Que enfeitas o destino com corpo de ancas musicais,
Tão em paz e descontraída,
Te entranhas, como a chuva promissora,
Fértil, serena, avassaladora,
Aquecendo a indiferença e a ilusão.
Mulher,
Que nasceste para o luar te inventar o sonho
- Na nudez reclinada dos desejos –
Porto seguro, na fácil confusão do acordar,
Alimentas desesperos uterinos
E não és nascida de um qualquer Adão.
Mulher,
Única, una, imensa Mãe da natureza inteira,
Escondes na tua dor a dor mais verdadeira,
E no riso dos teus olhos enternecidos
Embalas, resignada, a morte do destino,
Nos filhos desta Vida que te nascem.
Mulher,
Corpo de deusa em ternuras breves,
Volúpia de pecado, sentinela de sonhos transformados,
Transparência de olhos, regatos ocultos,
Alma crescida em superior razão,
Mulher,
Dona de um abismo, nunca saciado...
Maria Teresa Góis
esboço de Hélder Carvalho
Gostei "aquecendo a indiferença e a ilusão.." É ela que dá LUZ. Acende-a para alumiar e iluminar caminhos, por vezes, ingremes e tortuosos. A Tukakubana ilumina com os seus blogues cheios d sabedoria e inteligência e muita, muita mesmo, criatividade. Palavra que é excelssamente feminina, por conseguinte, linda.
ResponderEliminar... as palavras são sempre poucas
ResponderEliminarem louvores e gratidão
à mulher,
mãe sofredora incondicional
avassaladora
e arrebatadora
sempre,
no primeiro gesto
de uma maçã oferecida
os Adões sucedem-se,
na sede cósmica da vida
de um ventre que se sucede a outro,
MULHER
Francisco Alferes
( se tivesse de cantar um poema à mulher, seria mais ou menos assim´
Adão
pimpão
come a maçã
não te faças fino
cuidado
com o pepino
olha o menino!
e não lhe
tomes o tino!
F.Alferes