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segunda-feira, dezembro 29, 2008

PASSEIO NA SOLIDÃO

Passeio na solidão de mão dada com o meu fantasma. A cor é a da noite onde o rasto de pureza prateada da lua dá vida às gotas esparsas, finas, estremecidas, brilhantes. O vento do desassossego abana-me por dentro num desespero manso que o fantasma não teme. Aperto-lhe mais a mão e ele sorri-me numa perturbação inesperada.
Sentamo-nos juntos, íntimos de medos e solidariedades. A proximidade física é um conforto.
Procuro os teus olhos, outrora penetrantes de calor, e encontro o rosto indecifrável do tempo.
Porque tem de ser assim? Como pode a solidão usar sentimentos, reconvertê-los, reincarná-los, ao ponto de parar o universo?
Na lentidão recortada solto-te a mão e deixo-te ir gritando que fiques, olhando-te, na despedida do reencontro.

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