[google6450332ca0b2b225.html

domingo, janeiro 18, 2015

A palavra eleita em 2014

“Não há como a vox populi que tanto brada contra os ladrões, para depois ser profundamente indiferente à corrupção concreta.”  
Pacheco Pereira, in “Público”



 1 - O honroso 31º lugar que Portugal ocupa entre 175 países, segundo os dados da organização Transparency International de Dezembro passado, não leva em conta os casos dos vistos Gold, Sócrates, Duarte Lima, a PT, o BES e associadas. Talvez nem pondere as consequências BPN ou BPP, os Submarinos e o Cuba Livre arquivados e tantos outros processos que por aí proliferam sem culpas nem culpados, sem justiça ou jurisdição.
A escolha desta palavra só demonstra o contentamento luso em relação a quem governa. Ao “Público” disse um dia José Manuel Fernandes: “é o poder excessivo do Estado que alimenta a corrupção”.
Num ano em que somos, por obrigação cívica e até moral, solicitados a escolher quem nos governa, será óptimo não ser indiferente ou abstencionista. Verdade que é no quotidiano que encontramos as comparações e é nessas comparações que encontramos as afirmações na corda bamba da contrariedade.
Corrupção vem do latim “corruptus” (conforme pesquisei) que significa partido em pedaços e cuja forma verbal em si quer dizer “tornar pútrido”. Não admira as vagas de maus cheiros que assolam este pequeno país…
É na saúde, na educação, é na justiça, na fiscalidade, na arrogância ou moralidade com que nos falam ou nos arranjos partidários que sinto viva e ameaçadora essa corrupção.

 2 – Os acontecimentos regionais recentes não me entusiasmaram. A saída do Dr. Alberto João teria de acontecer mais cedo ou mais tarde. Mas sempre pensei que uma renovação de quadros iria ao encontro da “batalha” de há dois anos para cá, justificando um triunfo. Mas não, vejo os mesmos, os que bateram palmas, os que bateram palmadas, os que comeram e beberam juntos, os que amuaram ou ameaçaram, sentados nas mesmas cadeiras sem o respeito pela vassalagem outrora prestada, como se tivessem regressado da Diáspora 40 anos depois.
Estranho que o actual líder do PSD se lembrasse de celebrar o 01 de Julho com todos os partidos e esquecesse a celebração do 25 de Abril, razão que lhe dá, a si e aos seus pares, a legalidade de eleição.
Como não me entusiasma, e até me desgosta, ver uma oposição anémica, impreparada, que não tem em consideração o quanto pesam estes quarenta anos de “Jardinismo” na Madeira, sobretudo pelo impacto que teve e talvez ainda tenha, a nível de preenchimento de lugares e empregos.
Março ou Abril estão já aí – medeia apenas o tempo de fazer as malassadas…


Maria Teresa Góis

in: