Será mesmo o mosquito domiciliado em Sta. Luzia, só há três anos? Não será infestação localizada um pouco mais para cima e há mais tempo? Porque quiseram esconder o pobre do insecto ou melhor, das "INSECTAS" dado que só a fêmea (sempre elas!) pica, nestes três longos e quentes anos? Será para salvaguardar o cartaz turístico Madeira? Que dirão os turistas ao saberem que barcos e aviões têm de ser insectizados e que os repelentes de insectos fazem parte das tralhas nas mochilas?
sexta-feira, outubro 31, 2008
31 Outubro 1963
45 anos depois, porque só nestes dias lembrei a mão firme, carinhosa, protectora que segurava a minha, a mão do meu Padrinho? Amadurecimento? Sei que nunca lho agradeci e já que ele está vivo, embora velhinho, é a altura de o fazer. Enquanto não lhe telefono, OBRIGADA PADRINHO. Teresinha.
Dia de Todos os Santos
Sou católica. Assumo que não sou "praticante" talvez porque a palavra se relaciona, etimologicamente, com o "prático" e não com a "PRÁTICA", o que faz toda a diferença.
A Igreja assinala neste dia todos os que já foram nados, criados e que morreram, procurando algum aperfeiçoamento à Imagem e Semelhança de Deus.
Custa-me que esta Festa - porque é uma Festa - se misture e dilua na correria que neste dia e no dia seguinte se faz aos cemitérios, tantas vezes uma vez no ano, celebrando o culto dos mortos e esquecendo e reparando, o culto dos vivos que não se faz.
Arrepia-me ver gente viva esquecida, sendo depois enterrada com mal empregadas flores cobrindo um caixão cheio de arrebites. Na vida, nem um BEM-ME-QUER tiveram...
Foram muitos os Santos que se cruzaram, e cruzam felizmente, no meu Caminho. Os que me aturam e aturaram, os que me ensinaram a doação, a Pobreza, o Sofrimento, o valor da Oração. Tive uma Amiga que me dizia que um acto de Amor é tão simples quanto isto: ter comichão numa mão e não a coçar
A Igreja assinala neste dia todos os que já foram nados, criados e que morreram, procurando algum aperfeiçoamento à Imagem e Semelhança de Deus.
Custa-me que esta Festa - porque é uma Festa - se misture e dilua na correria que neste dia e no dia seguinte se faz aos cemitérios, tantas vezes uma vez no ano, celebrando o culto dos mortos e esquecendo e reparando, o culto dos vivos que não se faz.
Arrepia-me ver gente viva esquecida, sendo depois enterrada com mal empregadas flores cobrindo um caixão cheio de arrebites. Na vida, nem um BEM-ME-QUER tiveram...
Foram muitos os Santos que se cruzaram, e cruzam felizmente, no meu Caminho. Os que me aturam e aturaram, os que me ensinaram a doação, a Pobreza, o Sofrimento, o valor da Oração. Tive uma Amiga que me dizia que um acto de Amor é tão simples quanto isto: ter comichão numa mão e não a coçar
quinta-feira, outubro 30, 2008
"A caminhar se faz Caminho"
Sábia entrevista ao Dr. Mário Soares, ontem na RTP 1, um visionário que vê e sabe do Mundo, com inteligência, sabedoria, prudência e com toda a informação actualizada. Apelou aos valores antes da política, apelou aos dirigentes, falou e muito bem, mal da globalização selvagem e do neo-liberalisto que od EUA tentam impingir (e conseguiram!) ao Mundo, das guerras e políticas loucas, enfim - um chamar de Consciência para todos.
30 de Outubro de 1963 - Óbito do meu Pai
30 de Outubro de 1963 - Óbito do meu Pai
terça-feira, outubro 28, 2008
Ao meu AMIGO José Luis 1ºaniversário da sua prematura morte
Inscrito numa vela que lhe deixei na campa-P.Moniz,08 Agosto 2008
Não ligavas às velas
- como eu não ligo -
Apenas lhe aproveitavas o aroma
- como eu aproveito -
E a Luz
Que a tua sensibilidade sabia povoar.
No reino em que estás
Há, de certeza, aroma, luz e quietude,
Há a compreensão e a doação
há a Paz em que descansas !
