quarta-feira, dezembro 25, 2013
domingo, dezembro 15, 2013
Num atalho para o Natal
“Ninguém O viu nascer.
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.”
Miguel Torga, 25-12-1983
Mas todos acreditam
Que nasceu.
É um menino e é Deus.”
Miguel Torga, 25-12-1983
Não é fácil, a poucos dias do Natal, escrever breves linhas sem referir
as metas falhadas, os pareceres negativos que chovem de todos os lados e
que baixam as defesas dos portugueses.
Todos os dias nascem profetas e messias neste país e a acreditar nas vezes em que a palavra “milagre” é invocada pelo governo, concluímos de imediato que destes messiânicos não precisamos pois, na verdade, todos somos pequenos ou grandes consoante a dimensão da palavra, da acção ou do carácter com que vivemos.
É Natal mas o mundo permanece na mesma!
Precisamos destas efemérides sagradas para, numa faxina de reflexão pessoal, nos reencontrarmos e adquirirmos a paz lavada da alma.
Mas não uma paz bovina, boçal, mas a realista que nos faz olhar um Portugal de tantas crianças de olhos e prato vazios, de pais desiludidos e revoltados, querendo esquecer que é Natal. Quantas famílias olharão, com lágrimas, as luzes coloridas chinesas das montras, das vidraças, tudo de relance, lembrando os “natais” de outra vida?
Gostaria de ver a “troika” substituindo o Rudolph, a Dasher, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzer, puxando um trenó carregado de ânimo, de esperança, de alegria infantil, de sorrisos adultos, de horizontes de vida iluminados.
Gostaria também que por um milagre não houvesse natal com luzes, prendas, mesa farta, na casa dos que deliberada e teimosamente cismam nos erros que fizeram desta nação um coro de desiludidos, de emigrados, de pobres.
Sonho ou deliro pois não sou profeta nem messias…
A quadra da “Festa” iniciou-se hoje na tradição madeirense com as Missas do Parto.
Que essa Alegria sã extravase e se prolongue pelo novo ano, com ânimo, sem esmorecimentos, acreditando que ninguém é eterno e que a história dos tempos já nos provou que basta uma cadeira e uma queda para haver mudança!
A todos Boas-Festas.
Todos os dias nascem profetas e messias neste país e a acreditar nas vezes em que a palavra “milagre” é invocada pelo governo, concluímos de imediato que destes messiânicos não precisamos pois, na verdade, todos somos pequenos ou grandes consoante a dimensão da palavra, da acção ou do carácter com que vivemos.
É Natal mas o mundo permanece na mesma!
Precisamos destas efemérides sagradas para, numa faxina de reflexão pessoal, nos reencontrarmos e adquirirmos a paz lavada da alma.
Mas não uma paz bovina, boçal, mas a realista que nos faz olhar um Portugal de tantas crianças de olhos e prato vazios, de pais desiludidos e revoltados, querendo esquecer que é Natal. Quantas famílias olharão, com lágrimas, as luzes coloridas chinesas das montras, das vidraças, tudo de relance, lembrando os “natais” de outra vida?
Gostaria de ver a “troika” substituindo o Rudolph, a Dasher, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzer, puxando um trenó carregado de ânimo, de esperança, de alegria infantil, de sorrisos adultos, de horizontes de vida iluminados.
Gostaria também que por um milagre não houvesse natal com luzes, prendas, mesa farta, na casa dos que deliberada e teimosamente cismam nos erros que fizeram desta nação um coro de desiludidos, de emigrados, de pobres.
Sonho ou deliro pois não sou profeta nem messias…
A quadra da “Festa” iniciou-se hoje na tradição madeirense com as Missas do Parto.
Que essa Alegria sã extravase e se prolongue pelo novo ano, com ânimo, sem esmorecimentos, acreditando que ninguém é eterno e que a história dos tempos já nos provou que basta uma cadeira e uma queda para haver mudança!
A todos Boas-Festas.
