segunda-feira, fevereiro 28, 2011
(ainda) o acordo ortográfico
Letras que morrem e que nascem...
Manuel Halpern
Quando eu escrevo a palavra ação, por magia ou pirraça, o computador retira
automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma
que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes
que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me
despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de
convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e
pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária,
por vezes, gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te
esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como
quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras
já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um
dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos
espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao
segundo ato, eu ato os meus sapatos.
automaticamente o c na pretensão de me ensinar a nova grafia. De forma
que, aos poucos, sem precisar de ajuda, eu próprio vou tirando as consoantes
que, ao que parece, estavam a mais na língua portuguesa. Custa-me
despedir-me daquelas letras que tanto fizeram por mim. São muitos anos de
convívio. Lembro-me da forma discreta e silenciosa como todos estes cês e
pês me acompanharam em tantos textos e livros desde a infância. Na primária,
por vezes, gritavam ofendidos na caneta vermelha da professora: não te
esqueças de mim! Com o tempo, fui-me habituando à sua existência muda, como
quem diz, sei que não falas, mas ainda bem que estás aí. E agora as palavras
já nem parecem as mesmas. O que é ser proativo? Custa-me admitir que, de um
dia para o outro, passei a trabalhar numa redação, que há espetadores nos
espetáculos e alguns também nos frangos, que os atores atuam e que, ao
segundo ato, eu ato os meus sapatos.
Depois há os intrusos, sobretudo o erre, que tornou algumas palavras
arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes
e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar
tenho agora a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há
um divórcio, não vale mais a pena criar uma linha entre eles, porque já não
se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram
a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e
dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro,
março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser
suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por
outro lado é ótimo que já não tenham.
arrevesadas e arranhadas, como neorrealismo ou autorretrato. Caíram hifenes
e entraram erres que andavam errantes. É uma união de facto, para não errar
tenho agora a obrigação de os acolher como se fossem família. Em 'há de' há
um divórcio, não vale mais a pena criar uma linha entre eles, porque já não
se entendem. Em veem e leem, por uma questão de fraternidade, os és passaram
a ser gémeos, nenhum usa chapéu. E os meses perderam importância e
dignidade, não havia motivo para terem privilégios, janeiro, fevereiro,
março são tão importantes como peixe, flor, avião. Não sei se estou a ser
suscetível, mas sem p algumas palavras são uma autêntica deceção, mas por
outro lado é ótimo que já não tenham.
As palavras transformam-nos. Como um menino que muda de escola, sei que vou
ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo
vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção,
nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade
seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a
atrapalhar.
ter saudades, mas é tempo de crescer e encontrar novos amigos. Sei que tudo
vai correr bem, espero que a ausência do cê não me faça perder a direção,
nem me fracione, nem quero tropeçar em algum objeto abjeto. Porque, verdade
seja dita, hoje em dia, não se pode ser atual nem atuante com um cê a
atrapalhar.
domingo, fevereiro 27, 2011
catando os cacos do caos
Catar os cacos do caos
como quem cata no deserto
o cacto
............ - como se fosse flor.
Catar os restos e ossos
da utopia
............ como de porta em porta
o lixeiro apanha
detritos da festa fria
e pobre no crepúsculo
se aquece na fogueira erguida
com os destroços do dia.
Catar a verdade contida
em cada concha de mão,
como o mendigo cata as pulgas
no pêlo
............ - do dia cão.
Recortar o sentido
como o alfaiate-artista,
costurá-lo pelo avesso
com a inconsútil emenda
à vista.
Como o arqueólogo
reunir os fragmentos,
como se ao vento
se pudessem pedir as flores
despetaladas no tempo.
Catar os cacos de Dionisio
e Baco, no mosaico antigo
e no copo seco erguido
beber o vinho
ou sangue vertido.
Catar os cacos de Orfeu partido
pela paixão das bacantes
e com Prometeu refazer
o fígado
............ - como era antes.
Catar palavras cortantes
no rio do escuro instante
e descobrir nessas pedras
o brilho do diamante.
É um quebra-cabeça? ............ Então
de cabeça quebrada vamos
sobre a parede do nada
deixar gravada a emoção
......Cacos de mim
......Cacos do não
......Cacos do sim
......Cacos do antes
......Cacos do fim
Não é dentro
............ nem fora
embora seja dentro e fora
..... no nunca e a toda hora
que violento
.....o sentido nos deflora.
Catar os cacos
do presente e outrora
e enfrentar a noite
com o vitral da aurora
Affonso Romano de Sant'Anna
como quem cata no deserto
o cacto
............ - como se fosse flor.
Catar os restos e ossos
da utopia
............ como de porta em porta
o lixeiro apanha
detritos da festa fria
e pobre no crepúsculo
se aquece na fogueira erguida
com os destroços do dia.
