[google6450332ca0b2b225.html

domingo, outubro 19, 2008

Cheiro a Verdes

É verde, verde, o cheiro da noite que entra pela janela. Colhido na serra tem, contudo, um travo fundo de mar como se as raízes bebessem, milhões de anos atrás, o salgado das marés.
A feiteira seca, espalhada, refrescando odores e despedidas na tibieza da noite. Pouco faltará a ser calcada, recolhida, ciosamente guardada meses afora, para cama de gados e adubo.
Os grilos não cansam e o sono custa, não acontece.
Bizarra esta manifestação de convívio nocturno, cocktail de ervas e húmus, machices gri-gritadas em desafinação estridente.
Lembrar a infância, a colorida gaiola de plástico comprada na praça em que um pobre grilo jejuava alface em curtas quinzenas. Depois o lixo e a gaiola era guardada até ao verão seguinte, esperando outro hóspede.
E o ciclo repete-se, no nasce e morre, girando para tudo e todos, no virar rápido dos meses, de verdes diversos ,para os quais não quero fechar a janela....
PMZ,08.08.2001

Sem comentários:

Enviar um comentário