Maria Terersa Góis (15 Dezembro 2013)
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/421594-num-atalho-para-o-natal
sexta-feira, dezembro 06, 2013
domingo, novembro 17, 2013
Não podemos ignorar...
“Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar…”
Sophia Mello Breyner Andersen (in: Cantata da Paz)
Sophia Mello Breyner Andersen (in: Cantata da Paz)
Quando uma estatística afere em 67% o índice de felicidade dos
portugueses, vou ali aos “mercados” e já venho… Mais, 69% estão tão ou
mais felizes do que há três anos (“Expresso” 08.11.2013).
A minha descrença espelha-se no número de outras estatísticas
substantivas como a Pobreza, a Fome e as cantinas sociais que nunca
conseguem satisfazer toda a clientela, o desemprego ou a emigração. A
desilusão e o desalento são, também, sentimentos populares.
Os políticos de refugo, filhos de escolinhas partidárias de “rankings”
menores querem convencer os europeístas troikanos de que são filhos de
um deus maior e salvadores da Pátria. Puro embuste!
A famosa estrada do progresso ainda não conseguiu ser projectada. Porém,
já corremos o risco de ser atropelados. Os sofrimentos morais e sociais
não casam com tais índices de felicidade.
Cada erro consentido é um rude golpe nas populações, nas instituições e empresas, do país.
A democracia, ou a igualdade social como já alguém lhe chamou ehoje em
perigo, alerta para o fosso cada vez maior entre a carência e a
opulência. E a cada semana nos sobressaltamos com guiões, caricaturas e
falsetes. Somos, então, um povo maioritariamente feliz?
A política opressora sem resultados nega a democracia e faz realçar a
falta de aptidão e petulância de quem se julga sobredotado e “bom
aluno”. Também realça a corrupção…
Um governo move-se por ideias mas um povo move-se por ideais.
Se todos fossemos cegos, surdos ou coxos, quem notaria o defeito? Será
que só um espírito de Abril elevaria a felicidade à potência dos 100%?
A expressão de rua é legítima mas não provoca consequências imediatas. É
necessário que o cidadão não seja indiferente, não se limite a teclar
nas redes sociais, não ignore e participe na construção democrática de
um debate público e político.
Deixámos de ser sem surpresa os companheiros da Irlanda. Sucedem-se
agora as declarações de sinal contrário, e os comentadores a soldo
afanam-se.
Ainda há, felizmente, “medias” que trilham a independência e o esforço
profissional à informação pura e crua, por isso isenta, enquanto outros a
blindam de constrangidos e dependentes que estão.
Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar….
quarta-feira, novembro 13, 2013
quinta-feira, outubro 31, 2013
encontrada intacta após 300 anos
Após 300 anos uma múmia chinesa foi encontrada recentemente por
especialistas que ficaram totalmente chocados com a preservação do
corpo.
A descoberta foi realizada na cidade Xiangcheng, província de Henan. O
corpo ficou completamente preto após ser retirado do caixão. Ela foi
encontrada no mesmo local de dois corpos que foram reduzidos a
esqueleto.
Os arqueólogos relataram que a múmia era um oficial de alto escalão
da Dinastia Qing, e que seu rosto estava intacto, mas depois o mau
cheiro ficou completamente insuportável.
fonte net
terça-feira, outubro 29, 2013
o misterioso caso das crianças verdes de Woolpit
Antiga lenda inglesa do século 12 relata a aparição de duas crianças de pele verde que diziam vir de um mundo subterrâneo
No século 12, no vilarejo de Woolpit em Suffolk, na Inglaterra, duas
crianças de aparência verde foram encontradas na saída de um dos fossos
da região por moradores que faziam a colheita de suas plantações.
As crianças, um garoto e uma menina, não falavam uma palavra em
inglês e se comunicavam com uma linguagem desconhecida pelos cidadãos de
Woolpit. A lenda conta que os dois foram levados para a casa de um
morador, Richard de Calne, que se responsabilizou por cuidar deles.
