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sábado, setembro 18, 2010

a Raça do Alentejano...





Como é um alentejano? 
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.
Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos
, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie"; 
dos pretos
, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida; 
dos judeus
, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas; 
dos árabes
, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos; 
dos ciganos
, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós; 
dos brancos
, o olhar intelectual de carneiro mal morto;
dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.

Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus:
nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?
Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que 
«as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».

E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?

Era um descanso...
                                        

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