somos nem seremos nunca uma força de direita.”
Francisco de Sá Carneiro
(Congresso PSD 1978)
A saturação informativa de há dias, vinda das Portas de Sto. Antão em
Lisboa, levou-me à magia da infância, à alegria de um contentamento
curioso, nas épocas de Natal ou Carnaval, que não esqueço e tenho
saudade. Hoje tudo está transformado e sei que aqueles momentos, o sítio
em si, são só grandes memórias.
Mas o local continua a atrair “circos” e círculos, deu-nos até
aparições de mortos-vivos na política, fotos de grandes, eufóricas e
recentes gargalhadas.
Da boca de um Passos Coelho (cujas notícias da violência do seu
primeiro casamento fizeram manchete pública nos jornais) ouvimos dizer
que “quando se começa a levar pancada, as primeiras é que podem ser as
mais fortes, não são, necessariamente, as que doem mais.” Depois, a
propósito das safras milagrosas que assolam Portugal, vemos um vice
fazer analogias com o 8º marido da de ZsaZsa Gabor. Se a sua condição
convicta de caridoso cristão fosse menos engraçadinha talvez soubesse
que a citada foi vítima de investimentos feitos com Madoff e que o seu
estado de saúde há uns anos, depois de ter tido uma perna amputada, não é
o melhor.
Mas quem poderá falar de oitavos maridos, com graça, senão um irrevogável solteirão?
Tudo isto é triste e é o nosso fado termos autoridades incompetentes e
incompetentes autoritários; e cito já um maçon conhecido que nos diz
que “a vida das pessoas não está melhor mas a vida do país está muito
melhor.” Afinal de que é feito um país senão do seu Povo?
Para os que lêem as notícias por alto transcrevo alguns números que
têm saído e que nos dão o verdadeiro retrato. Mês de Janeiro passado 420
mil desempregados sem subsídio, 50 mil crianças e jovens com abonos de
família cortados, 144,2 mil portugueses perderam apoio do Estado, foi
cortado o subsídio de educação especial a 105 crianças sendo que o apoio
entre Janeiro de 2013 e 2014 desceu 38%. O RSI era, no primeiro mês do
ano, entregue a 228 mil beneficiários com a média de 88€. Governo gasta
182 milhões com o Fundo de Desemprego (sendo que mais de metade dos
desempregados não recebe um cêntimo) e paga de juros mensais 541
milhões. Em 2013 houve dois milhões de ordens de penhoras por parte do
fisco, o IRS subiu a receita em 35,5%, o IRC 12%, o custo de vida subiu
20% e os apoios caíram 8%. Como se não bastasse a dívida pública já vai
no índice 217 sempre a crescer….
Se estas “pancadas” não são fortes, as que aí vêem e se hão-de prolongar, como serão?
Será que as 101 propostas rafeiras da aliança para as Europeias não
são a continuidade desta submissão troiquiana, de resultados duvidosos
que abatem os portugueses, elevam a dívida do país, provocam um
empobrecimento declarado e uma emigração constante?
Como acreditar num Governo que já constituí 208 comissões para
estudos diversos por ser incapaz, dentro de si, de pensar, planear e
resolver?
Aos números citados, às interrogações, só posso responder com uma
afirmação: todos temos responsabilidades! Cumpramos o dever cívico.
Maria Teresa Góis
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/435110-o-coliseu-o-recreio-e-os-numeros
Domingo, 09 de Março de 2014
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