Por vários dias, as crianças recusaram todos os tipos de comida.
Apenas quando feijões foram oferecidos, o rapaz e a garota tiveram
apetite. Depois de um tempo, eles perderam a coloração verde de suas
peles, mas o menino acabou adoecendo e morrendo logo após seu batizado.
Pequenos seres verdes de um mundo subterrâneo
A menina sobreviveu e cresceu e, eventualmente, aprendeu a falar
inglês. Ela explicou aos seus guardiões que ela e seu irmão vieram de um
mundo sem luz do sol, com pouca luminosidade, e que não sabia dizer ao
certo como eles foram parar na região de Woolpit.
Diferentes leituras tentam explicar o mistério sobre essas crianças.
Há quem acredite que elas vieram mesmo de um mundo subterrâneo ou talvez
até de um universo paralelo. Outra teoria que acompanha essa lenda é a
de que eles eram alienígenas e que poderiam ter aterrissado na Terra por
engano.
A teoria mais aceita hoje em dia, porém, é que as crianças escapavam
da perseguição do rei Henrique II contra os invasores flamengos
(belgas), e que fugiram do vilarejo de Fornham St. Martin quando este
foi destruído pelo exercito britânico em um ataque que também matou seus
pais.
A história por trás da lenda
O historiador Paul Harris explica, em sua análise publicada em 1998
sobre o evento, que as crianças se esconderam nas florestas da região e
que desenvolveram anemia por terem ficado muito tempo sem alimentação.
Isso poderia explicar a coloração verde de suas peles quando elas foram
encontradas posteriormente em Woolpit.
O fato de a menina não ter lembranças claras de sua vida pregressa
pode ser resultado dos eventos traumáticos vivenciados, assim como a
privação alimentar pode ter afetado sua capacidade de raciocínio e
memória durante o período de fuga entre florestas e cavernas.
A garota recebeu o nome de Agnes quando foi batizada, e há indícios
de que tenha se casado com um oficial britânico chamado Richard Barre. A
lenda das crianças de Woolpit, mesmo com o caráter folclórico e
misterioso, foi registrada na época por dois historiadores: William of
Newburgh e Ralph of Coggeshall.
É possível imaginar como a aparição de duas crianças, de coloração
verde e falando uma língua estranha, poderia gerar mistério em um
vilarejo no século 12, e ser considerado até mesmo um caso de seres de
outro planeta.
Apesar de todas as explicações mundanas possíveis ao evento, a
verdade completa por trás dessa história talvez nunca seja esclarecida, e
talvez seja melhor a sustentação do mistério à desmistificação da lenda
de Woolpit.
fonte www.tedio.net
quinta-feira, outubro 24, 2013
domingo, outubro 20, 2013
É preciso mudar!
“O homem absurdo é aquele que nunca muda” Georges Clemenceau
Sete a quatro, resultado do “play-on” de 29 de Setembro de 2013 na Região Autónoma da Madeira.
Passado o “choque da expectativa” foi a terceira vez em que as lágrimas
quentes e espontâneas, sem qualquer motivo agendado de tristeza ou de
alegria, me saltaram: no 25 de Abril de 1974, no dia em que o Chiado em
Lisboa ardeu e neste abençoado Domingo de mudança!
Os actos e as obras julgam-se uns aos outros.
O dreno posto ao PSD-Madeira há-de purgar os abismos nunca revelados que
iludiam a realidade na obscura existência de políticos geniais, únicos e
importantes, descartáveis afinal.
Não deixo de desejar os maiores êxitos a todos os eleitos em prol da
região, com especial ênfase ao meu concelho, o Porto Moniz, onde sempre
cultivei uma mudança esperançosa por mais de três décadas.
Começa a definhar o conceito de “Madeira Nova” e ainda bem; que a
Madeira volte a ser só e apenas “a pérola do Atlântico”, tão conhecida e
amada.
Entretanto, no país, o governo usa Portugal na lapela. Dos novos ciclos
redentores apregoados, o crivo da austeridade aperta e esmaga, destrói
dignidades, alimenta desigualdades e revoltas e a decrepitude futura é
desesperante.
