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quinta-feira, janeiro 06, 2011

Lusíadas (versão actualizada ao sabor da crise)


As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II


E também as jogadas habilidosas

Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas...
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III


Falem da crise grega todo o ano!

E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano...
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV


E vós, ninfas do Coura onde eu nado

Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

recebido por email

2 comentários:

  1. É este o hino a que estamos fadados? Eu quero ir para a ilha... ... ...

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  2. Eu acrescentava:-
    Às armas e aos balcões assaltados
    Por esta raça esfomeada e insana
    Aos ladrões nunca serem Libertados
    Nem se alimentassem de banana
    E que por Tormentas passassem
    Enquanto eu tivesse força e gana

    Que o Sol nunca brilhasse
    Que a lua se escondesse
    Que a cegueira lhes pairasse
    Entre os quadrados do medo
    E que o ar só passasse
    Pelo minúsculo espaço dum dedo

    Que as teias que o tempo tece
    O mar as levasse e o sal derretece
    Que o vento para onde soprasse
    E nem o pó se quedasse
    Para todo aquele que vivesse
    Uma vez por todas se arrependesse

    JOAO. F. G. SOUSA.

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