Não ligavas às velas
- como eu não ligo -
Apenas lhe aproveitavas o aroma
- como eu aproveito -
E a Luz
Que a tua sensibilidade sabia povoar.
No reino em que estás
Há, de certeza, aroma, luz e quietude,
Há a compreensão e a doação
há a Paz em que descansas !
domingo, outubro 26, 2008
As sombras no arvoredo
*O mote deste poema, num desafio, foi-me dado pelo saudoso Poeta JOSÉ ANTÓNIO GONÇALVES, numa referência ao seu livro "As sombras no arvoredo" Assim, todas as palavras entre coimas, são as dele.
As sombras no arvoredo
"É hoje o dia de nos encantarmos"
e ousar o tempo que foge dos relógios.
Prometo-te firmamentos de nuvens descoloridas, que nunca viste,
e em pequenos nadas na memória acrescentarei um pouco de mim.
Tão em paz e descontraída vivo a leveza do ar,
"a essência dos pêssegos frescos atormentando a tarde"
e mostro-te o rio cansado, calado, preso ao desgosto atávico de ser curso e,
sob as sombras do arvoredo
"dormimos, as almas pegadas, na àgua invisível das suas raízes".
Na fácil confusão do acordar olhamos o horizonte de ancas musicais
e ajeitando a cama quente e segura, desenhada no bailado das sombras,
estendo o olhar e o sorriso
colhendo na palma dormente da tua mão o desejo que o frio tece na espera.
No "turbilhão invisível dos calendários,
dos segredos nunca nomeados nem escritos"
diz-me se tem alguma importância a Palavra
quando o silêncio fere a tarde, assim tão bela, tão sem tempo,
"sob as sombras do arvoredo" em que a paz se reflecte
e espelha, repetidamente, uma vez mais repetidamente,
na ausência dos gestos repentinos.
"Como a névoa "...
Porto Moniz, 05/07/2004
As sombras no arvoredo
"É hoje o dia de nos encantarmos"
e ousar o tempo que foge dos relógios.
Prometo-te firmamentos de nuvens descoloridas, que nunca viste,
e em pequenos nadas na memória acrescentarei um pouco de mim.
Tão em paz e descontraída vivo a leveza do ar,
"a essência dos pêssegos frescos atormentando a tarde"
e mostro-te o rio cansado, calado, preso ao desgosto atávico de ser curso e,
sob as sombras do arvoredo
"dormimos, as almas pegadas, na àgua invisível das suas raízes".
Na fácil confusão do acordar olhamos o horizonte de ancas musicais
e ajeitando a cama quente e segura, desenhada no bailado das sombras,
estendo o olhar e o sorriso
colhendo na palma dormente da tua mão o desejo que o frio tece na espera.
No "turbilhão invisível dos calendários,
dos segredos nunca nomeados nem escritos"
diz-me se tem alguma importância a Palavra
quando o silêncio fere a tarde, assim tão bela, tão sem tempo,
"sob as sombras do arvoredo" em que a paz se reflecte
e espelha, repetidamente, uma vez mais repetidamente,
na ausência dos gestos repentinos.
"Como a névoa "...
Porto Moniz, 05/07/2004
A Rua onde moro...
Chama-se Rua da Morgada a rua onde moro. Invariavelmente, e quando cito o nome, perguntam-me: "és tu a Morgada?". E quem foi esta Morgada?
De seu nome LUISA JULIA DE ORNELAS E VASCONCELOS, filha do 14º Conde do Caniço, casada com Boleslaw-Jersy Tomaszewsy, polaco, nascido a 21 de Novembro de 1872, fixou-se na Madeira em 17 de Agosto de 1932, sendo Conselheiro da Embaixada.
D. Luisa Julia, a Morgada, era filha de Agostinho de Ornelas Vasconcelos Esmeraldo Rolim de Moura, 14º Morgado do Caniço, Madeira, e Par do Reino e de D. Maria Joaquina de Saldanha da Gama (Pontes).
Viveu, quando vinha ao Campo, a escassos metros da minha residência, numa casa grande e baixa, rectangular, de pedra e telhada, que ficava do lado oposto ao jardim anexo à Capela dos Lamaceiros, terreno por ela doado, onde hoje se encontra uma vivenda.