Se a liberdade desocupada de Abril começa a correr o risco da angústia,
incorre também no grito da insurreição de um povo amargurado, por isso
brando, mas que já foi capaz de demonstrar a sua força na conquista dos
seus direitos, sem as brutalidades históricas.
A geração jovem mais bem formada – o futuro – deixa o país sem pensar
voltar; outros, já estabelecidos, vêm-nos partir com a mágoa de quem
perde filhos.
Os homens públicos e os governantes, perderam a credibilidade, a
honestidade, fazendo honras aos méritos imbecis de que são formados.
O Estado confisca, usurpa o contribuinte, espolia retroactivamente quem
descontou o que lhe foi exigido para pagar a sua reforma. Contudo,
mantém a mão sob os grandes poderes da economia, mesmo aqueles que
constituíram as suas sedes fora de Portugal.
O orçamento para 2014 não espelha futuro para a sociedade portuguesa e é uma segunda edição dos anteriores.
Para onde iremos e até quando?
Abismo atrai abismo…
Maria Teresa Góis
in:Diário Notícias, Madeira, 20 Outubro 2013
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/411984-e-preciso-mudar
quinta-feira, outubro 10, 2013
domingo, outubro 06, 2013
sábado, outubro 05, 2013
Como reconhecer o autor de um quadro só olhando a pintura
1) Se o plano de fundo do quadro for escuro e todo mundo está com cara de tortura, é do Ticiano
2) Se todo mundo tem bunda grande é do Rubens
3) Se todos os homens têm olhos de vaca e parecem donas-de-casa, é do Caravaggio
4) Se tem um monte de gente no quadro, mas elas parecem normais, é do Pieter Bruegel
5) Se tiver um monte de gente no quadro, mas o quadro está cheio de merda louca, é do Bosch
6) Se todo mundo parece um mendigo iluminado por um poste, é Rembrandt
7) Se no quadro tem cupidos ou ovelhas, ou se você considerar que cupidos ou ovelhas poderiam estar no quadro, é Boucher
8) Se todos forem bonitos, estiverem semi-nus e empilhados ou apertados, é Michelangelo
9) Se Tem Bailarina, É Degas
10) Se tudo é pontudo, tiver contraste e os homens tiverem barba em um rosto magro, é El Greco
11) Se todo mundo parece o Vladimir Putin, o presidente da Rússia, é Van Eyck
12) Se no quadro tem frutas, paisagens ou um monte de pessoas nuas de costas, é do Cezanne
13) Se no quadro tem dançarinas de Cabarés, é do Toulouse Lautrec
14) Se parecer que alguém esfregou a tela com um gato, estando a tinta ainda fresca, é Van Gogh. (via Cleber Cunha)
quinta-feira, outubro 03, 2013
o último a chegar à colecção...
Oferta amiga das suas autoras, Joana Brazão/Xana Rodrigues, cujos trabalhos podem encontrar em:
http://joanadartesanato.blogspot.pt
http://joanadartesanato.blogspot.pt
sábado, setembro 28, 2013
Dia da Criação (porque hoje é Sábado)
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há um tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro
das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e
trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da
terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da
terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal dona do abismo, que queres como
as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois
últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas
cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de
cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do
próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil,
imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das
terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos
animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e
estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até
praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto
Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.
Vinicius de Moraes
segunda-feira, setembro 23, 2013
António Ramos Rosa
António Ramos Rosa
(17 de Outubro de 1924 - 23 de Setembro de 2013)
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
sexta-feira, setembro 20, 2013
o coro que gelou o público...
