Apoiantes falam em "assassínio em câmara lenta" e pedem a Madrid que assuma as responsabilidades históricas no Sara Ocidental
Aminatu Haidar continua com a mesma determinação que há duas semanas demonstrou em entrevista telefónica ao DN. "Ela está muito mal em termos de saúde, mas bem do ponto de vista psicológico. O que pede é respeito pela liberdade de levar a sua luta até ao fim, recusando ser alimentada à força, como quer a Espanha", disse ontem ao DN Carmelo Rodríguez, um dos membros da plataforma de apoio à activista saraui.
Mãe de dois adolescentes, Aminatu entrou ontem na sua quarta semana de greve de fome pelo direito a regressar a El Aiún, de onde foi expulsa no mês passado pelas autoridades marroquinas com a conivência do Governo espanhol. Isto depois de ter escrito no formulário de chegada àquela cidade que o seu país de origem era o Sara Ocidental e não Marrocos.
A activista sarauí fez ontem saber através dos seus apoiantes e advogada que assinou um documento reconhecido por notário a recusar receber cuidados médicos e receber a visita de qualquer técnico de saúde, antecipando já a presença de um médico enviado pelo juiz ao aeroporto da ilha canária de Lanzarote.
A justiça está a estudar a hipótese de submetê-la a alimentação forçada para evitar a sua morte. E também para evitar o embaraço do Governo socialista espanhol, que pode vir a ser acusado de deixar morrer uma activista de direitos humanos enquanto não hesitou em salvar a vida de um etarra em greve de fome por razões humanitárias.
"Aquilo a que estamos a assistir é a um assassínio em câmara lenta com transmissão em directo para o mundo", acrescentou Carmelo Rodríguez, acusando as autoridades espanholas de criarem simulacros para mostrar que estão a fazer alguma coisa para resolver a situação. "O voo de regresso a El Aiún na sexta-feira é um exemplo disso, pois os espanhóis já sabiam que não tinham autorização de Marrocos."
O responsável considerou ainda que a resolução que o ministro Miguel Ángel Moratinos ontem estava a tentar fazer aprovar no Parlamento de Espanha "não vai servir rigorosamente para nada. O Governo já fez, pela voz de José Luis Rodríguez Zapatero, declarações muito graves,dizendo que o que deve predominar é o interesse geral de Espanha, ou seja, os interesses económicos e não os direitos humanos".
Indo mais longe, Ramírez disse mesmo que Espanha, antiga potência colonial do Sara Ocidental, devia seguir o exemplo português em Timor-Leste "promovendo o direito dos sarauis a um referendo sobre a sua autodeterminação".
Marrocos, por seu lado, voltou ontem a acusar Aminatu Haidar de estar ao serviço dos argelinos que apoiam a Frente Polisário. E perguntou a Espanha se quer passar a lidar com um país que feche os olhos às ondas de imigrantes ilegais subsarianos.(in DN)
Mãe de dois adolescentes, Aminatu entrou ontem na sua quarta semana de greve de fome pelo direito a regressar a El Aiún, de onde foi expulsa no mês passado pelas autoridades marroquinas com a conivência do Governo espanhol. Isto depois de ter escrito no formulário de chegada àquela cidade que o seu país de origem era o Sara Ocidental e não Marrocos.
A activista sarauí fez ontem saber através dos seus apoiantes e advogada que assinou um documento reconhecido por notário a recusar receber cuidados médicos e receber a visita de qualquer técnico de saúde, antecipando já a presença de um médico enviado pelo juiz ao aeroporto da ilha canária de Lanzarote.
A justiça está a estudar a hipótese de submetê-la a alimentação forçada para evitar a sua morte. E também para evitar o embaraço do Governo socialista espanhol, que pode vir a ser acusado de deixar morrer uma activista de direitos humanos enquanto não hesitou em salvar a vida de um etarra em greve de fome por razões humanitárias.
"Aquilo a que estamos a assistir é a um assassínio em câmara lenta com transmissão em directo para o mundo", acrescentou Carmelo Rodríguez, acusando as autoridades espanholas de criarem simulacros para mostrar que estão a fazer alguma coisa para resolver a situação. "O voo de regresso a El Aiún na sexta-feira é um exemplo disso, pois os espanhóis já sabiam que não tinham autorização de Marrocos."
O responsável considerou ainda que a resolução que o ministro Miguel Ángel Moratinos ontem estava a tentar fazer aprovar no Parlamento de Espanha "não vai servir rigorosamente para nada. O Governo já fez, pela voz de José Luis Rodríguez Zapatero, declarações muito graves,dizendo que o que deve predominar é o interesse geral de Espanha, ou seja, os interesses económicos e não os direitos humanos".
Indo mais longe, Ramírez disse mesmo que Espanha, antiga potência colonial do Sara Ocidental, devia seguir o exemplo português em Timor-Leste "promovendo o direito dos sarauis a um referendo sobre a sua autodeterminação".
Marrocos, por seu lado, voltou ontem a acusar Aminatu Haidar de estar ao serviço dos argelinos que apoiam a Frente Polisário. E perguntou a Espanha se quer passar a lidar com um país que feche os olhos às ondas de imigrantes ilegais subsarianos.(in DN)
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