Ainda hoje se encontram pessoas que de crianças frequentaram a Casa da Morgada, aí serviram ou tinham familiares que o faziam fosse nas lides domésticas ou na lavoura. As posses do casal Tomaszewsky eram muitas, fosse em terrenos no Porto Moniz que abrangiam, por exemplo, da Lagoa à Cova do Pessegueiro, com montados nas serras, quer no Funchal onde hoje ainda se encontra a casa Tomaszwesky, classificada e património protegido.O pequeno jardim que vai do portão da minha casa à curva da Capela, era a Levada da Morgada.
Há relatos da sua bondade, acolhimento e magnanimidade. Foi uma protectora da Capela dos Lamaceiros - uma das poucas no país que exibe as Armas Papais - que no seu frontal de cantaria tem a data de 1879.
Encontrei idosos, hoje já falecidos, alguns, que se lembram de ouvir falar no Morgado que ía caçar nos terrenos abaixo do que é hoje o miradouro dos Pombais, sobre o Calhau das Achadas.
D. Luisa viveu na abastança, fazendo e distribuindo o Bem.
Morreu pobre e só, no Lazareto no Funchal.
Nota- O Lazareto era o albergue onde os pobres e doentes epidémicos acolhiam.
quinta-feira, outubro 23, 2008
Todo o Indivíduo é um Milagre!
"Acho difícil dizer se existe ou não essa coisa chamada Esperança.Ela é como um caminho no campo.Primeiro, não havia nenhum, mas, quando as pessoas começaram a passar por ali, ele foi surgindo"
Lusin
quarta-feira, outubro 22, 2008
O fosso entre a Pobreza e a riqueza é cada vez maior!
O fosso entre a Pobreza e a riqueza é cada vez maior!
No Alentejo, toneladas de arroz correm o risco de ir para o lixo por se ter excedido e quota de produção!
Há dias, num porto de pesca português, pescadores excederam em toneladas - 50, parece-me - o máximo de pescado permitido por embarcação.O excedente foi vendido a 0,60 € a industriais da restauração e de grandes superfícies, revertendo o produto para o Estado...
Hoje a India envia para a Lua a sua primeira sonda esperando que em 2020 algum indiano ponha a mão onde outros já puseram o pé.
E a Nasa gasta mais milhões "pró espaço"!
O FOSSO ENTRE A POBREZA E A riqueza É CADA VEZ MAIOR!
terça-feira, outubro 21, 2008
UMA BELA LIÇÃO DE VIDA
BELA LIÇÃO DE VIDA!
Eis a história…
Um fazendeiro coleccionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça.
Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu e ele chamou o veterinário:
-Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava toda a conversa.
No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.
O porco aproximou-se do cavalo e disse:
-Força amigo ! Levanta daí, senão serás sacrificado !!!
No segundo dia deram o medicamento e foram embora.
O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Vamos lá amigão, levanta-te senão vais morrer! Vamos lá, eu ajudo-te a levantar…Upa! Um, dois, três.
No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar outros cavalos.
Quando foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:
-É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá…Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa! Tu venceste campeão!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:
- Milagre! O cavalo melhorou. Isto merece uma festa…Vamos matar o porco!
REFLEXÃO:
Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho.
Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso.
Por isso, saber viver sem ser reconhecido é uma arte.
Se algum dia alguém lhe disser que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se:
“Amadores construíram a Arca de Noé e, profissionais o Titanic”.
Procure ser uma pessoa de VALOR, em vez de uma pessoa de SUCESSO
Eis a história…
Um fazendeiro coleccionava cavalos e só lhe faltava uma determinada raça.
Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este determinado cavalo e atazanou-o até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu e ele chamou o veterinário:
-Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e, caso ele não esteja melhor, será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava toda a conversa.
No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.
O porco aproximou-se do cavalo e disse:
-Força amigo ! Levanta daí, senão serás sacrificado !!!
No segundo dia deram o medicamento e foram embora.
O porco aproximou-se do cavalo e disse:
- Vamos lá amigão, levanta-te senão vais morrer! Vamos lá, eu ajudo-te a levantar…Upa! Um, dois, três.
No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar outros cavalos.
