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domingo, agosto 08, 2010

fábula


No princípio do mundo o Amor não era cego;
Via mesmo através da escuridão cerrada
Com pupilas de Lince em olhos de Morcego.

Mas um dia, brincando, a Demência, irritada,
Num ímpeto de fúria os seus olhos vazou;
Foi a Demência logo às feras condenada,
Mas Júpiter, sorrindo, a pena comutou.

A Demência ficou apenas obrigada
A acompanhar o Amor, visto que ela o cegou,
Como um pobre que leva um cego pela estrada.

Unidos desde então por invisíveis laços
Quando o Amor empreende a mais simples jornada,
Vai a Demência adiante a conduzir-lhe os passos



António Feijó

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