Meu Natal Timor,
Meu primeiro Natal.
Quantos anos tinha?!
Nunca o soube ao certo.
Minha Mãe-Menina
Fez-me o seu presépio:
Uma encosta arrancada ao Ramelau
Com uma gruta ausente
Cheia de Maromak
E perfume de coco,
Um búfalo e um kuda
E o bafo quente dos seus pulmões.
E um menino sobre a palha de arroz
E folhas de cafeeiro.
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
- Ínan, quem é?
- É o Maromak-Filho e teu Irmão!
E eu recuei, porque via no berço
Um menino rosado,
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
- Ele é, mais do que todos, teu Irmão...
- Mas como pode ser um meu irmão?
- É teu Irmão: Firma-lhe bem teus olhos, meu Amor!
E eu, obedecendo,
Firmei-me todo nEle.
E vejo-O desde então
Também da minha cor!
Meu primeiro Natal.
Quantos anos tinha?!
Nunca o soube ao certo.
Minha Mãe-Menina
Fez-me o seu presépio:
Uma encosta arrancada ao Ramelau
Com uma gruta ausente
Cheia de Maromak
E perfume de coco,
Um búfalo e um kuda
E o bafo quente dos seus pulmões.
E um menino sobre a palha de arroz
E folhas de cafeeiro.
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
- Ínan, quem é?
- É o Maromak-Filho e teu Irmão!
E eu recuei, porque via no berço
Um menino rosado,
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
- Ele é, mais do que todos, teu Irmão...
- Mas como pode ser um meu irmão?
- É teu Irmão: Firma-lhe bem teus olhos, meu Amor!
E eu, obedecendo,
Firmei-me todo nEle.
E vejo-O desde então
Também da minha cor!
FERNANDO SYLVAN
(de 7 poemas de Timor, 1965)
Ínan = mãe
Kuda = Pequeno cavalo
Maromak = Deus
tuka,
ResponderEliminaro Menino terá a cor de quem O sente, de quem O olha sem indiferença.
Desconhecia o autor, mas fiquei emocionada com a harmonia das palavras, do sentir.
bj