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segunda-feira, setembro 13, 2010

Auto Retrato

Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.


Natália Correia 

S.Miguel, Açores, 13/09/1923
Lisboa, 16/03/1993 

1 comentário:

  1. Tuka, tenho estado com problemas de saúde, pessoais, etc. daí a minha ausência e pouca pachorra. No entanto hoje não ressiti e dei uma olhadela pelo o teu blog e eis que vejo um poema de Natália Correia. Boas recordações... o Mauricio, eu e amigos nossos, encontravamo-nos sempre que podíamos no bar que ela tinha. Boas tertúlias! O tempo leva-nos aqueles a quem queremos ou admiramos, mas o homem encontra-se sempre algo que não deixa esquecer. Tu assim o fizeste e que bem fez. Obrigada amiga. Brevemente, espero, regressarei às nossas brincadeiras. Milu

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