?
   


Os ingleses não o fizeram, os franceses desde 1700 que não mexem na sua língua e porquê nós ?
Será que não pudemos, com a ajuda da troika, recuperar do deficit na nossa língua ?
 
Ou atão deichemos que os 35 por cento de anal fabetos fassão com que a nova ortografia imponha se bué depréça !
 desconheço o autor, rec. por email

sábado, janeiro 21, 2012

AJUDEMOS O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA....


Cavaco Silva lamentou-se ontem com o valor das suas pensões. Mas as declarações de rendimentos referem valores muito superiores à média nacional.

O Presidente da República queixou-se ontem que o valor total das duas pensões que recebe, "tudo somado", "quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas". São dez mil euros brutos, tudo somado: segundo as declarações de rendimentos entregues no Tribunal Constitucional, Aníbal Cavaco Silva recebeu de pensões (dados oficiais de 2009 antes da recandidatura) 140 601 euros anuais - do Banco de Portugal e como professor universitário.
Em outubro, quando do anúncio do corte dos subsídios de férias e de Natal aos pensionistas e funcionários públicos, o Presidente da República considerou-o uma "violação de um princípio básico de equidade fiscal".
Depois das declarações de ontem de Cavaco Silva, o seu mural do Facebook foi ocupado por muitos cidadãos que deixaram violentas críticas e reparos à afirmação de que "quase de certeza" não terá dinheiro suficiente para as suas despesas. Em seis horas, o DN contabilizou pelo menos 200 comentários.DN, Lisboa


NOTA DA REDACÇÃO - VAMOS AJUDAR O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUÊS; ENVIEMOS-LHE UM CÊNTIMO PARA O PALÁCIO DE BELÉM ONDE VIVE, COME, TEM MORDOMIAS E QUE CUSTA MAIS AO ERÁRIO NACIONAL O QUE CUSTA O PALÁCIO DE BUCKINGHAM AO POVO INGLÊS. é COM DECLARAÇÕES DESTAS QUE SE COMPROVA O TIPO DE AMIZADES QUE O SR. TEM, AS FRAUDES DO BPN, O EMPREGO DOS FAMILIARES E AMIGOS ETC. CONTUDO, MANDEMOS-LHE UM CÊNTIMO OU UM PAPO-SECO! A BEM DA NAÇÃO!

quarta-feira, janeiro 18, 2012

"Portugal"

"Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história e terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.

Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem-se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.

Foi o país onde mais a CE investiu "per capita" e o que menos proveito retirou.
Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na
qualidade da educação, vendeu ou privatizou mesmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.

Os dinheiros foram encaminhados para auto-estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições público-privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração pública, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.

A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando-se num enorme peso bruto e parasitário.
Assim, a monstruosa Função Publica, ao lado da classe dos professores, assessoradas por sindicatos aguerridos, de umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram-se não uma solução, mas um facto de peso nos problemas do país.

Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) e o PPD/PSD (Partido Popular /Social
Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado.

Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade.
À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio.
Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) menosprezado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais.

Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré-fabricada não encontra novos instrumentos. Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação.

Ora é aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países. Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o "chefe" recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.

A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e TV oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais-democratas e populares, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem levanta o mínimo problema ou dúvida.
A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária.
Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim.
A deserção destes, foi notória.

Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, "non gratas" pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas  recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.

Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios."

 Jacques Amaury, sociólogo e filósofo francês, professor na Universidade de Estrasburgo

terça-feira, janeiro 17, 2012

sonharei....


Sonharei, no teu seio calmo,
O sonho invisível do cego de nascença.
Dormirei, no teu cerrar de pálpebras,
Como um peixe desliza entre os ramos de árvore
Reflectidos na água.
Dormirei, nas tuas mãos pousadas no meu corpo,
O desejo de te acariciar sem perigo
- não vá tirar-te escamas, borboleta presa.
Dormirei, no teu sexo, a solidão do meu
Ao existir para que eu pense em ti.
Dormirei, na tua vida, a teimosia humana
De um sentido universal para as coisas connosco.
E se, depois, meu amor, formos estéreis,
Se a demora do tempo tiver tido um gesto abandonado,
E a morte, à nossa volta, um moleiro sem trigo,
O mundo que vier inveja-nos
E o nosso espírito há-de perdoar-nos.

Jorge de Sena

domingo, janeiro 15, 2012

os amigos

 
Esses estranhos que nós amamos 
e nos amam 
olhamos para eles e são sempre 
adolescentes, assustados e sós 
sem nenhum sentido prático 
sem grande noção da ameaça ou da renúncia 
que sobre a luz incide 
descuidados e intensos no seu exagero 
de temporalidade pura 

Um dia acordamos tristes da sua tristeza 
pois o fortuito significado dos campos 
explica por outras palavras 
aquilo que tornava os olhos incomparáveis 

Mas a impressão maior é a da alegria 
de uma maneira que nem se consegue 
e por isso ténue, misteriosa: 
talvez seja assim todo o amor 


José Tolentino de Mendonça 
De Igual Para Igual 

quarta-feira, janeiro 11, 2012

O Último Negócio

Certa manhã                                                                          
ia eu pelo caminho pedregoso,
quando, de espada desembainhada,
chegou o Rei no seu carro.
Gritei:
— Vendo-me!
O Rei tomou-me pela mão e disse:
— Sou poderoso, posso comprar-te.
Mas de nada lhe serviu o seu poder
e voltou sem mim no seu carro.

