No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!
Mário Quintana, poeta brasileiro, nascido em Alegrete, 1906, e falecido em Porto Alegre, 1994, foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro, deixou uma vasta obra de textos, pensamentos e poesia, pelo conjunto da qual recebeu em 1980 o prêmio Machado de Assis da academia Brasileira de Letras.
Gosto deste tipo de poesia.
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