Tradições centenárias, emotivas, que perfazem a fé natalícia numa medida cheia e transabundante que dura uma quadra.
Beijar o Menino!
Mais que o Nascimento, beijar o Menino é tradição enraizada, é devoção, é dogma de fiéis, é o elo da Festa ao dia de Reis.
Perfilam-se no templo, em final de missa, fiéis alegres, crentes, beiço aprumado aos caracóis pintados de um Menino que, impávido e sereno, a tudo se submete.
Num gesto repetitivo quem o tem limpa, em passagens breves, leves, com alvo paninho, as impressões de fé. E canta-se ao Menino, rosto aberto garganta plena, pé ante pé, numa fila vivaça e ávida.
Saídos do templo o Menino descansa, descansa e seca. Cá fora, na noite húmida purificada pelo frio, pergunto-me: quantos "meninos" para beijar na nossa vida e que passam despercebidos....
Maria Teresa Góis, 05 Janeiro 2002
NOTA DA REDACÇÃO - Foi preciso que a gripe A fosse conhecida para alertar a Igreja para os perigos de contaminações várias (como a tuberculose, por exemplo) em gestos que aparentam ser a Fé da Igreja, e que a Igreja gostaria de manter - é o sentido do rebanho - como movimento de massa mas que, afinal, não se traduzem em maior conhecimento ou empenho, em melhor prática aparente. Que dizer dos que durante todo o ano não põem os pés dentro da igreja mas que não falham o beija pé ao Menino. Questão de fé? O Menino que os entenda...
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