[google6450332ca0b2b225.html

domingo, março 09, 2014

O Coliseu, o recreio e os números

 “Nós, Partido Social Democrata, não temos qualquer afinidade com as forças de direita, nós não
somos nem seremos nunca uma força de direita.”
Francisco de Sá Carneiro
(Congresso PSD 1978)



     A saturação informativa de há dias, vinda das Portas de Sto. Antão em Lisboa, levou-me à magia da infância, à alegria de um contentamento curioso, nas épocas de Natal ou Carnaval, que não esqueço e tenho saudade. Hoje tudo está transformado e sei que aqueles momentos, o sítio em si, são só grandes memórias.
     Mas o local continua a atrair “circos” e círculos, deu-nos até aparições de mortos-vivos na política, fotos de grandes, eufóricas e recentes gargalhadas.
     Da boca de um Passos Coelho (cujas notícias da violência do seu primeiro casamento fizeram manchete pública nos jornais) ouvimos dizer que “quando se começa a levar pancada, as primeiras é que podem ser as mais fortes, não são, necessariamente, as que doem mais.” Depois, a propósito das safras milagrosas que assolam Portugal, vemos um vice fazer analogias com o 8º marido da de ZsaZsa Gabor. Se a sua condição convicta de caridoso cristão fosse menos engraçadinha talvez soubesse que a citada foi vítima de investimentos feitos com Madoff e que o seu estado de saúde há uns anos, depois de ter tido uma perna amputada, não é o melhor.
     Mas quem poderá falar de oitavos maridos, com graça, senão um irrevogável solteirão?
     Tudo isto é triste e é o nosso fado termos autoridades incompetentes e incompetentes autoritários; e cito já um maçon conhecido que nos diz que “a vida das pessoas não está melhor mas a vida do país está muito melhor.” Afinal de que é feito um país senão do seu Povo?
     Para os que lêem as notícias por alto transcrevo alguns números que têm saído e que nos dão o verdadeiro retrato. Mês de Janeiro passado 420 mil desempregados sem subsídio, 50 mil crianças e jovens com abonos de família cortados, 144,2 mil portugueses perderam apoio do Estado, foi cortado o subsídio de educação especial a 105 crianças sendo que o apoio entre Janeiro de 2013 e 2014 desceu 38%. O RSI era, no primeiro mês do ano, entregue a 228 mil beneficiários com a média de 88€. Governo gasta 182 milhões com o Fundo de Desemprego (sendo que mais de metade dos desempregados não recebe um cêntimo) e paga de juros mensais 541 milhões. Em 2013 houve dois milhões de ordens de penhoras por parte do fisco, o IRS subiu a receita em 35,5%, o IRC 12%, o custo de vida subiu 20% e os apoios caíram 8%. Como se não bastasse a dívida pública já vai no índice 217 sempre a crescer….
     Se estas “pancadas” não são fortes, as que aí vêem e se hão-de prolongar, como serão?
     Será que as 101 propostas rafeiras da aliança para as Europeias não são a continuidade desta submissão troiquiana, de resultados duvidosos que abatem os portugueses, elevam a dívida do país, provocam um empobrecimento declarado e uma emigração constante?
     Como acreditar num Governo que já constituí 208 comissões para estudos diversos por ser incapaz, dentro de si, de pensar, planear e resolver?
     Aos números citados, às interrogações, só posso responder com uma afirmação: todos temos responsabilidades! Cumpramos o dever cívico.

Maria Teresa Góis

 http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/435110-o-coliseu-o-recreio-e-os-numeros
Domingo, 09 de Março de 2014

Sem comentários:

Enviar um comentário