O público que assistia a um concerto de um coro infantil na Alemanha ficaram estupefactos não só pelas fantásticas vozes mas pelo que aconteceu a seguir.. Tudo aconteceu quando estavam a cantar a música Mad World de Gary Jules uma das crianças abandonou o coro, pouco segundos depois outra criança abandona também… A situação repetiu-se consecutivamente sem que os que ìam ficando parassem de cantar. Até que só restou um menino que revelou tudo “A cada 3 segundos morre uma criança por causas simples de evitar”
Na realidade esta surpresa tratava-se de uma original acção da ONG International Children’s Fund no Dia Mundial da Criança
segunda-feira, setembro 16, 2013
as premonições de Natália Correia...
"A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".
"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"
"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".
"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".
"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".
"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"
"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir"."
Natália Correia
Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 1993
Todas as citações foram retiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta.
domingo, setembro 15, 2013
Até ao lavar dos cestos...
“Se amanhã o país se encontrar na hora da agonia, e se se perguntar
aos que pensam, aos que governam, aos que andam com o cérebro aceso
alumiando a marcha-se se perguntar: que havemos de fazer?, é possível
que eles respondam, e com justiça: sucumbir.”
Eça de Queirós in “Distrito de Évora”
Até ao lavar dos cestos, é a vindima!
Porém não me refiro à tarefa de recolha de cachos úberes, aptos à transformação e à “requalificação” de néctares.
Não são os laivos outonais e a têmpera meteorológica o que me ocupa. Ocupa-me e preocupa-me a “vindima” feita por mãos incompetentes ou por imbecilidades políticas que vindimaram já a economia do país, as esperanças geracionais, a classe média, o sonho do futuro e hastearam em dois anos as bandeiras do retrocesso e da Pobreza.
Em vez da fruta de Baco, em Setembro corrente, vindima-se o cinismo, o parasitismo, a hipocrisia mentirosa e oportunista. Uma “parreira” que em quatro anos nada produziu, atacada de filoxeras várias, e quer em três semanas prometer o céu e a terra enjeitando a inabilidade às costas da crise!
Pelo modo como um país, ou uma autarquia, evolui, enriquece ou empobrece a sua história ou o seu povo, podemos medir a capacidade intelectual de quem nos governa.
Ocorrem, nesta altura, reuniões políticas que mais parecem congressos de feitiçarias tal o discurso agressivo, ardiloso e rasteiro, deitando mão a meios ínvios e enganadores.
Os que ao longo de décadas têm ocupado o poder autárquico regional atribuem sempre a culpa ao antecessor para justificar o insucesso. Mas, afinal, não tem sido sempre a mesma orientação político partidária, viciada em servilismo intelectual, que abdica do gesto de mudança e do exercício livre, responsável, que o voto popular lhe conferiu?
É preciso saber despir, figurativamente é claro, a arrogância e prepotência de um “poder” que devia ser serviço, adoptar a força do empenho da mudança, do desenvolvimento, da recuperação da tradição apesar de toda a fatalidade económica presente. É preciso mudar a mentalidade dos que “mandam” e deixar que os munícipes participem de um projecto que os enriqueça e à terra onde vivem.
A força actuante da “mudança” é possível. “Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce” (Fernando Pessoa). Aprendamos o lema e façamos a mudança!
Porém não me refiro à tarefa de recolha de cachos úberes, aptos à transformação e à “requalificação” de néctares.
Não são os laivos outonais e a têmpera meteorológica o que me ocupa. Ocupa-me e preocupa-me a “vindima” feita por mãos incompetentes ou por imbecilidades políticas que vindimaram já a economia do país, as esperanças geracionais, a classe média, o sonho do futuro e hastearam em dois anos as bandeiras do retrocesso e da Pobreza.
Em vez da fruta de Baco, em Setembro corrente, vindima-se o cinismo, o parasitismo, a hipocrisia mentirosa e oportunista. Uma “parreira” que em quatro anos nada produziu, atacada de filoxeras várias, e quer em três semanas prometer o céu e a terra enjeitando a inabilidade às costas da crise!
Pelo modo como um país, ou uma autarquia, evolui, enriquece ou empobrece a sua história ou o seu povo, podemos medir a capacidade intelectual de quem nos governa.
