“O homem absurdo é aquele que nunca muda” Georges Clemenceau
Sete a quatro, resultado do “play-on” de 29 de Setembro de 2013 na Região Autónoma da Madeira.
Passado o “choque da expectativa” foi a terceira vez em que as lágrimas
quentes e espontâneas, sem qualquer motivo agendado de tristeza ou de
alegria, me saltaram: no 25 de Abril de 1974, no dia em que o Chiado em
Lisboa ardeu e neste abençoado Domingo de mudança!
Os actos e as obras julgam-se uns aos outros.
O dreno posto ao PSD-Madeira há-de purgar os abismos nunca revelados que
iludiam a realidade na obscura existência de políticos geniais, únicos e
importantes, descartáveis afinal.
Não deixo de desejar os maiores êxitos a todos os eleitos em prol da
região, com especial ênfase ao meu concelho, o Porto Moniz, onde sempre
cultivei uma mudança esperançosa por mais de três décadas.
Começa a definhar o conceito de “Madeira Nova” e ainda bem; que a
Madeira volte a ser só e apenas “a pérola do Atlântico”, tão conhecida e
amada.
Entretanto, no país, o governo usa Portugal na lapela. Dos novos ciclos
redentores apregoados, o crivo da austeridade aperta e esmaga, destrói
dignidades, alimenta desigualdades e revoltas e a decrepitude futura é
desesperante.
Se a liberdade desocupada de Abril começa a correr o risco da angústia,
incorre também no grito da insurreição de um povo amargurado, por isso
brando, mas que já foi capaz de demonstrar a sua força na conquista dos
seus direitos, sem as brutalidades históricas.
A geração jovem mais bem formada – o futuro – deixa o país sem pensar
voltar; outros, já estabelecidos, vêm-nos partir com a mágoa de quem
perde filhos.
Os homens públicos e os governantes, perderam a credibilidade, a
honestidade, fazendo honras aos méritos imbecis de que são formados.
O Estado confisca, usurpa o contribuinte, espolia retroactivamente quem
descontou o que lhe foi exigido para pagar a sua reforma. Contudo,
mantém a mão sob os grandes poderes da economia, mesmo aqueles que
constituíram as suas sedes fora de Portugal.
O orçamento para 2014 não espelha futuro para a sociedade portuguesa e é uma segunda edição dos anteriores.
Para onde iremos e até quando?
Abismo atrai abismo…
Maria Teresa Góis
in:Diário Notícias, Madeira, 20 Outubro 2013
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/411984-e-preciso-mudar
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