Quando foram embora, o porco aproximou-se do cavalo e disse:
-É agora ou nunca, levanta-te depressa! Coragem! Upa! Isso, devagar! Óptimo, vamos, um, dois, três, agora mais depressa, vá…Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa! Tu venceste campeão!
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo a correr no campo e gritou:
- Milagre! O cavalo melhorou. Isto merece uma festa…Vamos matar o porco!
REFLEXÃO:
Isto acontece com frequência no ambiente de trabalho.
Dificilmente se percebe quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso.
Por isso, saber viver sem ser reconhecido é uma arte.
Se algum dia alguém lhe disser que o seu trabalho não é de um profissional, lembre-se:
“Amadores construíram a Arca de Noé e, profissionais o Titanic”.
Procure ser uma pessoa de VALOR, em vez de uma pessoa de SUCESSO
segunda-feira, outubro 20, 2008
Violência e Manifestação
Das notícias lidas e ouvidas no dia de ontem, 19 de Outubro, duas ressaltam por tocarem na "Violência " e na "Manifestação". O adiamento de Bento XVI sobre a promulgação das "virtudes heróicas" de Pio XII, dado indispensável ao caminho da sua beatificação, e a manifestação de mulheres de várias nacionalidades e classes sociais, em Vigo, contra a violência doméstica. No primeiro caso parece ser dogma da Igreja que todos os Papas-Políticos ou seja, coniventes com certas correntes políticas, tenham de ser beatificados. Neste caso, o pecado da omissão é público e ,tal como diz hoje o presidente do Irão, o Holocausto não existia. Manifestaram-se os povos Judeus, alguns Cristãos coerentes e Bento XVI recuou. Não sabemos se a prevista e próxima viagem a Israel será para, numa voz trémula e lamentosa, pedir desculpa aos poucos sobreviventes. Não basta, na minha óptica, pedir PERDÃO - pedir perdão é não deixar que nos tempos de hoje se repitam atrocidades e perseguições sejam elas em que sentido for.
Na manifestação de Vigo as Mulheres com um ar decidido mas bastante alegre e divertido, no geral, empunhavam cartazes, gritavam slogans. Sugiro a denúncia imediata às autoridades, a perda da vergonha e que à semelhança do que já se vai fazendo nos centros de dia de idosos, gastem energias em aprender métodos de defesa, em se associarem e em se capacitarem que não são de jeito e maneira nenhuma o sexo fraco...
Na manifestação de Vigo as Mulheres com um ar decidido mas bastante alegre e divertido, no geral, empunhavam cartazes, gritavam slogans. Sugiro a denúncia imediata às autoridades, a perda da vergonha e que à semelhança do que já se vai fazendo nos centros de dia de idosos, gastem energias em aprender métodos de defesa, em se associarem e em se capacitarem que não são de jeito e maneira nenhuma o sexo fraco...
domingo, outubro 19, 2008
àcerca do filme "A ILHA NUA"
“A Ilha Nua”
Este foi o filme da minha vida. Era muito jovem quando o vi, por três vezes, mas nunca pude esquecer esta lição de vida, a beleza das imagens, a música, a ausência de legendas e de palavras….
É um belo filme do realizador KANETO SHINDO. Foi primeiro prémio no Festival de Moscovo em 1961. Como se trata de um grande filme não são necessárias palavras. Legendas, se bem me lembro, apenas duas – duas estações do ano.
É a história do quotidiano de uma família de pescadores que vive numa Ilha do arquipélago de Setonakai. A ilha não tem água potável e todos os dias o chefe de família tem de fazer a travessia para abastecer a sua família. Esforço, sofrimento, resignação, tudo se traduz em imagens muito belas, poéticas.
Um filme que marca para a Vida.
Este foi o filme da minha vida. Era muito jovem quando o vi, por três vezes, mas nunca pude esquecer esta lição de vida, a beleza das imagens, a música, a ausência de legendas e de palavras….
É um belo filme do realizador KANETO SHINDO. Foi primeiro prémio no Festival de Moscovo em 1961. Como se trata de um grande filme não são necessárias palavras. Legendas, se bem me lembro, apenas duas – duas estações do ano.
