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domingo, agosto 21, 2011

Do mito à realidade

"Ver aquilo que temos diante do nariz requer uma luta constante"
George Orwell

Portugal, pela voz dos seus políticos, já andou "de tanga", talvez de fio dental e, hoje, anda de troika.
Esta palavra ficará gravada na vida das gerações do século XXI ainda que não pertença ao abominável acordo ortográfico.
 A maioria dos portugueses não sabe como resistirá ao corte de 50% no subsídio de Natal o tal que tanto ajudava às lembranças da "Festa" como servia para tapar qualquer buraco financeiro da vida: uns pneus, o seguro do carro, o frigorífico….
Começou no aumento dos transportes, até cerca de 25%, aumenta o IVA da luz e do gás em 17% e, para Setembro, a nível do cabaz necessário ao sustento das famílias, novos aumentos chegarão em sede de IVA.
Na "Pérola do Atlântico" ainda não se paga certos actos médicos por uma questão eleitoralista. A mesmíssima razão que levou o Governo Regional a aumentar o seu órgão de "informação" diário que, em vez de gratuito, é bem pago por todos os portugueses: os de cá e os de lá, os "cubanos". A crise não chegou oficialmente à RAM, onde se anunciam obras sobre obras, à laia de constante campanha eleitoral, sabendo de antemão que não serão realizadas.
277 Milhões de euros é um declive abissal, uma falta de organização e de responsabilidade económica. E dói ver a Madeira na mesma prateleira do BPN, à custa do fundo de pensões dos Bancários!
Nas Câmaras madeirenses já se distribui tinta, cimento e promessas. Raticida também, às mijinhas (para ser actual) e fora do tempo. Lá diz o Povo "quem mata um rato em Abril, mata mil" não é em Agosto ou Junho. Há-de haver jantares para a 3ª idade e o costumado "pão e circo" agitado por bandeiras laranjas, muitas das quais empunhadas por quem assim conseguiu o emprego.
As "gorduras do Estado Madeirense" não minguam até 09 de Outubro porque as medidas de contenção da troika para a Madeira estarão, até essa data, fechadas numa qualquer gaveta secreta.
Pede-se sacrifícios aos Portugueses, em "rentrées", elevando a voz acima do barulho dos talheres e travessas de carne assada.
Cria-se um país pobre, desiludido, de novo emigrado, deixando fugir todo o investimento que as famílias e o Estado nos jovens fizeram.
Quem ama a sua terra deve querer vê-la liberta de sanguessugas, de visionários loucos e de obscenidades constantes.
E termino lembrando a tragédia de há um ano no Porto Santo, que ceifou vidas e, pelo que não se ouve, não deve haver culpados. Para evoluir é urgente acordar e mudar.

Maria Teresa Góis

in:Diário Notícias Madeira/"Sinais dos Tempos"-opinião

1 comentário:

  1. Olá!
    Amamos nossa terra. O que nos deixa um tanto desiludidos é a ironia escondida nas crises financeiras: o trabalhador assaliarado paga a conta.
    Abraço.

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