Muitos de nós lemos e partilhámos com emoção a história de uma Mãe que acompanhada de um filho pequeno foi ao supermercado fazer as compras necessárias. Quando chegou à caixa verificou que não tinha dinheiro suficiente. Tudo o que fosse além dos setenta euros teria de ser anulado. E foi anulando artigo a artigo até que pegou no pacote de bolachas para pôr de parte. Mas o filho implorou: "as bolachas não Mãe, as bolachas não!". Prontamente, a senhora que estava na fila esperando a vez, se ofereceu para pagar o pacote de bolachas perante o ar envergonhado daquela Mãe.
Também já presenciei, numa grande superfície, uma Mãe a namorar os brinquedos com 50% de desconto. Ela percorreu umas três vezes as prateleiras, pegava numa ou noutra caixa, voltava a colocar no sítio, espelhando no rosto a tristeza e o desânimo. Não sei se levou alguma coisa!
Choca-me que num país empobrecido, que caminha para a miséria, que daqui a meses terá três milhões de pobres, uma classe média produtiva encerrada e destruída, se continue a dar cobertura a um governo que já não é legítimo, que é imbecil, que diz que "chegaremos vivos" ou que o ano não é "pêra doce", e que se continuem a enterrar milhões de euros em subvenções a partidos políticos, em carros ministeriais, em políticas do faz-de-conta, em aterros, marinas e outras loucuras que todos sabemos e conhecemos.
Estamos a dois passos do Natal. Uma época que, crentes ou não, todos querem celebrar. Nasceu um Menino já lá vão 2020 anos. Todos acreditam que nasceu mas ninguém viu. Veio trazer a Paz ao Mundo, uma Paz que não vemos na concórdia entre os Povos pois o negócio da guerra é rentável e sem fronteiras. Veio trazer a Esperança mas estará o mundo povoado de Esperança, no país, nas nossas freguesias, na nossa casa? É preciso reacender essa Esperança dentro de nós, descobrir essa presença do maravilhoso fraterno e partilhá-la, levá-la de mão em mão como um canto de Natal por todos entoado.
Desafio-vos a não verem as mensagens de Boas-Festas dos políticos que, não mandando, cumprem ordens externas sem se importar com o Povo.
Apaguem a lareira acesa que se vir nas vossas televisões, ignorem as árvores profusamente iluminadas quando a maioria dos portugueses, mesmo poupando, se vê aflita para pagar a conta da luz. Desmanchem os laços, as grinaldas e acendam a velinha da Esperança entre paredes, esperança em que não tenhamos de esperar muito mais tempo para ver os interesses deste povo tratados com justiça, com igualdade, sem corrupção e com a dignidade que todos merecemos.
Pessoalmente, tenho a imensa esperança que este governo possa exemplificar as suas próprias teorias e acabe por emigrar!
A todos desejo Esperança, saúde e paz interior neste Natal.
Maria Teresa Góis
Diário de Notícias