Há mais de 500 mil anos, os primeiros homens europeus já cuidavam dos mais velhos e dos doentes que não podiam valer-se sozinhos. É a conclusão de uma equipa de investigadores espanhóis que estudou os fósseis do Homo antecessor e publicou os resultados na Proceedings of the National Academy of Sciences.
Este hominídeo foi identificado em 1997, depois de os seus ossos fossilizados, os mais antigos até hoje descobertos na Europa, terem sido encontrados numa gruta em Atapuerca, no Norte de Espanha, e foi assim chamado porque é anterior ao homem de Neandertal e ao homem moderno, e seu antecessor comum (ver caixa).
A conclusão dos investigadores espanhóis sobre a capacidade de solidariedade geracional dos Homo antecessor baseia-se na avaliação dos ossos da bacia e de parte da coluna vertebral de um desses primeiros europeus, que viveu em Atapuerca há mais de 500 mil anos. O estudo revelou que o indivíduo, um homem muito corpulento, sofreu de várias doenças degenerativas e incapacitantes durante muito tempo antes de morrer, o que ocorreu quando tinha por volta de 45 anos.
Essas doenças, escreve a equipa coordenada por Juan-Luis Arsuaga, da Universidade Complutense de Madrid, "obrigavam o indivíduo a adoptar uma postura curvada e talvez a usar um pau para se manter de pé, impedindo-o provavelmente de caçar". A sua longa sobrevivência com esses problemas leva a supor que ele teria ficado ao cuidado do grupo.
fonte: DN, ciência
Nota da Redacção - se a informação se mantiver, daqui a umas dezenas de anos, se concluirá que esta preocupação velha, descoberta num mundo novo, se inverteu.
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