É a história do quotidiano de uma família de pescadores que vive numa Ilha do arquipélago de Setonakai. A ilha não tem água potável e todos os dias o chefe de família tem de fazer a travessia para abastecer a sua família. Esforço, sofrimento, resignação, tudo se traduz em imagens muito belas, poéticas.
Um filme que marca para a Vida.
Era assim, há uns anos, a cada Outubro
OUTUBRO
Foi o meu primeiro dia de Outono nesta experiência nova de ser Mãe sem ter filhos...
Choveu, copiosa, torrencialmente.
A natureza, lavada de lágrimas, secava os meus olhos. Como dói, depois das férias, depois da estreia da nossa casa nova, só nossa, feita dos nossos quereres e haveres, vê-la vazia, cheia de silêncios.
Quando subo ao meu quarto tento brincar às escondidas com as sombras. Mas a sombra não tem cor e é calada.
Teria sido assim com minha Mãe quando parti e vim descobrir a Ilha ? Nunca lho perguntei porque ela nunca quis saber.
Os verdes lavados que vejo da varanda, o ar já mais fresco, a mudez do dedilhar da viola ou do CD dos Queen dão-me, contudo, uma paz e a consciência de ser matura.
Do terreiro, junto ao portão, o meu cão levanta a cabeça. São castanhos, quentes e líquidos os seus olhos. Já percebi tudo, afinal não estou só... Em cada fim de semana os pequenos voltarão, voltarão sempre !
Foi o meu primeiro dia de Outono nesta experiência nova de ser Mãe sem ter filhos...
Choveu, copiosa, torrencialmente.
A natureza, lavada de lágrimas, secava os meus olhos. Como dói, depois das férias, depois da estreia da nossa casa nova, só nossa, feita dos nossos quereres e haveres, vê-la vazia, cheia de silêncios.
Quando subo ao meu quarto tento brincar às escondidas com as sombras. Mas a sombra não tem cor e é calada.
Teria sido assim com minha Mãe quando parti e vim descobrir a Ilha ? Nunca lho perguntei porque ela nunca quis saber.
Os verdes lavados que vejo da varanda, o ar já mais fresco, a mudez do dedilhar da viola ou do CD dos Queen dão-me, contudo, uma paz e a consciência de ser matura.
Do terreiro, junto ao portão, o meu cão levanta a cabeça. São castanhos, quentes e líquidos os seus olhos. Já percebi tudo, afinal não estou só... Em cada fim de semana os pequenos voltarão, voltarão sempre !
Cheiro a Verdes
É verde, verde, o cheiro da noite que entra pela janela. Colhido na serra tem, contudo, um travo fundo de mar como se as raízes bebessem, milhões de anos atrás, o salgado das marés.
A feiteira seca, espalhada, refrescando odores e despedidas na tibieza da noite. Pouco faltará a ser calcada, recolhida, ciosamente guardada meses afora, para cama de gados e adubo.
Os grilos não cansam e o sono custa, não acontece.
Bizarra esta manifestação de convívio nocturno, cocktail de ervas e húmus, machices gri-gritadas em desafinação estridente.
Lembrar a infância, a colorida gaiola de plástico comprada na praça em que um pobre grilo jejuava alface em curtas quinzenas. Depois o lixo e a gaiola era guardada até ao verão seguinte, esperando outro hóspede.
E o ciclo repete-se, no nasce e morre, girando para tudo e todos, no virar rápido dos meses, de verdes diversos ,para os quais não quero fechar a janela....
PMZ,08.08.2001
A feiteira seca, espalhada, refrescando odores e despedidas na tibieza da noite. Pouco faltará a ser calcada, recolhida, ciosamente guardada meses afora, para cama de gados e adubo.
Os grilos não cansam e o sono custa, não acontece.
Bizarra esta manifestação de convívio nocturno, cocktail de ervas e húmus, machices gri-gritadas em desafinação estridente.
Lembrar a infância, a colorida gaiola de plástico comprada na praça em que um pobre grilo jejuava alface em curtas quinzenas. Depois o lixo e a gaiola era guardada até ao verão seguinte, esperando outro hóspede.
E o ciclo repete-se, no nasce e morre, girando para tudo e todos, no virar rápido dos meses, de verdes diversos ,para os quais não quero fechar a janela....
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