Catar a verdade contida
em cada concha de mão,
como o mendigo cata as pulgas
no pêlo
............ - do dia cão.
Recortar o sentido
como o alfaiate-artista,
costurá-lo pelo avesso
com a inconsútil emenda
à vista.
Como o arqueólogo
reunir os fragmentos,
como se ao vento
se pudessem pedir as flores
despetaladas no tempo.
Catar os cacos de Dionisio
e Baco, no mosaico antigo
e no copo seco erguido
beber o vinho
ou sangue vertido.
Catar os cacos de Orfeu partido
pela paixão das bacantes
e com Prometeu refazer
o fígado
............ - como era antes.
Catar palavras cortantes
no rio do escuro instante
e descobrir nessas pedras
o brilho do diamante.
É um quebra-cabeça? ............ Então
de cabeça quebrada vamos
sobre a parede do nada
deixar gravada a emoção
......Cacos de mim
......Cacos do não
......Cacos do sim
......Cacos do antes
......Cacos do fim
Não é dentro
............ nem fora
embora seja dentro e fora
..... no nunca e a toda hora
que violento
.....o sentido nos deflora.
Catar os cacos
do presente e outrora
e enfrentar a noite
com o vitral da aurora
Affonso Romano de Sant'Anna
sábado, fevereiro 26, 2011
Em Cada Livro Que se Escreve, uma Vida Desconhecida
A parte desconhecida da minha vida é a minha vida escrita. Morrerei sem conhecer essa parte desconhecida. Como foi escrito isto, porquê, como o escrevi, não sei, não sei como isto começou. Não se pode explicar. Donde vêm certos livros? A página está vazia e, de repente, já há trezentas páginas. Donde vem isto? É preciso deixar andar, quando se escreve, não devemos controlar-nos, é preciso deixar andar, porque não sabemos tudo de nós próprios. Não sabemos o que somos capazes de escrever.
[...] Após o final de cada livro é o fim do mundo inteiro, é sempre assim, de cada vez. E depois tudo recomeça, como a vida. Quando se escreve, não se pode falar em vez de escrever. O que se passa quando se escreve, nunca se pode dizer. Eu consigo ler uma passagem, mas depressa fico assustada. Sou mais escritora do que vivente, que uma pessoa que vive. Naquilo que vivi, sou mais escritora do que alguém que vive. É assim que eu me vejo.
Marguerite Duras, in 'Mundo Exterior '
sexta-feira, fevereiro 25, 2011
Lisboa e a Península Ibérica à noite vistas do espaço
por Filomena Naves, DN Lisboa
Astronauta da ESA Paolo Nespoli é fotógrafo nas poucas horas vagas que tem a bordo da estação espacial e captou as imagens.
Nos intervalos das experiências científicas e das tarefas de manutenção que sempre há a bordo da estação espacial internacional (ISS, na sigla inglesa), o astronauta Paolo Nespoli, há dois meses ali em missão, dá largas à sua paixão pela fotografia. Instala-se no módulo europeu Cupola, que tem uma vista soberba sobre a Terra, e vai fotografando o que vê lá de cima. Aqui está Lisboa à noite, captada pela sua objectiva. A ponte Vasco da Gama é uma linha de luz, o rio um túnel escuro e Lisboa uma bossa cheia de pontos luminosos. Portugal e Espanha, no interior do recorte preciso da Península Ibérica, competem nos focos de luz que deles emanam.
Na sua viagem orbital em torno da Terra, a uma altitude de 360 quilómetros, ISS é o ponto ideal para captar esta visão do planeta. Com a nave de carga europeia desde há dois dias acoplada à estação e prestes a receber a visita do vaivém da NASA Discovery, ontem lançado, está prestes a tornar-se, ainda que temporariamente, a maior instalação espacial de sempre.
Na sua viagem orbital em torno da Terra, a uma altitude de 360 quilómetros, ISS é o ponto ideal para captar esta visão do planeta. Com a nave de carga europeia desde há dois dias acoplada à estação e prestes a receber a visita do vaivém da NASA Discovery, ontem lançado, está prestes a tornar-se, ainda que temporariamente, a maior instalação espacial de sempre.
como eu vejo a ilha
Imagens recebidas por email, do Jorg, no dia 15 de Fevereiro, em que se procedia à busca dos duas jovens desaparecidas no mar do Porto Moniz
o sorriso
Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o acto de sorrir. E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contracção muscular da boca e dos olhos.
O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no acto de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exactamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem.
Não há dois sorrisos iguais. Temos o sorriso de troca, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irónico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de quem morre. E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.
O Sorriso (este, com maiúsculas) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frémito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu? E contudo era um sorriso.
