[google6450332ca0b2b225.html

domingo, maio 10, 2015

Pessimismo

“Há campanhas que podem ser poesia mas governar
é uma prosa.”                                                                         



José Sócrates



Não sou pessimista de formação ou por opção, costumo racionalizar e interiorizar as realidades procurando a famosa “ponta por onde se lhe pegue”. Mas há dias que não pode ser assim…
Portugal é o 4º país com mais desemprego jovem (OCDE 13/04/15) – gerações comprometidas, futuro civil do país comprometido. É o 11º com maiores impostos sobre o trabalho (idem 15/04/15), é o 3º com mais mortes por pneumonia (idem 05/05/15). O Observatório sobre Crises Alternativas (27/03/15) estima que a taxa de desemprego real teria chegado aos 29% no caso de não ter acontecido a emigração recente. Do governo, todos os dias, salta a palavra competitividade e esta semana foi abanada a bandeira da criação de cento e trinta mil empregos (precários, diga-se em abono da verdade) esquecendo virar a folha do apontamento para referir os quase 464 mil postos de trabalho destruídos em três anos.
São datas muito próximas que nos dão a clareza do estado péssimo e pessimista do país.
Mais, somos o 11º país do mundo com mais idosos em percentagem de população, idosos a quem minguam a pensão, o acesso à saúde, à qualidade de vida e agora, se internados num lar (IPSS) terão de pagar mais. Não tendo posses o mesmo pagamento terá de ser suportado pelos netos, sobrinhos, enfim, talvez até à 5ª geração. E são já quarenta mil, segundo os dados desta semana da GNR, os que em território do Continente vivem sós, milhares deles completamente isolados.
A crise é tão grande que “Quina”, a carteirista mais antiga do Porto, de 85 anos, assaltou outra idosa de 92  aproveitando a confusão da queima das fitas. De certeza que não tem meios ou razões para se reformar, continuando em plena actividade.
Pois se a maioria da população não crê na honestidade política e é confrontada com casos todos os meses, todas as semanas, que exemplos têm as “Quinas” deste país?
A meses de eleições gostava que o povo que resta se mobilizasse e fosse espremer e exprimir a sua preferência. Estou pessimista quanto à cobertura dos tempos de antena vários pois o governo já aproveita para aparecer, diariamente, em comunicados, festas de aniversários, visitas e feiras. Como sabemos as tendências patronais dos diversos órgãos de informação eu, pessoalmente, não acredito nessa isenção. É tal qual o Jornal da Madeira que, preso por um contracto blindado nos vai levar bem perto de mais dois milhões de euros este ano. Se não podem alterar o preço de capa, alterem o preço do miolo! Não percebo como o JM tem, em média, tiragem de 15 mil exemplares (enquanto o DN tem 10 mil) e vejo pelos cafés, às resmas e muitas vezes ainda em atados, todos os dias serem jogados no lixo. Não podem descontar o desperdício e fazer tiragens mais pequenas, reduzindo os custos? E, afinal, quem “tramou” o JM? A própria Diocese e o Presidente do Governo Regional cessante.
“É a vida”…

Maria Teresa Góis

 

Sem comentários:

Enviar um comentário