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segunda-feira, agosto 16, 2010

Cheiro a verdes


   É verde, verde, o cheiro da noite que entra pela janela. 
   Colhido na serra tem, contudo, um travo fundo de mar como se as raízes bebessem, milhões de anos atrás, o salgado das marés.
   A feiteira seca, espalhada, refrescando odores e despedidas na tibieza da noite. Pouco faltará a ser calcada, recolhida, ciosamente guardada meses afora, para cama de gados e adubo.
   Os grilos não cansam e o sono custa, não acontece.
  Bizarra esta manifestação de convívio nocturno, cocktail de ervas e húmus, machices gri-gritadas em desafinação estridente.
   E o ciclo repete-se, no nasce e morre, girando para tudo e todos, no virar rápido dos meses, de verdes diversos, para os quais não quero fechar a janela...

  Maria Teresa S. T. de Góis

 

 

 

 

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