Ocorrem, nesta altura, reuniões políticas que mais parecem congressos de feitiçarias tal o discurso agressivo, ardiloso e rasteiro, deitando mão a meios ínvios e enganadores.
Os que ao longo de décadas têm ocupado o poder autárquico regional atribuem sempre a culpa ao antecessor para justificar o insucesso. Mas, afinal, não tem sido sempre a mesma orientação político partidária, viciada em servilismo intelectual, que abdica do gesto de mudança e do exercício livre, responsável, que o voto popular lhe conferiu?
É preciso saber despir, figurativamente é claro, a arrogância e prepotência de um “poder” que devia ser serviço, adoptar a força do empenho da mudança, do desenvolvimento, da recuperação da tradição apesar de toda a fatalidade económica presente. É preciso mudar a mentalidade dos que “mandam” e deixar que os munícipes participem de um projecto que os enriqueça e à terra onde vivem.
A força actuante da “mudança” é possível. “Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce” (Fernando Pessoa). Aprendamos o lema e façamos a mudança!
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/406022-ate-ao-lavar-dos-cestos
Maria Teresa Góis
terça-feira, agosto 27, 2013
quinta-feira, agosto 22, 2013
Claude Debussy
Eis uma bem recente animação que conta factos relevantes da vida do compositor que nasceu neste dia, há 151 anos - Claude Debussy
segunda-feira, agosto 19, 2013
domingo, agosto 18, 2013
O servilismo intelectual
“Na política, a verdade deve esperar o momento em que todos precisem dela.”
Bjornson , Bjornstjerne
Bjornson , Bjornstjerne
Acontece outra vez; caminhamos para a abertura oficial das promessas
eleitorais, das acusações e choradeiras. O país está cansado destas
repetições, está indiferente. Porém joga-se no tabuleiro o destino da
vida concelhia e é tempo de analisarmos a fraqueza dos governos, a
perpétua permanência das mesmas opções e parar, pensar a sério que, e se
queremos mudar alguma coisa, temos no voto o primeiro passo.
Muitos dirão que não se fez mais devido à crise, às dívidas herdadas como se na Madeira a herança deixada não fosse sempre a filha do mesmo pai… O cansaço e a indiferença, a alteração de meios de vida inibem muitos do penoso trabalho de analisar, de verificar, de comparar, o que é pena. Quando nos despimos da nossa opinião e esquecemos que todo o acto político nos toca, ficando na lassidão tão portuguesa do “deixa andar”, perdemos a razão da crítica e se votarmos numa atitude indiferente, o acto democrático é inconsequente e servil.
Numa autarquia as grandes obras começam pelas pequenas coisas, sempre tendo em primeiro plano o bem-estar e desenvolvimento dos seus habitantes que devem ser tratados por igual, e os seus visitantes. É preciso saber valorizar o que se tem, mesmo que pouco e com meios escassos; não é esperar pelos actos eleitorais para os trabalhos esforçados das obras ou limpezas numa tentativa de lavar os quatro anos estéreis…
Foi notícia pública que em terras da nossa Ilha já se fazem sugestivas insinuações quanto à tendência, ou não, do voto. Só demonstra a mentalidade pequena, a sanidade perturbada e o servilismo intelectual à mesma política de quase quatro décadas que tanto tem onerado a vida dos madeirenses pondo-os nos “top’s” da gasolina mais cara, do gás mais caro, do porto e aeroporto mais caro, de um custo de vida agravado por um IVA que não merecíamos para além das restrições que sabemos nas escolas ou nos serviços clínicos.
Torga escreveu que “ser insular é viver a solidão mas não é uma condenação”. Hoje já temos a tecnologia que não nos isola e precisamos da verdade que não nos condene.
Essa “verdade” está na nossa mão, no nosso esforço de análise, de participação e empenho num sentimento bairrista e arrebatador. A vida de um Concelho deve ser pensada e vivida, projectada e organizada pela sua população e não ser gerida de fora, sem repto, por quem se ache único e importante.