José Saramago
quinta-feira, fevereiro 24, 2011
principio da Moral - (Milan Kundera)
"No começo do livro dos Génesis está escrito que Deus criou o homem para reinar sobre os pássaros, os peixes e outros animais. É claro Génesis foi escrito por um homem e não por um cavalo. Nada nos garante que Deus desejasse realmente que o homem reinasse sobre as outras criaturas. É mais provável que o homem tenha inventado Deus para santificar o poder que usurpou da vaca e do cavalo. O direito de matar um veado ou uma vaca é a única coisa sobre a qual a humanidade inteira manifesta acordo unânime, mesmo durante as guerras mais sangrentas."
"Esse direito - o de matar um veado ou uma vaca - nos parece natural porque nós estamos no alto da hierarquia. Mas bastaria que um terceiro entrasse no jogo, por exemplo, um visitante de outro planeta a quem Deus tivesse dito: Tu reinarás sobre as criaturas de todas as outras estrelas, para que toda a evidência do Génesis fosse posta em dúvida. O homem atrelado à carroça de um marciano - eventualmente grelhado no espeto por um visitante da Via-Láctea - talvez se lembrasse da costeleta de vitela que tinha o hábito de cortar em seu prato. Pediria (tarde demais), desculpas à vaca."
"Esse direito - o de matar um veado ou uma vaca - nos parece natural porque nós estamos no alto da hierarquia. Mas bastaria que um terceiro entrasse no jogo, por exemplo, um visitante de outro planeta a quem Deus tivesse dito: Tu reinarás sobre as criaturas de todas as outras estrelas, para que toda a evidência do Génesis fosse posta em dúvida. O homem atrelado à carroça de um marciano - eventualmente grelhado no espeto por um visitante da Via-Láctea - talvez se lembrasse da costeleta de vitela que tinha o hábito de cortar em seu prato. Pediria (tarde demais), desculpas à vaca."
- A Insustentável Leveza do Ser; Milan Kundera
quarta-feira, fevereiro 23, 2011
Os anos são degraus
Os anos são degraus, a vida a escada.
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
Só Deus pode fechá-la,
Pode abri-la.
São vários os degraus; alguns sombrios,
Outros ao sol, na plena luz dos astros,
Com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros
Nas mãos dos vendavais.
Mas tudo são degraus; tudo é fugir
À humana condição.
Degrau após degrau,
Tudo é lenta ascensão.
Senhor, como é possível a descrença,
Imaginar, sequer, que ao fim da Estrada
Se encontre após esta ansiedade imensa
Uma porta fechada
E mais nada?
Longa ou curta, só Deus pode medi-la.
E a Porta, a grande Porta desejada,
Só Deus pode fechá-la,
Pode abri-la.
São vários os degraus; alguns sombrios,
Outros ao sol, na plena luz dos astros,
Com asas de anjos, harpas celestiais.
Alguns, quilhas e mastros
Nas mãos dos vendavais.
Mas tudo são degraus; tudo é fugir
À humana condição.
Degrau após degrau,
Tudo é lenta ascensão.
Senhor, como é possível a descrença,
Imaginar, sequer, que ao fim da Estrada
Se encontre após esta ansiedade imensa
Uma porta fechada
E mais nada?
Fernanda de Castro
Asa no Espaço (1955)
terça-feira, fevereiro 22, 2011
MOZART - O AMADO DE DEUS
mozart e a flauta mágica
«Je cherche les notes qui s’aiment»
(wolfgang amadeus mozart, 1756-1791)
Mozart no céu
NO DIA 5 de dezembro de 1791 Wolfgang Amadeus
Mozart entrou no céu, como um artista
de circo, fazendo piruetas extraordinárias
sobre um mirabolante cavalo branco.
Os anjinhos atônitos diziam: Que foi? Que não foi?
Melodias jamais ouvidas voavam nas linhas suplementares
[superiores da pauta.
Um momento se suspendeu a contemplação inefável.
A Virgem beijou-o na testa
E desde então Wolfgang Amadeus Mozart foi o
[ mais moço dos anjos.
Manuel Bandeira -in Lira dos Cinquent'anos
imagem in http://www.superkids.com/aweb/pages/reviews/music/04/magicflute/merge.shtmlsegunda-feira, fevereiro 21, 2011
domingo, fevereiro 20, 2011
a hipocrisia americana
Os Estados Unidos da América continuam com o complexo de serem os donos do mundo, preocupados só e apenas com o seu umbigo à tio Sam e esquecem-se que estão num Mundo que nem é "teu" nem "meu", é global! Para alguns casos, infelizmente!
Dia 18, no Conselho de Segurança da ONU, os EU vetaram uma resolução da ONU em que se consideravam ilegais os colonatos israelitas na Palestina. Todos os 14 países votaram contra, os EU vetaram...
Não é assim que se trabalha para a Paz!
