Sonhei com uma Igreja humilde, feita de sal e sol, com jeito de fermento para um mundo novo, onde todos se amassem como Eu os amei.
Sonhei que tinha gravado, em seu coração, o Teu Nome para que guardasse a Tua Palavra.
Sonhei com um povo de profetas que recordasse a Aliança que selei no Meu Sangue; um povo de sacerdotes, promotores do amor humano, da justiça e da verdade. Que acreditasse em Ti, para além de todos os ídolos, superstições e magias.
Sonhei com um povo que não Te honrasse, apenas, com os lábios. Que levasse a sério a minha Cruz.
Sonhei com homens e mulheres decididos a amar sem fronteiras, sem reticências, sem cálculos, apoiados no Nosso Amor.
Sonhei com uma Igreja que não confundisse a Minha Palavra com as roupagens da Minha cultura.
Sonhei com essa Igreja em serviço, em comunhão fraterna, de mãos dadas, corações unidos. Sonhei que onde Eu estivesse, eles, também, estariam. Foi tão lindo!...
Acordei, feliz, e olhei à minha volta. Passeei os olhos pelos séculos e uma profunda tristeza, como aquela do Jardim das Oliveiras, Me invadiu. Tive a sensação de viver, de novo, a angústia do fracasso dos meus últimos dias. A impressão de que poucos acreditavam na minha ressurreição. Tratavam-Me como um cadáver embalsamado, inerte e impotente.
O meu sonho esbarrou na rigidez legalista dos chefes do Meu povo. Fizeram da autoridade um poder e Eu sonhava serviço. Pedira-lhes que permanecessem em Mim e apoiaram-se nos grandes da terra. Sonhara que fossem pescadores no mar do mundo e passam o tempo a repescar nas próprias águas.
Estou triste, Pai! A unidade que sonhara esboroou-se e constitui escândalo para os mais pequenos. Muitos falam de Mim, mas não se entendem entre si. Na verdade, não falam Comigo! Eu sonhara ser Água Viva e Pão Vivo, farnel de peregrinos - e eles vão beber em águas conspurcadas e procuram pão amassado com velho fermento. O Meu povo, que Eu sonhara profeta, deixou de ser sirene a lembrar a eternidade. Abençoa armas e Bancos, celebram a Minha Ceia com quem não acredita em Mim, repetindo a atitude de servir-se da minha amizade.
E isso Me magoou. Em Meu Nome cometem barbaridades e o meu sonho de comunhão, de sal, de luz, de fermento, tende a desvanecer-se."
Nota: Um texto que não sei quem é o autor. Mas, merece toda a nossa atenção, porque tudo isto salta no nosso pensamento com muita força e é uma luz para este tempo que defeniram como tempo do sacerdócio, não o sacerdócio comum a todos, mas o do poder e das hierarquias anacrónicas, que nada dizem a este tempo... Que aproveitem!
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