Muitos dirão que não se fez mais devido à crise, às dívidas herdadas como se na Madeira a herança deixada não fosse sempre a filha do mesmo pai… O cansaço e a indiferença, a alteração de meios de vida inibem muitos do penoso trabalho de analisar, de verificar, de comparar, o que é pena. Quando nos despimos da nossa opinião e esquecemos que todo o acto político nos toca, ficando na lassidão tão portuguesa do “deixa andar”, perdemos a razão da crítica e se votarmos numa atitude indiferente, o acto democrático é inconsequente e servil.
Numa autarquia as grandes obras começam pelas pequenas coisas, sempre tendo em primeiro plano o bem-estar e desenvolvimento dos seus habitantes que devem ser tratados por igual, e os seus visitantes. É preciso saber valorizar o que se tem, mesmo que pouco e com meios escassos; não é esperar pelos actos eleitorais para os trabalhos esforçados das obras ou limpezas numa tentativa de lavar os quatro anos estéreis…
Foi notícia pública que em terras da nossa Ilha já se fazem sugestivas insinuações quanto à tendência, ou não, do voto. Só demonstra a mentalidade pequena, a sanidade perturbada e o servilismo intelectual à mesma política de quase quatro décadas que tanto tem onerado a vida dos madeirenses pondo-os nos “top’s” da gasolina mais cara, do gás mais caro, do porto e aeroporto mais caro, de um custo de vida agravado por um IVA que não merecíamos para além das restrições que sabemos nas escolas ou nos serviços clínicos.
Torga escreveu que “ser insular é viver a solidão mas não é uma condenação”. Hoje já temos a tecnologia que não nos isola e precisamos da verdade que não nos condene.
Essa “verdade” está na nossa mão, no nosso esforço de análise, de participação e empenho num sentimento bairrista e arrebatador. A vida de um Concelho deve ser pensada e vivida, projectada e organizada pela sua população e não ser gerida de fora, sem repto, por quem se ache único e importante.
Maria Teresa Góis
http://www.dnoticias.pt/impressa/diario/opiniao/401896-o-servilismo-intelectual
quinta-feira, agosto 15, 2013
o aparecimento de mais dois mamíferos....
Há 65 milhões de anos, no final do Cretácico, um cataclismo livrou a
Terra dos dinossauros e deu aos mamíferos a oportunidade de prosperarem.
Rapidamente, estes pequenos animais ocuparam muitos nichos que então
ficaram livres. Desta forma, este grupo, do qual o homem descende,
divergiu e acabou por evoluir nas formas que hoje conhecemos. Cem
milhões de anos antes, em pleno parque Jurássico, os mamíferos já
existiam mas não é unânime há quanto tempo tinham aparecido. A
descoberta agora de dois fósseis de espécies diferentes, mas
aparentadas, de animais que morreram entre há 165 e 160 milhões de anos
veio lançar ainda mais confusão.
Uma das espécies, mais
primitiva, sugere que os mamíferos tinham acabado de aparecer. Outra tem
características morfológicas mais evoluídas e sugere que o aparecimento
dos mamíferos deu-se 215 milhões de anos, ainda durante o Triásico. Um
comentário da edição desta quarta-feira na Nature aos dois
artigos, publicados também nesta revista, defende que será preciso
esperar pela descoberta de novos fósseis para tentar destrinçar este
paradoxo paleontológico, que está ligado às nossas origens mais remotas.
Depois
do fim dos dinossauros e em relativamente poucos milhões de anos, os
mamíferos ocuparam o mar, a terra e o ar. Há animais com trombas, longos
pescoços, membranas aladas ou barbatanas. Há mamíferos adaptados a
viver nas árvores e outros que ficaram cegos por se manterem uma vida
inteira debaixo de terra, como algumas espécies de toupeiras. Os
marsupiais têm uma bolsa na barriga, onde se dá parte do desenvolvimento
das crias, e algumas espécies como o ornitorrinco põem ovos. A
divergência é muita, portanto.