Ou seja, o Estado de Israel (feito em cima da Palestina) continua alargando as suas fronteiras e edificando colonatos no que não é seu.
Que faríamos nós se um vizinho hostil, sem mais nem menos, viesse ocupar o nosso quintal, aí construísse um galinheiro ou plantasse árvores?
Na próxima sexta feira está já marcado o DIA DA RAIVA contra a acção norte americana.
Mais um rastilho aceso no Médio Oriente, mais um incentivo ao terrorismo subtil, mais uma violação de direitos humanos enquanto o Mundo assiste, de braços cruzados, à edificação de muros de betão fora de fronteiras, originando guettos, fome, inibindo a circulação do Povo residente e dono do território ocupado, o mundo assiste de braços cruzados à ocupação das poucas terras restantes por colonatos israelitas, até um dia.
Nesse dia a nação árabe talvez se una, actue, e faça o Mundo descruzar os braços!
Maria Teresa Góis
A Vaidade Deforma a Alegria e a Tristeza
As virtudes humanas muitas vezes se compõem de melancolia, e de um retiro agreste. As mais das vezes é humor o que julgamos razão; é temperamento o que chamamos desengano; e é enfermidade o que nos parece virtude. Tudo são efeitos da tristeza; esta obriga-nos a seguir os partidos mais violentos, e mais duros; raras vezes nos faz reflectir sobre o passado, quási sempre nos ocupa em considerar futuros; por isso nos infunde temor, e cobardia, na incerteza de acontecimentos felizes, ou infaustos; e verdadeiramente a alegria nos governa em forma, que seguimos como por força os movimentos dela; e do mesmo modo os da tristeza.
Um ânimo alegre disfarça mal o riso, um coração triste encobre mal o seu desgosto: como há-de chorar quem está contente? E como há-de rir quem está triste? Se alguma vez se chora donde só se deve rir, ou se ri por aquilo por que se deve chorar, a alma então penetrada de dor, ou de prazer, desmente aquele exterior fingido, e falso. Só a vaidade sabe transformar o gosto em dor, e esta em prazer, a alegria em tristeza, e esta em contentamento; por isso as feridas não se sentem, antes lisonjeiam, quando foram alcançadas no ardor de uma peleja, esclarecida pelas circunstâncias da vitória; as cicatrizes por mais que causem deformidade enorme, não entristecem, antes alegram, porque servem de prova, e instrumento visível, por onde a cada instante, e sem palavras, o valor se justifica; são como uma prova muda, que todos entendem, e que todos vêem com admiração, e com respeito.
Matias Aires, in 'Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens e Carta Sobre a Fortuna'
sábado, fevereiro 19, 2011
Bolo de noz
Rápido, prático e fácil.Óptimo resultado
Ingredientes:
Ingredientes:
250 gr margarina amolecida - 230 gr de açúcar - 250 gr de farinha - 1 clolher de chá de fermento - raspa de 1 limáo pequeno (opcional, eu não punha) - 5 ovos inteiros - 4 colheres de sopa de caramelo líquido de compra - 150 gr de nozes picadas grosseiramente.
À margarina amolecida junte o açúcar, depois os ovos 1 a 1, o caramelo líquido, a raspa, a farinha com o fermento. Está bem batido? Adicione as nozes.
Vai a forno pré aquecido em forma bem untada. Depois diga se não é bom, Também resulta com amêndoa (ver foto ) e eu usei amêndoa com pele mas, feito com a noz fica muito bom.
sexta-feira, fevereiro 18, 2011
conheces...
quinta-feira, fevereiro 17, 2011
lendo....
(...) Mas não, vejamos a vergonha, a ignomínia, tudo isso é relativo e deixa minha personalidade fora de jogo. Eles executaram Luís XVI, porque “eles” o tinham como um criminoso sem honra, e tinham razão, do seu ponto de vista; mas os que sofreram o martírio por ele e o colocaram no rol dos santos não tinham igualmente razão? Executou-se em seguida Robespierre, porque era um déspota... Quem tem razão? Quem não tem razão? Ninguém. Aproveita da vida enquanto viveres; amanhã morrerás, como poderia eu ter morrido há uma hora. Vale a pena atormentar-se a gente, quando o pouco tempo que nos resta para viver não é mais que um segundo em face da eternidade?
(...) Que é o mal, que é o bem? Que é preciso amar, que é preciso odiar? Por que é preciso viver e que é o eu? Que é a vida, a morte? E qual é a força que dirige tudo? Só encontrava para todas essas perguntas uma resposta, que não era uma, aliás “Morrerás um dia e tudo acabarás. Morrerás e saberá tudo, ou cessarás de fazer perguntas a ti mesmo.” Mas morrer era também uma coisa terrível.
