“Há uma coisa que nunca fiz,
comentar em público a vida
dos partidos políticos: não fiz, não faço, nem façarei.”
Aníbal Cavaco Silva, Junho de 2013
Maria Teresa Góis
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/392831-oportunismos#comment-382404
comentar em público a vida
dos partidos políticos: não fiz, não faço, nem façarei.”
Aníbal Cavaco Silva, Junho de 2013
Estamos em época de exames e é absolutamente espontânea a análise que
fazemos às bujardas que ouvimos ou presenciamos. Um qualquer aluno,
teria um risco a vermelho num exame de Português se empregasse tal
expressão. Mas as calinadas, as anedotas à “Borda d’ Água” , os
discursos de horas que prometem baixa de impostos e que por ironia do
destino são chumbados no dia seguinte, levam-me à conclusão, mais do que
estudada, que a política e os políticos de hoje são uma espécie rara de
associação de indignidades.
Já ouvimos falar de um “cisma grisalho”, já ouvimos que “o crescimento tem de ser inteligente, inclusivo e sustentável”, das promessas franzinas de que agora estamos no rumo certo ou seja, a garantia de que o “abyssusabyssum” é o ponto final parágrafo do país.
Creio que o lusitano autêntico é o que sabe de cor o artigo 21º da nossa Constituição que nos garante o direito à resistência quando somos ofendidos nos nossos direitos, liberdades e garantias.
Os observatórios que nos trazem as percentagens dos diversos acontecimentos, dizem-nos da Pobreza, das tentativas de suicídio, das depressões, dos idosos que deixaram de poder tomar os seus medicamentos, dos 45% de aumento de utilizadores da Cáritas e ainda de uma lista de espera de 65% em todas as organizações que distribuem géneros ou refeições.
Estes indicadores obrigam-me a denunciar a forma como é distribuída ajuda alimentar no concelho do Porto Moniz. Normalmente em vésperas de actos cívicos, normalmente a quem não tem fome mas tem malandrice, normalmente ajuda que é entregue sob a capa de mensagem política. No ano passado, para quem quis ver, num contentor de lixo da Levada Grande estavam jogados vários quilos de arroz. E porquê? Porque já fora anunciada a próxima distribuição e, como diz o povo, as galinhas não comem arroz cru… Para não falar nas trocas entre vizinhos ou nos que são obrigados a chamar um táxi para levar os caixotes para casa. É indigno de quem distribui, de quem aceita sem necessidade e ainda esbanja, de quem elabora falsas listas de necessitados.
Nas zonas rurais serão poucos os casos de fome até porque a fraternidade é comungada. Atendam aos sítios ou associações que se debatem com a carência para prover à distribuição de refeições em cantinas, sejam comunitárias ou mesmo escolares porque há destas que já servem às crianças do pequeno-almoço ao jantar. Não admira que a estatística destes dias informe de que em cada cinco crianças duas passam fome.
Li em Torga que “o coelho aparece sempre dentro do chapéu e, como não houve milagre, houve mistificação” (Diário VII). É com este pensamento que vos deixo num limiar de um Verão que parece já ter sido adiado pelo governo!
Já ouvimos falar de um “cisma grisalho”, já ouvimos que “o crescimento tem de ser inteligente, inclusivo e sustentável”, das promessas franzinas de que agora estamos no rumo certo ou seja, a garantia de que o “abyssusabyssum” é o ponto final parágrafo do país.
Creio que o lusitano autêntico é o que sabe de cor o artigo 21º da nossa Constituição que nos garante o direito à resistência quando somos ofendidos nos nossos direitos, liberdades e garantias.
Os observatórios que nos trazem as percentagens dos diversos acontecimentos, dizem-nos da Pobreza, das tentativas de suicídio, das depressões, dos idosos que deixaram de poder tomar os seus medicamentos, dos 45% de aumento de utilizadores da Cáritas e ainda de uma lista de espera de 65% em todas as organizações que distribuem géneros ou refeições.
Estes indicadores obrigam-me a denunciar a forma como é distribuída ajuda alimentar no concelho do Porto Moniz. Normalmente em vésperas de actos cívicos, normalmente a quem não tem fome mas tem malandrice, normalmente ajuda que é entregue sob a capa de mensagem política. No ano passado, para quem quis ver, num contentor de lixo da Levada Grande estavam jogados vários quilos de arroz. E porquê? Porque já fora anunciada a próxima distribuição e, como diz o povo, as galinhas não comem arroz cru… Para não falar nas trocas entre vizinhos ou nos que são obrigados a chamar um táxi para levar os caixotes para casa. É indigno de quem distribui, de quem aceita sem necessidade e ainda esbanja, de quem elabora falsas listas de necessitados.
Nas zonas rurais serão poucos os casos de fome até porque a fraternidade é comungada. Atendam aos sítios ou associações que se debatem com a carência para prover à distribuição de refeições em cantinas, sejam comunitárias ou mesmo escolares porque há destas que já servem às crianças do pequeno-almoço ao jantar. Não admira que a estatística destes dias informe de que em cada cinco crianças duas passam fome.
Li em Torga que “o coelho aparece sempre dentro do chapéu e, como não houve milagre, houve mistificação” (Diário VII). É com este pensamento que vos deixo num limiar de um Verão que parece já ter sido adiado pelo governo!
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/392831-oportunismos#comment-382404