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segunda-feira, março 08, 2010

mulher


Mulher,
Que enfeitas o destino com corpo de ancas musicais,
Tão em paz e descontraída,
Te entranhas, como a chuva promissora,
Fértil, serena, avassaladora,
Aquecendo a indiferença e a ilusão.
Mulher,
Que nasceste para o luar te inventar o sonho
- Na nudez reclinada dos desejos –
Porto seguro, na fácil confusão do acordar,
Alimentas desesperos uterinos
E não és nascida de um qualquer Adão.
Mulher,
Única, una, imensa Mãe da natureza inteira,
Escondes na tua dor a dor mais verdadeira,
E no riso dos teus olhos enternecidos
Embalas, resignada, a morte do destino,
Nos filhos desta Vida que te nascem.
Mulher,
Corpo de deusa em ternuras breves,
Volúpia de pecado, sentinela de sonhos transformados,
Transparência de olhos, regatos ocultos,
Alma crescida em superior razão,
Mulher,
Dona de um abismo, nunca saciado...


Maria Teresa Góis

 
esboço de Hélder Carvalho

2 comentários:

  1. José Ângelo Gonçalves de Paulos8 de março de 2010 às 09:59

    Gostei "aquecendo a indiferença e a ilusão.." É ela que dá LUZ. Acende-a para alumiar e iluminar caminhos, por vezes, ingremes e tortuosos. A Tukakubana ilumina com os seus blogues cheios d sabedoria e inteligência e muita, muita mesmo, criatividade. Palavra que é excelssamente feminina, por conseguinte, linda.

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  2. ... as palavras são sempre poucas
    em louvores e gratidão
    à mulher,
    mãe sofredora incondicional
    avassaladora
    e arrebatadora
    sempre,
    no primeiro gesto
    de uma maçã oferecida
    os Adões sucedem-se,
    na sede cósmica da vida
    de um ventre que se sucede a outro,
    MULHER


    Francisco Alferes
    ( se tivesse de cantar um poema à mulher, seria mais ou menos assim´
    Adão
    pimpão
    come a maçã
    não te faças fino
    cuidado
    com o pepino
    olha o menino!
    e não lhe
    tomes o tino!

    F.Alferes

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