(...) A sabedoria, a verdade suprema é como um licor muito puro, que desejamos absorver. Poderei julgar-lhe a pureza, se o verto num vaso sujo? Só depois de uma purificação do seu ser íntimo é que posso levar esse precioso licor a certo grau de pureza.
in: Guerra e Paz, Leão Tolstoi
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
Encontrados filmes nazis em 3D de 1936
16.02.2011 - 16:59 Por Cláudia Carvalho, PUBLICO
Dois filmes em 3D, rodados antes da Segunda Guerra Mundial na Alemanha para o Ministério da Propaganda de Joseph Goebbels, foram encontrados em Berlim pelo realizador australiano Philippe Mora.
Os filmes de conteúdo propagandístico com imagens do quotidiano alemão, datados de 1936 foram encontrados nos ficheiros federais alemães e têm a duração de 30 minutos cada um. A novidade é o formato em que estão gravados: 3D. Dezasseis anos antes do formato se tornar conhecido nos EUA.
“Os filmes foram rodados em 35 milímetros, aparentemente com um prisma colocado à frente das lentes”, disse Mora à revista “Variety”, acrescentando que a qualidade dos filmes é “fantástica”. “Os nazis eram obcecados em gravar tudo e cada imagem era muito bem pensada, tinha tudo a ver com a forma como eles ganhavam o controlo do país e das suas pessoas”, atestou o realizador australiano.
Philippe Mora encontrou os filmes na sequência de uma investigação que está a fazer para um documentário em que está a trabalhar, How the Third Reich was recorded”, no qual explora a forma como os nazis usaram a imagem para influenciar a opinião pública na época nazi, na Alemanha.
“Os filmes foram realizados por um estúdio independente para o Ministério da Propaganda de Goebbels e rotulados como “Raum film”, filmes do espaço, podendo ser por isso que ninguém tenha percebido que eram em 3D”, disse à “Variety”, o realizador australiano.
O descobrimento, ainda não confirmado pelo arquivo federal, demonstra que os nazis estavam adiantados em relação a Hollywood, onde as primeiras gravações com tecnologia 3D foram realizadas apenas nos anos 50, não tendo alcançado o êxito que hoje em dia alcançou.
Urgente
Urgente é construir serenamente
seja o que for, choupana ou catedral,
é trabalhar a pedra, o barro, a cal,
é regressar às fontes, à nascente.
É não deixar perder-se uma semente,
é arrancar as urtigas do quintal,
é fazer duma rosa o roseiral,
sem perder tempo. Agora. Já. É urgente.
Urgente é respeitar o Amigo, o Irmão,
é perdoar, se alguém pede perdão,
é repartir o trigo do celeiro.
Urgente é respirar com alegria,
ouvir cantar a rola, a cotovia,
e plantar no pinhal mais um pinheiro.
Fernanda de Castro
Poesia II (1969)
terça-feira, fevereiro 15, 2011
Um dia na vida de Ivan Denisovich
(Dois excertos – início e final)
«Como habitualmente, às 5 da manhã ouviu-se o toque de alvorada, dado pelos golpes de um martelo sobre um bocado de barra suspenso junto da barraca de comando. (...)
Já o ruído cessara, embora por todo o campo parecesse ainda estar-se a meio da noite, quando Ivan Denisovich Shukhov se ergueu para ir à latrina. Estava escuro como breu, vendo-se apenas a luz amarela lançada por três holofotes – dois no perímetro e um dentro do próprio campo. [...]
*
Shukhov adormeceu completamente satisfeito. Feliz. Fora bafejado pela sorte aquele dia: não o haviam posto no xadrez; não tinham enviado a brigada para o Centro; surripiara uma tigela de kasha ao almoço; o chefe de brigada fixara bem as rações; construíra uma parede e tirara prazer do seu trabalho; arranjara aquele pedaço de metal e conseguira passá-lo; recebera qualquer coisa de Tsezar, à noite; comprara o tabaco. E não caíra doente.
Um dia sem uma nuvem carregada, sombria. Quase um dia feliz.
Contava já no seu activo três mil seiscentos e cinquenta e três dias como este. Desde o primeiro até ao último toque na barra de carril.
Os três dias suplementares pertenciam a anos bissextos.»
Alexander Soljenitsin
Trad de H. Silva Letra
Publicações Europa-América, Livros de Bolso nº 33, Lisboa, 1972 – reed. Em 2008
segunda-feira, fevereiro 14, 2011
um grande amor
"Um grande amor não cabe em nenhum verso,
como a vida não cabe num jardim,
como não cabe Deus no Universo
nem o meu coração dentro de mim.
A noite é mais pequena do que o luar,
e é mais vasto o perfume do que a flor.
É a onda mais alta do que o mar.
Não cabe em nenhum verso um grande amor.
Dizer em verso aquilo que se pensa,
ideia de poeta, ideia louca.
