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domingo, dezembro 19, 2010

Na Tal


Na tal habitação volto a falar-te
Na tal que já eu-próprio não conheço
Na tal que mais que tálamo era berço
Na tal em que de noite nunca é tarde

Na tal de que por fim ninguém se evade
Na tal a que sei bem que não regresso
Na tal que umbilical cabe num verso
Na tal sem universo que a iguale

Na tal habitação te vou falando
Na tal como quem joga às escondidas
Na tal a ver se tu me dizes qual

Na tal de que eu herdei só este canto
Na tal que para sempre está perdida
Na tal em que o natal era Natal


David Mourão-Ferreira

3 comentários:

  1. Que escolha mais acertada!
    Sempre apreciei David Mourão Ferreira mas, nunca tinha lido tal citação.
    Feliz Na Tal

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  2. Gostei muito do soneto. Gostaria,entretanto, de ler um poema seu. E que mandasse através de comentários sobre meus blogs:http://cirandinhapiaui.blogspot.com
    http://franciscomigueldemoura.blogspot.com
    e
    http://abodegadocamelo.blogspot.com

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  3. «Na tal» ocasião quando o abraço do amor viu o outro como um semelhante, um irmão. E «Na tal», realizou-se o festim maior da história, a humanidade uniu-se à divindade e vice-versa. Belo soneto de Natal.

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