[google6450332ca0b2b225.html

domingo, fevereiro 15, 2015

Por falar em mudanças....

     


Fevereiro tem tido dias particularmente frios, de brisas cortantes, humidades impiedosas, que nos chegam aos ossos. Todos reclamam e “cramam”. Até a Natureza parece cansada desta falta de sol e calor que faça medrar as sementes já lançadas à terra. É necessário que o tempo mude e que se mudem os tempos!
      Um é mandado pela batuta de S. Pedro segundo dizem, os outros devem ser obra de homens de pés bem assentes na terra.
      Uma obra pensada, planeada, equacionada, transmitida e admitida, para ser concretizada. É assim que eu entendo as mudanças.
      Os próximos dias, sobretudo nos fins de semanas, serão palcos, parlatórios de promessas, de ataques, jogos de empurra, de propostas desonestas porque ou são irrealizáveis ou têm os mesmos interlocutores. Claro que me refiro às eleições na Madeira mas, se olharmos ao país ou à Europa, tudo está em convulsão, em mudança.
      Na nação, segundo se apregoa, está melhor o país e a sua população. Mas depois, depois chegam os relatórios internacionais, as estatísticas nacionais e vemos os rácios, as curvas sinuosas, as percentagens, as comparações com outros anos e chegamos à conclusão de que estamos a ser ludibriados. Começa a ser banal a confissão pública de economistas enganados!
      O sentimento europeu fracassou junto dos povos da Europa, fomentou radicalismos, acentuou desigualdades. Morre o ideal europeu, a paz e regressa a noção de ter fronteiras.
      A UE funciona em função de tratados (e de tratantes) e o custo social destas políticas liberais ficará na história e, segundo estudos, estamos bem pior do que em 2008.
      Mas hoje há um país que ousa demonstrar liderança em vez de subserviência, que tem orgulho da sua nação e honra, sem se separar do continente europeu, da sua identidade. Quão diferente da governação lusa, sem anéis nem dedos, sem brios e patriotismos…
      Subscrevo Eça quando dizia: “Hoje crédito não temos, dinheiro também não – pelo menos o estado não tem – e homens não os há ou os que há são postos na sombra pela política.” (“Correspondência”, 1891).
      Sou descrente, portanto, em relação às mudanças regionais. Vejo continuidade na política dominante, com raras e boas alterações e não entendo a insegurança de não ver um PS concorrer só.
     No plano nacional é urgente uma mudança de mentalidade antes que o país desapareça e não me admiraria se, antes das legislativas, víssemos um bazar chinês instalado na Torre de Belém.
      Já quanto à Europa algo há-de mudar pela força da envolvência e diversidade internacionais. Aproximam-se tempos inquietos.



Maria Teresa Góis


Sem comentários:

Enviar um comentário