Não é bastante a frase mais extensa,
diz mais o beijo do que diz a boca.
Ninguém deve contar o seu segredo.
Versos de amor, só se os fizer assim:
como os pássaros cantam no arvoredo,
como as flores se beijam no jardim.
Que verso incomparável, infinito,
feito de sol, de misterioso brilho,
poderia dizer o que, num grito,
diz a mulher quando lhe nasce um filho?
E quando sobre nós desce a tristeza,
como desce a penumbra sobre o dia,
uma lágrima triste e sem beleza,
diz mais do que a palavra nua e fria.
Redondilha de amor... Para fazê-la,
desse-me Deus a tinta do luar,
a candeia suspensa de uma estrela
e o tinteiro vastíssimo do mar."
Fernanda de Castro
Lisboa, 8 de Dezembro de 1900 – 19 de Dezembro de 1994
Lisboa vai perder calçada portuguesa
O típico pavimento é conhecido como calçada portuguesa, mas são poucos os portugueses que apostam no seu potencial. Já foi criada uma escola de calceteiros e, em anos anteriores, portugueses formavam pessoas de outros países. No futuro, arriscamo-nos a que sejam profissionais de outros países a ensinar aos portugueses os truques deste pavimento. Em Lisboa, a sua área deverá encolher durante a próxima década
Foi criada uma escola municipal, há 24 anos, para que a arte não morresse. Há apenas quatro anos, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciava que queria duplicar o número de calceteiros. Em Dezembro desse mesmo ano, a autarquia colocou uma estátua em homenagem a estes profissionais. Actualmente prevê-se uma diminuição da calçada portuguesa em nome da comodidade.
Este é o sentido do novo Plano Director Municipal (PDM), para os próximos dez anos, que admite a substituição do característico pavimento português por um mais confortável para caminhar. "Não estão ainda determinados os locais onde iremos intervir, mas obviamente que a calçada portuguesa não será retirada dos bairros históricos." A garantia foi dada por Fernando Nunes da Silva, vereador da mobilidade da CML. Ao DN, o autarca salientou ainda que "aquilo que existe em algumas urbanizações recentes são várias pedras juntas, isto é, simulacros de calçada."
Porém, a falta de comodidade não é o único problema a estar na base desta substituição. Até porque, segundo Luísa Dornellas, chefe da Divisão de Formação da CML, "uma calçada [portuguesa] bem feita não é má para os saltos das senhoras, e pode até ser confortável".
Mas, quando se trata de locais inseguros para os lisboetas, a substituição do pavimento parece ser consensual. "Não sei em concreto o que prevê o PDM, mas duvido que haja uma substituição da calçada apenas por conforto. O que me parece razoável é que, em alguns pontos, a calçada seja trocada por pôr em causa a segurança dos cidadãos. Refiro-me por exemplo a locais com grande inclinação."
Ainda assim, Luísa Dornellas lembra que a calçada portuguesa tem, pelo menos, cinco vantagens sobre os outros pisos normalmente utilizados nas grandes cidades: "Em primeiro lugar tem robustez, durabilidade e é feita com materiais sustentáveis, ou seja, as pedras podem ser reutilizadas" afirmou a especialista, salientando que, "além de o tradicional pavimento português ser muito importante para a imagem da cidade, é de fácil lavagem e tem uma grande capacidade de absorção de águas pluviais."fonte DN Lisboa
Este é o sentido do novo Plano Director Municipal (PDM), para os próximos dez anos, que admite a substituição do característico pavimento português por um mais confortável para caminhar. "Não estão ainda determinados os locais onde iremos intervir, mas obviamente que a calçada portuguesa não será retirada dos bairros históricos." A garantia foi dada por Fernando Nunes da Silva, vereador da mobilidade da CML. Ao DN, o autarca salientou ainda que "aquilo que existe em algumas urbanizações recentes são várias pedras juntas, isto é, simulacros de calçada."
Porém, a falta de comodidade não é o único problema a estar na base desta substituição. Até porque, segundo Luísa Dornellas, chefe da Divisão de Formação da CML, "uma calçada [portuguesa] bem feita não é má para os saltos das senhoras, e pode até ser confortável".
Mas, quando se trata de locais inseguros para os lisboetas, a substituição do pavimento parece ser consensual. "Não sei em concreto o que prevê o PDM, mas duvido que haja uma substituição da calçada apenas por conforto. O que me parece razoável é que, em alguns pontos, a calçada seja trocada por pôr em causa a segurança dos cidadãos. Refiro-me por exemplo a locais com grande inclinação."