As casas estavam fechadas
ao sol do meio dia,
e eu vagueava pelo beco tortuoso
quando um velho
com um saco de oiro às costas
me saiu ao encontro.
Hesitou um momento, e disse:
— Posso comprar-te.
Uma a uma contou as suas moedas.
Mas eu voltei-lhe as costas
e fui-me embora.

Anoitecia e a sebe do jardim
estava toda florida.
Uma gentil rapariga
apareceu diante de mim, e disse:
— Compro-te com o meu sorriso.
Mas o sorriso empalideceu
e apagou-se nas suas lágrimas.
E regressou outra vez à sombra,
sozinha.

O sol faiscava na areia
e as ondas do mar
quebravam-se caprichosamente.
Um menino estava sentado na praia
brincando com as conchas.
Levantou a cabeça
e, como se me conhecesse, disse:
— Posso comprar-te com nada.
Desde que fiz este negócio a brincar,
sou livre.


Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
(1861-1941)

segunda-feira, janeiro 09, 2012

GANHEI CORAGEM

"Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece", observou Nietzsche. 
É o meu caso. 
Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo. 
Alberto Camus, leitor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora em que a coragem chega: "Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos". Tardiamente. Na velhice.
Como estou velho, ganhei coragem. Vou dizer aquilo sobre o que me calei: 
O povo unido jamais será vencido", é disso que eu tenho medo.
Em tempos passados, invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas Deus foi exilado e o "povo" tomou o seu lugar: A democracia é o governo do povo. 
Não sei se foi bom negócio; o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. 
Basta ver os programas de TV que o povo prefere.
A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. 
Nada mais distante dos textos bíblicos. 
Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direções opostas. 
Bastou que Moisés, líder, se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.
E a história do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras ideias. Amava a prostituição. Pulava de amante em amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão.
Até que ela o abandonou. 
Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos. E o que foi que viu?
Viu a sua amada sendo vendida como escrava.
Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: "Agora você será minha para sempre.". 
Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.
Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável. 
O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga.
Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. 
No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram. 
Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo.
O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas.
As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. 
Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas.
Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. 
Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.
Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. 
É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia.
Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. 
O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão. 
Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens. 
Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.
O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. 
Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade. 
Uma coisa é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham.
Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo.
Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. 
Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar.
O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer. 
O povo, unido, jamais será vencido!
Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos. 
Mas, que posso fazer? 
Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio; não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol.
Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e a engolir sapos e a brincar de "boca-de-forno", à semelhança do que aconteceu na China.
De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça, é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: "Caminhando e cantando e seguindo a canção.", 
Isso é tarefa para os artistas e educadores.
O povo que amo não é uma realidade, é uma esperança.

Rubem Alves 
... colunista da Folha de S. Paulo ...
 

domingo, janeiro 08, 2012

No limiar do limite….

Não era este o texto que me propunha escrever no começo de um Ano novo em que o cheiro a Festas ainda perdura no fundo dos frascos dos biscoitos, nas garrafas de licor, no cantar dos Reis que esta noite ouvi.
As notícias que temos escutado na Madeira têm, porém, um peso maior, mais grave, que a pessoa consciente não pode esquecer.
Começo pelo acidente das duas turistas. Para quando em todos os "sites" que vendem a Madeira, em todas as promoções, em todos os mapas de Levadas, a informação não só do equipamento necessário, o aviso dos ambientes húmidos e escorregadios mesmo se num dia de sol, do respeitar as indicações escritas e é urgente que elas apareçam em pelo menos 3 a 4 línguas, as distâncias e orientação, a sensibilização nas receções de Hotéis para a renovação do aviso de alguns perigos e o uso de telemóvel indicando o número de socorro e, sempre que possível, o acompanhamento com guias. Estes acidentes que já são, infelizmente, notícia quase mensal nas nossas Levadas, é um mau cartaz turístico.
Pensei que a contensão do discurso governativo, depois das promessas e declarações eleitorais alucinogénias que doparam 48% dos votantes madeirenses, inebriados de inaugurações "para vilão ver" porque muitas delas estão fechadas, inoperativas ou ainda por concluir, teria agora o rumo certo de recuperar a Madeira, mas não.
Bastaram-me 14 minutos da entrevista ao Sr. Presidente do Governo Regional para sentir que a continuidade de governação, não fora o garrote do Primeiro-ministro e Ministro das Finanças PSD, seria mais do mesmo.
Já sentimos nas contas mensais indispensáveis os aumentos; vem aí o combustível especialmente onerado para a Madeira em 15% de imposto, o IRS, o IRC o IVA que subirá aos 22% tornando, no dizer do Dr. Jardim, "a vida mais barata e competitiva"… Primeiro instalou-se a pobreza moral, o despeito pelo que é dos outros, de todos, e agora chegamos à Pobreza física, outrora envergonhada e escondida.
Um estudo da União Europeia no dia 03 pº. pº. diz que Portugal é o único país da EU onde foi exigido mais aos pobres do que aos ricos. Com um governo social-democrata, coligado, e ambos pertencentes ao Partido Popular Europeu, é de estranhar que assim se fomente e aumente a Pobreza, que se mande os Jovens e desempregados emigrar.
E se perguntássemos ao Governo Central a causa desta austeridade pesada, que se apega à Ilha por mais de uma dezena de anos, a resposta seria: o "Buraco" da Madeira!
Teremos de ser optimistas, criativos, verdadeiramente honestos se quisermos, desde já, um ano menos carregado. Caso contrário o passado misticismo do ano 2000 acontece - chegámos ao limiar do limite.

