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domingo, outubro 16, 2011

"Um ónus e não um bónus"

Maria Teresa Góis
"Um ónus e não um bónus". 
Pedro Passos Coelho, 1º Ministro, 14.09.2011

Depois do ministro Miguel Relvas ter afirmado que a dívida regional seria conhecida antes das eleições, os Madeirenses ficaram suspensos da informação. Divulgado um total, ainda não totalmente apurado, de cerca de 7,5 mil milhões de euros, resta saber o quanto terá custado ao erário as inaugurações apressadas, com obras incompletas, inauguradas para fechar de seguida e ainda os comes e bebes a que todos ou quase todos já se habituaram. Sobretudo no meio rural.
Vítor Gaspar, ministro das Finanças, já afirmou "ser imprescindível alterar a lei de Finanças para que este tipo de comportamento não volte a repetir-se". E porque foi tão frio, tão ríspido o nosso pausado e explicativo ministro? Porque além do deficit de 23% do PIB a dívida equivale a seis vezes a receita de um só ano.
E votámos no dia 09 passado, ignorando da missa a metade. Votaram 147.344 votantes, sendo que 71.556 votaram em Alberto João Jardim a presidente do Governo e 71.888 votaram nas outras forças partidárias, faltando apenas mencionar os 3.900 votos brancos ou nulos.
Será uma maioria que ganhou? Duvido seriamente pois o PPD deveria ter 73.673 votos, o que não teve.
Acabar-se-ão agora "as baldas" na Assembleia Regional? Com certeza que haverá mais cuidado ainda que a qualidade do discurso verbal continue na mesma. Ou pior, à conta de alguns eleitos!
Acreditando que a voz ancestral do Povo tem razão, "Deus escreve direito por linhas tortas", é caso para dizer, agora, que quem comeu a febra roa o osso. E sem reclamios e queixas, sem acusações ridículas, sujeitando-se à disciplina e austeridade impostas, já sem poder recorrer ao aliciamento pessoal para a corrupção social.
E, se como afirma o presidente, "tudo é legal" porque não reclama o Governo das derrapagens nas obras, do mau acabamento e qualidade de material? Talvez se poupassem uns milhões se, é óbvio, os "amigos" não se importassem…
Nada voltará a ser igual após estas eleições e a hegemonia laranja caminha, constrangida e caduca, com mais furos no cinto, para uma minoria. É só o Povo se aperceber do logro em que caiu com o beneplácito do Governo da República.
Morto o Turismo, sem economia, sem as centenas de milhões que o Continente mandava, é um desafio que se põe a todos os Madeirenses de saber viver e suplantar a realidade de verem, a cada mês, menos euros e menos poder de compra.
Adeus festas comemorativas em todos os Concelhos, adeus jantares à borla, passeios, benesses em tempo de eleições.
É a hora da oposição e da abstenção prepararem o caminho para as Autárquicas!


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