Ainda assim, Luísa Dornellas lembra que a calçada portuguesa tem, pelo menos, cinco vantagens sobre os outros pisos normalmente utilizados nas grandes cidades: "Em primeiro lugar tem robustez, durabilidade e é feita com materiais sustentáveis, ou seja, as pedras podem ser reutilizadas" afirmou a especialista, salientando que, "além de o tradicional pavimento português ser muito importante para a imagem da cidade, é de fácil lavagem e tem uma grande capacidade de absorção de águas pluviais."fonte DN Lisboa
domingo, fevereiro 13, 2011
'Lucy' caminhava como nós
fonte DN, Lisboa
Um pequeno osso fossilizado descoberto em África ajudou agora a resolver um enigma sobre o hominídeo Australopithecus afarensis.
A descoberta de um pequeno osso do pé da "avó" mais famosa da humanidade revelou que o Australopithecus afarensis, que viveu entre há 3,7 e 2,9 milhões de anos, já caminhava como o homem moderno.
Esse fóssil do quarto metarso (correspondente ao quarto dedo do pé), o primeiro desse tipo que se encontrou deste hominídeo, foi escavado em Hadar, na Etiópia, e tem a forma arqueada necessária à locomoção bípede, que é exclusiva da espécie humana.
Essa era uma incógnita que subsistia em relação a Lucy. O estudo do achado, que é publicado na revista Science,veio agora resolver o enigma.
Nota da Redacção - Vou dormir muito mais descansada com a qualidade de passinhos que a minha "avó" dava.
os lambe botas
corpos descalçados anunciam os sexos.
confessadamente!
e não há reconhecimento
…ou qualquer pudor em disfarce.
…ou qualquer pudor em disfarce.
são as línguas que perfazem as faces,
desvirtuando o colo da sociedade,
onde a languidez errante da adulação,
nutrida em baba ressequida,
expressa sons sem tons.
desvirtuando o colo da sociedade,
onde a languidez errante da adulação,
nutrida em baba ressequida,
expressa sons sem tons.
nem o olhar tem voz!
porém,
quando as botas são mimadas,
em lambidelas ferozes e bafos sôfregos,
não existe realidade amarga.
quando as botas são mimadas,
em lambidelas ferozes e bafos sôfregos,
não existe realidade amarga.
há melhor do que uma língua sem boca?
Luis Morgadinho
in Sons Urbanos
sábado, fevereiro 12, 2011
tudo cura o tempo
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as feições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco que terem durado muito. São como as linhas que partem do centro para a circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco com que já não tira; embota-lhe as setas com que já não fere; abre-lhe os olhos com que vê o que não via; e faz-lhe crescer as asas com que voa e foge.
A razão natural de toda esta diferença é porque o tempo tira a novidade às coisas: descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe o gosto e basta que sejam usadas para não serem as mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor! O mesmo amar é causa de não amar, e o ter amado muito, de amar menos.
Padre António Vieira - Sermões
sexta-feira, fevereiro 11, 2011
O Amante
Um dia, já eu era velha, um homem dirigiu-se-me à entrada de um lugar público. Deu-se a conhecer e disse-me: - «Conheço-a desde sempre. Toda a gente diz que você era bonita quando era nova, vim dizer-lhe que, para mim, acho-a mais bonita agora do que quando era jovem, gostava menos do seu rosto de mulher jovem do que daquele que tem agora, devastado. »Penso frequentemente nesta imagem que sou a única a ver ainda e de que nunca falei. Está sempre aí no mesmo silêncio, deslumbrante. É, de todas, a que me agrada de mim própria, onde me reconheço, onde me encanto.Muito cedo na minha vida foi tarde de mais. Aos dezoito anos era já tarde de mais. Entre os' dezoito e os vinte e cinco anos o meu rosto partiu numa direcção imprevista. Aos dezoito anos envelheci. Não sei se é assim com toda a gente, nunca perguntei. Parece-me ter ouvido falar dessa aceleração do tempo que nos fere por vezes quando atravessamos as idades mais jovens, mais celebradas da vida. Este envelhecimento foi brutal. Vi-o apoderar-se dos meus traços um a um, [ ...]
Marguerite Duras,O Amante
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
Descoberta em Beja uma das maiores necrópoles islâmicas do país
Uma das maiores necrópoles do período Islâmico em Portugal foi descoberta em Beja, nas obras de modernização da Escola Secundária Diogo de Gouveia.
"Esta necrópole é, certamente, uma das maiores encontradas no país", garantiu à Agência Lusa Raquel Santos, que coordena a equipa da Neoépica, empresa que está a efectuar a arqueologia preventiva associada às obras.
Os trabalhos decorrem desde Novembro de 2009 e a necrópole tem estado a ser escavada pelos arqueólogos, no âmbito das obras de modernização da Escola Secundária Diogo de Gouveia (Liceu de Beja), a cargo da Parque Escolar.
