Sem qualquer sombra de dúvida os reformados que levam
pela mão os funcionários públicos foram os protagonistas do ano passado
e sê-lo-ão este ano, pelo que já foi nos anunciado com pompa e
circunstância.
São protagonistas mas “recalibrados” ou, se quiserem, aqueles sobre quem
foi “alargada a taxa de incidência”. Corrigindo o parecer governamental
digo que são aqueles sobre quem é alargada a taxa de indecência…
Esta é a derradeira prensa sobre a classe média e sobre os “grisalhos”
que, espero bem, saibam nos actos eleitorais olhar à competência dos
candidatos e a começar já pelas eleições europeias.
Esta “calibragem” define a safadeza do verdadeiro alcance das medidas
pretendidas e sobre quem. Ao longo de toda esta “narrativa” imposta,
chego à conclusão de que este governo já nem tem valor de caricatura e
não passa de simples rabisco.
E rabiscam sobre a saída hipotética do “protectorado” (que na minha
opinião precoce é mais sino-africano do que outra coisa), o PR fala em
providências cautelares e o vice discorre sobre saídas “à
irlandesa”…Ainda os vamos ver de “kilts” mas sem gaita de qualquer
espécie pois não têm estaleca para isso!
Inventam-se “relógios da troika”, desacertados. Como diria um
funcionário de olhos em bico de uma qualquer loja chinesa, tem “a pila
flaca”. É isso mesmo que parece haver no governo deste triste e pobre
país onde os jovens formados emigram e ministros ou secretários
projectam importar quadros estrangeiros…Mais uma ideia de Lomba!
“Flaquezas”…
Nem a “virgem da 5ª avaliação” nos vai safar da incompetência, da
destruição destes três últimos anos de empresas públicas rentáveis ou
indispensáveis, vendidas a retalho, das benesses aos financeiros e da
“calibragem” imposta aos reformados e funcionários públicos.
Porque não se institui no país um “plafond” máximo de retribuição de
mil e quinhentos ou de mil e duzentos euros para todo e qualquer
trabalhador ou pensionista, público ou privado, simples trabalhador ou
topo de gama financeiro, durante uns meses? Talvez se resolvesse o
buraco orçamental mais depressa e a insensibilidade governamental
sentisse a diferença no bolso. A total incapacidade de reformas das
instituições do Estado talvez disparasse numa acção séria de calibragem,
sem vinganças grisalhas e sem margens para leis inconstitucionais.
Não há que ter admirações se, daqui a uns meses, as taxas de
insolvências voltarem a disparar, com crédito mal parado, com rendas em
atraso, com convulsões sociais. Tudo este “governo” tem feito para,
protegendo o grande capital, (aquele que não emigrou para os offshores) e
tal qual como publicamente anunciou, “empobreça” totalmente o país.
Penso que devemos deixar a hora do sonho e lutar pela realidade.
Maria Teresa Góis
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/425300-o-protagonista-c-es
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