Na tal habitação volto a falar-te
Na tal que já eu-próprio não conheço
Na tal que mais que tálamo era berço
Na tal em que de noite nunca é tarde
Na tal de que por fim ninguém se evade
Na tal a que sei bem que não regresso
Na tal que umbilical cabe num verso
Na tal sem universo que a iguale
Na tal habitação te vou falando
Na tal como quem joga às escondidas
Na tal a ver se tu me dizes qual
Na tal de que eu herdei só este canto
Na tal que para sempre está perdida
Na tal em que o natal era Natal
David Mourão-Ferreira
Que escolha mais acertada!
ResponderEliminarSempre apreciei David Mourão Ferreira mas, nunca tinha lido tal citação.
Feliz Na Tal
Gostei muito do soneto. Gostaria,entretanto, de ler um poema seu. E que mandasse através de comentários sobre meus blogs:http://cirandinhapiaui.blogspot.com
ResponderEliminarhttp://franciscomigueldemoura.blogspot.com
e
http://abodegadocamelo.blogspot.com
«Na tal» ocasião quando o abraço do amor viu o outro como um semelhante, um irmão. E «Na tal», realizou-se o festim maior da história, a humanidade uniu-se à divindade e vice-versa. Belo soneto de Natal.
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