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quinta-feira, março 04, 2010

Seis mil estandartes nas varandas para assinalar Páscoa


Muitos católicos aderem. Empresa  recrutou funcionários para responder a pedidos.

Os católicos estão a colocar estandartes com a cruz da Páscoa nas varandas para marcar o tempo da Quaresma. Uma manifestação pública de fé que acontece na sequência do êxito dos estandartes de Natal, uma iniciativa que "pendurou" mais de trinta mil meninos Jesus nas janelas portuguesas.
A ideia de criar uma imagem semelhante para a Páscoa, o tempo litúrgico mais importante para os cristãos, surgiu na diocese de Braga. E numa semana e meia foram vendidos mais de seis mil estandartes para todo o País, afirmou ao DN Miguel Gonçalves, da organização. A procura tem sido tão grande que a empresa que produz os estandartes, no Norte do País, já teve de recrutar mais funcionários para dar resposta às encomendas.
"O objectivo é lembrar a Quaresma e suscitar inquietações nas pessoas, levá-las a reflectir sobre a a sua conversão", explica o responsável pela divulgação da iniciativa. As encomendas fazem-se online (www.estandartesdepascoa.com) ou nalgumas paróquias e a receita reverte para a acção social dessas localidades.
O estandarte tem uma face roxa e outra amarela, que exprimem dois períodos distintos: a Quaresma, tempo de introspecção, e a Páscoa, de alegria pela ressurreição de Cristo. "No dia de Páscoa teremos milhares de pessoas a fazer o mesmo gesto, virando o estandarte para assinalar a alegria."
Ao mesmo tempo que o Estado laico "tenta despir o espaço público de símbolos religiosos", prossegue Miguel Gonçalves, referindo--se, por exemplo, aos crucifixos, sente-se "uma vontade grande das pessoas de partilharem a fé".
O sociólogo Joaquim Costa, da Universidade do Minho, lembra que a remissão dos assuntos religiosos para a esfera privada é recente e corresponde aos princípios modernos da sociedade laica. "Agora, as religiões recusam o papel marginal, estritamente privado, que a modernidade secularizada lhes tinha reservado; assumem-se como parte da sociedade e do debate público. Isso implica mostrarem-se e fazerem ouvir a sua voz", disse ao DN. Esta nova atitude, adianta, não exige necessariamente a destruição dos princípios do Estado laico. "Seria um sinal da liberdade que o laicismo deve garantir."DN, Lisboa
NOTA DA REDACÇÃO - Quando um católico para demonstrar a sua Fé precisa de pendurar um "trapinho" na janela, acho que as coisas não vão bem. COISIFICA-SE A FÉ, pendura-se a Fé que fica à mercê das intempéries, mas talvez não se vivifique a Fé. Mais importante que parecer, é ser. Seria melhor, no meu ponto de vista, que esses ditos que pretendem "fazer ouvir a sua voz" tentassem, numa catequese de adultos, aprender os sinais, os ritos, sua significação e dimensão sacramental e então sim, se têm alguma coisa a provar à sociedade, tirassem o trapinho da janela e agissem.

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