Pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu que um gene introduzido 'in vitro' num primata fosse passado à sua descendência. Neste caso o gene fluorescente da GPF, uma proteína usada para explorar o interior das células vivas. A experiência, feita no Japão, abre caminho ao estudo de doenças humanas como a Parkinson e a eventuais novos tratamentos.
À primeira vista, Kei e Kou são dois saguis comuns, iguais a tantos outros. Mas sob uma luz ultravioleta, é revelado aquilo que os torna tão especiais: a fluorescência. Característica que ganharam in vitro, quando ainda eram embriões, e que vão ser capazes de passar para os seus descendentes. O que os torna nas cobaias quase perfeitas, abrindo novas perspectivas para a pesquisa médica e a observação de várias doenças humanas.
É a primeira vez que um gene introduzido é herdado com sucesso pela nova geração, dizem os investigadores japoneses liderados por Erika Sasaki, do Instituto Central de Experimentação Animal da Universidade de Keio, na revista Nature. A descoberta abre caminho para a observação nestes primatas de patologias humanas ligadas ao cérebro e ao sistema nervoso.
"Os modelos de ratos transgénicos ajudaram-nos a compreender melhor uma série de doenças humanas, mas há algumas áreas, especialmente doenças do cérebro e do sistema nervoso, onde uma maior semelhança entre primatas e o homem deixa os cientistas desejosos de os usar, se puderem", disse Sophie Petit-Zeman, da Associação de Pesquisas Médicas britânica. A nova descoberta "pode abrir a porta a modelos melhores e mais eficientes de doenças humanas e, em última análise, a melhores tratamentos", afirmou.
Há vários anos que os cientistas japoneses usam os saguis comuns em experiências. Além de ser o mais pequeno dos primatas, tem uma elevada fertilidade, tendo já auxiliado no desenvolvimento de terapias regenerativas para lesões da espinal medula. Desta vez, os investigadores introduziram nos embriões do Callithrix jacchus, um vírus de proteína fluorescente, o GFP, originalmente extraído de uma medusa (ver caixa).
Os embriões foram implantados em sete mães de aluguer, tendo três delas sofrido abortos naturais. As outras quatro deram à luz cinco pequenas crias. Na segunda geração, o gene do GFP estava presente nas células reprodutoras de dois dos cinco saguis. Um deles transmitiu-o à geração seguinte. Em experiências anteriores, o gene nunca estava presente nas células reprodutoras e este último passo tinha falhado.
A próxima etapa será implantar a estes saguis transgénicos doenças como a de Parkinson ou a esclerose lateral amiotrófica (também conhecida por doença de Charcot), escreveram os investigadores no seu comunicado. "Os cientistas podem ser capazes de duplicar sintomas parecidos com a Parkinson em saguis ao longo de várias gerações para nos ajudar a aproximar-nos de uma cura", disse Kieran Breen, director da Pesquisa e Desenvolvimento da Sociedade da Doença de Parkinson do Reino Unido.
Contudo, segundo alguns especialistas norte-americanos que publicam um comentário na mesma revista Nature, esta espécie de primata não é tão boa como outras, por exemplo, os babuínos, na duplicação de doenças humanas. Outros, como o australiano Mark Hill, da Universidade de New South Wales, lembram as questões éticas: "Como sempre, nesta área de pesquisa, é necessário uma ligação estreita entre o trabalho científico, os temas éticos e as directivas de regulação."
À primeira vista, Kei e Kou são dois saguis comuns, iguais a tantos outros. Mas sob uma luz ultravioleta, é revelado aquilo que os torna tão especiais: a fluorescência. Característica que ganharam in vitro, quando ainda eram embriões, e que vão ser capazes de passar para os seus descendentes. O que os torna nas cobaias quase perfeitas, abrindo novas perspectivas para a pesquisa médica e a observação de várias doenças humanas.
É a primeira vez que um gene introduzido é herdado com sucesso pela nova geração, dizem os investigadores japoneses liderados por Erika Sasaki, do Instituto Central de Experimentação Animal da Universidade de Keio, na revista Nature. A descoberta abre caminho para a observação nestes primatas de patologias humanas ligadas ao cérebro e ao sistema nervoso.
"Os modelos de ratos transgénicos ajudaram-nos a compreender melhor uma série de doenças humanas, mas há algumas áreas, especialmente doenças do cérebro e do sistema nervoso, onde uma maior semelhança entre primatas e o homem deixa os cientistas desejosos de os usar, se puderem", disse Sophie Petit-Zeman, da Associação de Pesquisas Médicas britânica. A nova descoberta "pode abrir a porta a modelos melhores e mais eficientes de doenças humanas e, em última análise, a melhores tratamentos", afirmou.
Há vários anos que os cientistas japoneses usam os saguis comuns em experiências. Além de ser o mais pequeno dos primatas, tem uma elevada fertilidade, tendo já auxiliado no desenvolvimento de terapias regenerativas para lesões da espinal medula. Desta vez, os investigadores introduziram nos embriões do Callithrix jacchus, um vírus de proteína fluorescente, o GFP, originalmente extraído de uma medusa (ver caixa).
Os embriões foram implantados em sete mães de aluguer, tendo três delas sofrido abortos naturais. As outras quatro deram à luz cinco pequenas crias. Na segunda geração, o gene do GFP estava presente nas células reprodutoras de dois dos cinco saguis. Um deles transmitiu-o à geração seguinte. Em experiências anteriores, o gene nunca estava presente nas células reprodutoras e este último passo tinha falhado.
A próxima etapa será implantar a estes saguis transgénicos doenças como a de Parkinson ou a esclerose lateral amiotrófica (também conhecida por doença de Charcot), escreveram os investigadores no seu comunicado. "Os cientistas podem ser capazes de duplicar sintomas parecidos com a Parkinson em saguis ao longo de várias gerações para nos ajudar a aproximar-nos de uma cura", disse Kieran Breen, director da Pesquisa e Desenvolvimento da Sociedade da Doença de Parkinson do Reino Unido.
Contudo, segundo alguns especialistas norte-americanos que publicam um comentário na mesma revista Nature, esta espécie de primata não é tão boa como outras, por exemplo, os babuínos, na duplicação de doenças humanas. Outros, como o australiano Mark Hill, da Universidade de New South Wales, lembram as questões éticas: "Como sempre, nesta área de pesquisa, é necessário uma ligação estreita entre o trabalho científico, os temas éticos e as directivas de regulação."
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