"A escavação acompanhou a obra em si e temos várias áreas intervencionadas, quer no exterior, quer no interior do edifício da escola. Os vestígios da necrópole islâmica são os que saltam mais à vista", realçou Raquel Santos.
Até ao momento, disse, os arqueólogos já encontraram esqueletos correspondentes a "250 indivíduos, de ambos os sexos, maioritariamente adultos, mas também crianças e jovens".
"A maior parte é do período islâmico, em que os indivíduos eram enterrados de lado, mas há alguns enterramentos cristãos, em que os mortos foram deitados de costas", acrescentou.
Segundo Raquel Santos, os trabalhos arqueológicos na necrópole, cujos limites "não estão totalmente definidos", uma vez que "só está a ser escavada a área afectada pelas obras", compreendem o levantamento dos 250 enterramentos.
A coordenadora acrescentou a que a necrópole deverá conter "ainda mais" enterramentos, mas essa área não vai ser intervencionada.
O local onde se encontra a necrópole islâmica será "novamente tapado", para que as obras possam avançar, revelou também Raquel Santos, referindo que, além destes vestígios, foram encontradas mais estruturas arqueológicas no espaço da escola.
Vários silos, com "dois ou três metros de profundidade" e que serviam para guardar alimentos, assim como estruturas muros e, eventualmente, de habitações são outros dos vestígios, alguns deles de "épocas mais modernas", mas cujo período cronológico exacto ainda não foi estabelecido, explicou a responsável. in JN, Lisboa
Cientistas descobriram o que faz a pulga saltar
Já se sabia que as pulgas tinham energia suficiente para saltar a uma distância 200 vezes mais longa que o tamanho do seu próprio corpo. Mas o que os cientistas não conseguiam perceber, era como é que estas pequenas criaturas conseguiam transferir esta energia para o chão, para poderem saltar.
Fotografias tiradas ao pormenor revelam agora que o segredo está na forma como as pulgas usam as suas patas traseiras juntas como se fossem catapultas, permitindo ao insecto saltar para a frente e para trás.
Esta nova teoria veio deitar por terra todos aqueles que acreditavam que a força das pulgas estava na sua espinha e não nos músculos. fonte DN, Lisboa
Fotografias tiradas ao pormenor revelam agora que o segredo está na forma como as pulgas usam as suas patas traseiras juntas como se fossem catapultas, permitindo ao insecto saltar para a frente e para trás.
Esta nova teoria veio deitar por terra todos aqueles que acreditavam que a força das pulgas estava na sua espinha e não nos músculos. fonte DN, Lisboa
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
(ainda ) o acordo ortográfico
Nos nossos sete, oito e nove anos tínhamos que fazer aqueles malditos ditados que as professoras se orgulhavam de leccionar. A partir do terceiro erro de cada texto, tínhamos que aquecer as mãos para as dar à palmatória. E levávamos reguadas com erros destes: "ação", "ator", "fato" ("facto"), "tato" ("tacto"), "fatura", " reação", etc, etc...
Com o novo acordo ortográfico, voltam a vencer-nos, pois nós é que temos que nos adaptar a eles e não ao contrário. Ridículo...
Mas, afinal de onde vem a origem das palavras da nossa Língua? Do Latim!! E desta, derivam muitas outras línguas da Europa. Até no Inglês, a maior parte das palavras derivam do latim.
Então, vejam alguns exemplos:
Em Latim | Em Francês | Em Espanhol | Em Inglês | Até em Alemão, reparem: | Velho Português (o que desleixámos) | O novo Português (o importado do Brasil) |
Actor | Acteur | Actor | Actor | Akteur | Actor | Ator |
Factor | Facteur | Factor | Factor | Faktor | Factor | Fator |
| Tact | Tacto | Tact | Takt | Tacto | Tato |
Reactor | Réacteur | Reactor | Reactor | Reaktor | Reactor | Reator |
Sector | Secteur | Sector | Sector | Sektor | Sector | Setor |
Protector | Protecteur | Protector | Protector | Protektor | Protector | Protetor |
Selection | Seléction | Seleccion | Selection | | Selecção | Seleção |
| Exacte | Exacta | Exact | | Exacto | Exato |
| | | Except | | Excepto | Exceto |
Baptismus | Baptême | | Baptism | | Baptismo | Batismo |
| Exception | Excepción | Exception | | Excepção | Exceção |
| | | Optimum | | Óptimo | Ótimo |
Conclusão: na maior parte dos casos, as consoantes mudas das palavras destas línguas europeias mantiveram-se tal como se escrevia originalmente.
Se a origem está na Velha Europa, porque é temos que imitar os do outro lado do Atlântico.
Mais um crime na Cultura Portuguesa e, desta vez, provocada pelos nossos intelectuais da Lingua de Camões.
Circulem este email até chegar aos intelectuais que fizeram este acordo. Pode ser que eles abram os olhos.
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