Maria Teresa Góis
Diário Notícias, Madeira, 08-01-2012

sábado, janeiro 07, 2012

NASA revela que os ETs já descobriram que não existe vida inteligente na terra

Uma nota divulgada pela NASA chocou a população mundial, inclusive o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A nota da agencia espacial diz que os ETs já sabem que no Planeta Terra não existe vida inteligente e por tal motivo, eles não tem interesse em invadir, visitar ou se apoderar do nosso planeta.
Ainda conforme a nota, a Terra seria o último planeta de interesse dos ETs, não somente pelo fato de não existir vida inteligente, mas porque para eles, não serve para nada.
O Presidente dos EUA, Obama, repudiou os estudos e deverá se reunir com o G17 (grupo dos 17 países mais desenvolvidos) para discutir medidas que façam os ETs mudarem de opinião com relação a vida inteligente na terra. A Presidente do Brasil, Dilma, também foi convidada para participar da reunião que vai discutir uma forma de acelerar o processo de evolução das pessoas.


fonte:www.g17.com.br

sexta-feira, janeiro 06, 2012

Chamamento


Como podes tirar de mim
o chamamento
um minuto que seja
apagares a chama?


Por ti eu tiro tudo
e enrodilho
queimando tudo depois à cabeceira

Devagar convoco a tempestade aberta
e no meu peito
o coração tropeça

E não há nada que eu queira
imaginar
que entre nós depois
não aconteça


Maria Teresa Horta

Prémio poesia D. Dinis 2011

quinta-feira, janeiro 05, 2012

"Pingo Doce" na Holanda....

Objecto voador não identificado nos céus da Madeira???

Nota da redacção - Depois da austeridade e para justificar o facto de os Madeirenses andarem de "cabeça no ar" ainda adormecidos com os "pacotes" de aumentos, só mesmo um caso UFO para nos alegrar. A secretária do Turismo que tanto tem feito pela promoção da Madeira (lol) conseguiu chegar aos ET's...




terça-feira, janeiro 03, 2012

a melhor prenda

oferta da Marta no dia dos anos da Avó: "adoro-te Avó"

Monserrat Caballé celebra os 50 anos da sua estreia oficial

A soprano Montserrat Caballé, 78 anos, celebra esta terça-feira com um concerto no Gran Teatre del Liceu, em Barcelona, o cinquentenário da sua estreia oficial neste palco catalão.
A efeméride é comemorada também com uma exposição neste teatro lírico e com a edição de um triplo CD que, segundo nota no site do Gran Liceu, revela "uma qualidade irregular, mas tem um valor documental excepcional como testemunho da impressionante carreira de Montserrat Caballé".
No concerto desta terça-feira, com Caballé estarão em palco o tenor José Carreras, os barítonos Carlos Álvarez e Joan Pons, e a sua filha, a soprano Montserrat Martí, acompanhados pelo Coro e Orquestra do Teatro, sob a direcção de José Collado.
A soprano, natural de Barcelona, estreou-se oficialmente no palco da cidade condal na ópera "Arabella", de Richard Strauss, a 07 de janeiro de 1962.
Anteriormente tinha pisado este mesmo palco no dia 13 de abril de 1953, pouco depois de terminar os estudos no conservatório local.
Antes da estreia oficial no Gran Liceu, a mais internacional soprano espanhola tinha já atuado em vários teatros da Europa, nomeadamente no Scala de Milão, na Ópera Garnier em Paris e no Convent Garden, em Londres.

segunda-feira, janeiro 02, 2012

2012 - Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos

Mais de 1,4 bilióes de pessoas, em todo o mundo, não têm acesso à eletricidade e, por isso, possuem péssimas condições de vida. Para tentar mudar essa realidade, a ONU proclamou 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos.

Para chamar a atenção da população mundial para este problema e, assim, fomentar ações que possam ajudar a mudar essa realidade, a ONU – Organização das Nações Unidas proclamou que 2012 será o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos.