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sábado, julho 18, 2009

"O sol já se escondeu" - Sebastião da Gama


O Sol já se escondeu...
Precisamente quando,
feliz,
eu desatei a cantar.
(Só por feliz eu cantei.)

Agora quero acabar,
que já me dói a garganta,

mas vou ainda cantando,

temendo

dar por mim de novo triste

assim que esteja calado.

(...Como se a minha Alegria

nascesse de eu ter cantado.)

In:Serra-mãe, 2ªEd. (1957)


NOTA DA REDACÇÃO - INESPERADAMENTE HOJE, A LEITURA DE UM TEXTO ACORDOU EM MIM UMA SAUDADE TREMENDA, DOLOROSA. SAUDADE DA ARRÁBIDA, DE A SUBIR TORTUOSA TENTANDO ENCONTRAR OS TRILHOS CERTOS.DE DESCANSAR NA PEDRA CINZENTA, CANSADO O PEITO E O REMÉDIO DE UM AR PURO QUE NOS ENVOLVIA, PRIMEIRO EM BRISA, DEPOIS ENTRANHADO, SEM SABER SE A HUMIDADE DO OLHAR ERA DA BELEZA, SE DO CANSAÇO, SE DA PUREZA, SE DO SILÊNCIO...

1 comentário:

  1. Minha Amiga: como eu compreendo as suas palavras pela "ausência" daquela serra maravilhosa, debruçada no Sado e com o "olho" no Tejo, a quem a AMA, como o "nosso" Poeta Sebastião da Gama.
    Gostei muito da sua NOTA. Diz MUITO.
    Abração do
    Rui
    1lindomenino

    Bom DOMINGO...!!!

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