Em todo o mundo, o céu nocturno tem vindo a desaparecer, escondido por uma névoa de poluição luminosa. Fala-se em poluição luminosa quando nos referimos à iluminação mal direccionada, isto é quando a iluminação é dirigida para cima, ou para os lados, em vez de iluminar somente as áreas pretendidas. Esta forma de poluição resulta, na sua maioria esmagadora, de candeeiros e projectores que, por concepção inadequada ou instalação incorrecta, emitem luz muito para além do seu alvo ou zona de influência, sem qualquer efeito útil. A luz emitida para cima e para os lados reflecte-se e difunde-se nas poeiras e fumos em suspensão no ar, tal poluição luminosa é o resultado do mau planeamento dos sistemas de iluminação, não da necessidade de iluminação. Se cada candeeiro ou projector reflectir para baixo a luz que iria para cima (e para os lados), melhora-se a iluminação na área que interessa iluminar. Pelo menos 40% da luz é assim desperdiçada. Neste contexto, o desperdício de energia é da ordem de algumas centenas de milhões de euros por ano. É necessário sensibilizar a opinião pública para os efeitos prejudiciais da poluição luminosa no céu nocturno. A geração actual já quase não reconhece as estrelas e constelações e, se nada se fizer, a próxima pode ficar muito aquém disso. O céu nocturno é certamente um Património da Humanidade e uma das maiores maravilhas que podemos contemplar.
In: informação no Sapo
*Em S. Vicente, Madeira, podemos ver luzes direccionadas para as escarpas rochosas (enquanto as vias de circulação e ruas são poços de negritude!).O morcego da Ma(ma)deira, em vias de extinção, não pode sobreviver com iluminação diurna natural e nocturna artificial.Quem diz o morcego, diz pássaros, répteis e plantas; todo o ecosistema está a ser alterado.
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