
E eu respondo que a migração dos pássaros é um sintoma de que os hábitos não mudam quando queremos; e a vontade dos que querem ficar leva-os à morte, como se entre morrer e amar houvesse um elo que não sabemos de onde vem, mas se manifesta na melancolia de um bater de asas, sob os ramos da árvore, quando o céu de chuva impede o voo para cima dos seus ramos.
Mesmo que peguemos nessa ave, de pouco servirá: o seu destino foi escolhido por ela, e quando isso acontece nada podemos fazer. Debate-se, procurando escapar aos dedos que a prendem; e esse gesto leva-a para onde não lhe chegamos, a não ser com o olhar, sabendo que no dia seguinte o ramo irá ficar vazio.
Assim, voltei ao café onde tantas vezes te esperei: e não havia ninguém na mesa, como se a maldição tivesse tomado conta do lugar.É do Inverno, disse o patrão, ninguém sai de casa com este tempo.Não lhe dei outras razões. O que eu sei, levaste-o contigo, neste Inverno em que nem os pássaros querem ficar".
Nuno Júdice
Assim, voltei ao café onde tantas vezes te esperei: e não havia ninguém na mesa, como se a maldição tivesse tomado conta do lugar.É do Inverno, disse o patrão, ninguém sai de casa com este tempo.Não lhe dei outras razões. O que eu sei, levaste-o contigo, neste Inverno em que nem os pássaros querem ficar".
Nuno Júdice
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