Mas os fósseis têm mostrado que há
165 milhões de anos, quando os dinossauros reinavam na Terra, havia
ainda outros grupos que, se não eram mamíferos, tinham pelo menos
características anatómicas que associamos a esta classe. Grupos, esses,
que entretanto se extinguiram. O Arboroharamiya jenkinsi e o Megaconus mammaliaformis,
as duas espécies agora descobertas, faziam parte da ordem Haramiyida –
um dos grupos que existiu nessa época ancestral e confusa da evolução
dos mamíferos e que, entretanto, não sobreviveu ao tempo.
Ainda
não se sabe se os Haramiyida eram mamíferos ou apenas partilhavam
características desta classe de animais. Aliás, estas duas descobertas
vêm pôr mais lenha na fogueira desta discussão e de toda a origem dos
mamíferos. O Megaconus mammaliaformis, descoberto pela equipa
de Zhe-Xi Luo, da Universidade de Chicago, viveu entre há 165 e 164
milhões de anos no que é hoje o interior da região da Mongólia Interior,
no Nordeste da China.
No chão…
O Megaconus seria do tamanho de um grande esquilo e vivia ao nível do chão. O fóssil está bastante bem preservado e mostra que este animal tinha pêlos por todo o corpo, menos na barriga. Os dentes indicam que era omnívoro, já que estavam adaptados a mastigar plantas, mas também insectos e minhocas, e talvez outros pequenos vertebrados.
Esta espécie tinha
os três ossos que nos mamíferos servem para ouvir, mas neste animal os
ossos ainda estavam ligadas à mandíbula, o que já não acontece nos
mamíferos. Por outro lado, o osso do tornozelo é semelhante ao do
tornozelo de outros animais pré-mamíferos. Estas são características
consideradas primitivas colocam, segundo os autores, os Haramiyida fora
do grupo dos mamíferos e levam à equipa a concluir os mamíferos teriam
então de ter evoluído mais recentemente.
Mas a sul do local onde se encontrou o fóssil do Megaconus mammaliaformis,
na continuação da mesma formação geológica mas já na província chinesa
de Shandong, a equipa de Xiaoli Wang, da Academia de Ciências Chinesa,
descobriu um fóssil de outra espécie classificada também como
Haramiyida. Mas as características deste outro fóssil obrigaram a equipa
a desenhar outra árvore evolutiva dos mamíferos.
…E nas árvores
O Arboroharamiya jenkinsi vivia nas árvores há 160 milhões de anos. Pesaria cerca de 354 gramas, teria uma pequena cabeça e seria herbívoro ou omnívoro. Os ossos do ouvido deste pequeno animal estão dispostos como os dos mamíferos. Ora de acordo com esta e outras características, a equipa de Xiaoli Wang coloca os Haramiyida dentro dos mamíferos, onde estão os placentários, os marsupiais, os monotrématos como o ornitorrinco, e os multituberculados, outro grupo que já desapareceu.
A inclusão dos
Haramiyida nos mamíferos “implica que estes tenham surgido há pelo menos
215 milhões de anos – uma data muito mais antiga do que muitos
paleontólogos aceitam, mas que que está de acordo com uma estimativa
recente”, escrevem Richard Cifelli, do Museu de História Natural de
Oklahoma, e Brian Davi, da Universidade de Louisville, no Kentucky,
Estados Unidos, num comentário na Nature. Para apresentar aquelas características dos mamíferos, o antepassado do Arboroharamiya jenkinsi e de todos os outros mamíferos teve de ter surgido muitos milhões de anos antes.
Richard
Cifelli e Brian Davi consideram que estas duas alternativas obrigam a
novas interpretação sobre a história inicial e as adaptações mais
importantes que determinaram o aparecimento dos mamíferos. “Mas, em
última análise, serão necessários mais e melhores fósseis para refinar o
conhecimento sobre a divergência das espécies no início da evolução dos
mamíferos”, conclui o comentário.
fonte: Público, Agosto
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