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domingo, outubro 26, 2008

As sombras no arvoredo

*O mote deste poema, num desafio, foi-me dado pelo saudoso Poeta JOSÉ ANTÓNIO GONÇALVES, numa referência ao seu livro "As sombras no arvoredo" Assim, todas as palavras entre coimas, são as dele.





As sombras no arvoredo

"É hoje o dia de nos encantarmos"
e ousar o tempo que foge dos relógios.
Prometo-te firmamentos de nuvens descoloridas, que nunca viste,
e em pequenos nadas na memória acrescentarei um pouco de mim.

Tão em paz e descontraída vivo a leveza do ar,
"a essência dos pêssegos frescos atormentando a tarde"
e mostro-te o rio cansado, calado, preso ao desgosto atávico de ser curso e,
sob as sombras do arvoredo
"dormimos, as almas pegadas, na àgua invisível das suas raízes".

Na fácil confusão do acordar olhamos o horizonte de ancas musicais
e ajeitando a cama quente e segura, desenhada no bailado das sombras,
estendo o olhar e o sorriso
colhendo na palma dormente da tua mão o desejo que o frio tece na espera.

No "turbilhão invisível dos calendários,
dos segredos nunca nomeados nem escritos"
diz-me se tem alguma importância a Palavra
quando o silêncio fere a tarde, assim tão bela, tão sem tempo,
"sob as sombras do arvoredo" em que a paz se reflecte
e espelha, repetidamente, uma vez mais repetidamente,
na ausência dos gestos repentinos.
"Como a névoa "...


Porto Moniz, 05/07/2004











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