As cinzas do vulcão Grimsvotn, que entrou em erupção sábado, na Islândia, poderão atingir o Reino Unido, França e Espanha ao longo desta semana, segundo um previsão porém com um substancial grau de incerteza. A erupção já obrigou ao encerramento dos aeroportos na Islândia.
As previsões feitas neste domingo para as 24 horas seguintes sugerem que a nuvem expelida pelo vulcão continuará a dirigir-se para Norte, sem impacto sobre a Europa. Mas a chegada de um centro de baixa pressão pode alterar a situação, empurrando as cinzas primeiro para a Escócia, na terça-feira, e para outras partes do Reino Unido, França e Espanha na quinta e sexta-feira.
Este cenário leva em conta que o vulcão mantenha a mesma actividade nos próximos dias, mas há uma certa dose de incerteza nesta antecipação. Ainda assim, segundo a agência Reuters, as companhias aéreas europeias terão sido informadas de que poderá eventualmente haver alguma interferência no espaço aéreo.
O espaço aéreo islandês já foi encerrado por causa da erupção do Grimsvotn, o vulcão mais activo do país, situado a cerca de 50 quilómetros daquele que, no ano passado, fez parar durante vários dias o tráfego aéreo europeu.
As cinzas vulcânicas elevaram-se a cerca de 20 quilómetros mas, numa primeira apreciação, o instituto meteorológico islandês considerou que esta erupção não deveria, desta feita, causar transtornos generalizados.
No ano passado, as cinzas vulcânicas do vulcão Eyjafjallajokul obrigaram ao encerramento de praticamente todo o espaço aéreo europeu, provocando o caos nos aeroportos.
Hjordis Gudmundsdottir, uma porta-voz das autoridades nacionais de aviação civil - que impuseram uma proibição de voos num raio de cerca de 200 quilómetros em redor do vulcão - disse: “Fechámos a área até que percebamos melhor que efeito terão as cinzas vulcânicas”.
Mas os responsáveis islandeses parecem concordar que este episódio não deverá causar os mesmos transtornos do ano passado, que originou o mais generalizado fecho do espaço aéreo europeu desde a II Guerra Mundial, estimando-se que tenha afectado cerca de 10 milhões de pessoas.
Pall Einarsson, um geofísico da Universidade de Islândia, disse à BBC que a erupção de 2010 foi um evento raro: “As cinzas do Eyjafjallajokull foram persistentes e eram finas”, disse. “As cinzas do Grimsvotn são mais grossas e não são tão perigosas, uma vez que caem ao chão mais rapidamente e não ficam tanto tempo suspensas no ar como aconteceu durante a erupção do Eyjafjallajokull”.
O vulcão Grimsvotn fica debaixo do maior glaciar da Europa, o Vatnajokull, no sudeste do país.
A Reuters indica que da última vez que este vulcão entrou em erupção, em 2004, os voos transatlânticos tiveram que ser redireccionados para o sul da Islândia mas que nenhum aeroporto foi fechado nessa altura.
Notícia actualizada às 17h05
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