VIDA
Pintor russo, Vassili Kandinski nasceu em Moscou em 1866 e morreu em Neuilly-sur-Seine em 1944. Decidindo-se pela pintura, parte para Munique em 1896, ali estudando. Viaja pela França (contacto com os fauvistes), Itália e Tunísia. Retornando a Munique em 1908, preside uma associação de artistas novos e edita, em 1912, Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), juntamente com Franz Marc. Entre 1914 e 1921 reside em Moscou, onde dirige a academia de artes da U.R.S.S. De volta à Alemanha em 1921, torna-se membro importante do Bauhaus, primeiro em Weimar e depois em Dassau. Fechado o Bauhaus pelo regime nazista, transfere-se para Paris em 1934, ali passando seus dez últimos anos de vida.
CARACTERIZAÇÃO
A posição de Kandinski na arte moderna é não somente a de um inovador, mas a de um dos principais teóricos do Abstracionismo na pintura, cujas concepções, entretanto, só foram aceitas por uma parcela reduzida de adeptos das novas tendências. Dentro do quadro das vanguardas artísticas, Kandinski sustentou uma posição quase isolada de teórico do espiritualismo nas artes, em contraste flagrante com as tendências materialistas, pragmáticas e funcionais, que foram dominantes na primeira metade do século. Exceptuando o Expressionismo do grupo Der Blaue Reiter, Kandinski não se integrou inteiramente em nenhum dos grupos de vanguarda em que actuou, mas influenciou a arte moderna em geral, descrevendo em suas actividades de teórico e realizador, um complexo roteiro evolutivo.
ACTIVIDADES
Em 1895 Kandinski viu uma exposição dos impressionistas em Moscou, que lhe revelam, no uso da cor, o caminho para a independência da arte em relação à natureza. Entre 1906 e 1909 cria paisagens expressionistas de cores fortes e gravuras estilizadas que lembram a arte dos ícones. Após 1910 oscila entre a representação figurativa e o abstracto. Concebe uma pintura não-figurativa, mas o seu conceito de abstracção, expresso em "Sobre o elemento espiritual na arte", 1911, envolve uma compreensão místico-metafísica das cores, às quais atribui propriedades simbólicas.
Até 1914 Kandinski evolui, passando por cinco fases: Naturalismo (até 1900), Impressionismo, Fauvismo, Expressionismo e Abstraccionismo. Sua arte será, a partir daí, só de abstracção. Mas sua abstracção, que prefere chamar de 'pintura concreta', não tem sentido exclusivamente plástico. Entretanto, a experiência do Construtivismo russo e, depois, do funcionalismo do Bauhaus, influenciam-no no sentido de uma explicação mais técnica e menos metafísica da arte, no livro "Ponto e linha até a superfície", 1926.
Embora afastado do pragmatismo do Bauhaus, Kandinski incorpora sua lição construtiva em telas como "Oval nº 2", "No Círulo negro" e outras, entre 1923 e 1925. Essa fase de construção geométrica coincide com o seu desempenho pedagógico no Bauhaus. entre 1925 e 1928 sucede-se a 'época dos círculos', uma dança geométrica, com surpreendente invenção de ritmos e cores. Em seus anos parisienses concebe uma síntese lírica, em telas como "Conjunto multicolor", "Contraste acompanhado nº 613" etc., entre a composição racional e a intuição poética livre.
Fonte:
Enciclopédia Mirador Internacional, vol. 12, pág.6594, São Paulo, SP
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