quinta-feira, março 31, 2011
Visão de um professor de economia chinês (s/ a Europa)
1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo
social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os
europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam:
lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV!
Vivem, portanto, bem acima dos seus meios,porque é preciso pagar estes
sonhos de miúdos...
2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para
suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para
financiar a sua assistência generalizada.
social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os
europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam:
lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV!
Vivem, portanto, bem acima dos seus meios,porque é preciso pagar estes
sonhos de miúdos...
2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para
suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para
financiar a sua assistência generalizada.
3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão
pagar 'a conta'.
4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo.
Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não
poderão honrá-la.
5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos
'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão
fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.
6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas
sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos
há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por
impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É
uma inversão de valores.
7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e
sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o
abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!
8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los.
Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...
9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego
em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de
uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das
inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os
decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um
desempregado...
10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade...
NOTA: É possível ver a versão original do "Prof. Chinês" a falar
através do link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=DMKb9A6Kouk&feature=player_embedded
pagar 'a conta'.
4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo.
Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não
poderão honrá-la.
5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos
'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão
fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.
6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas
sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos
há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por
impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É
uma inversão de valores.
7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e
sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o
abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!
8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los.
Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...
9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego
em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de
uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das
inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os
decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um
desempregado...
10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade...
NOTA: É possível ver a versão original do "Prof. Chinês" a falar
através do link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=DMKb9A6Kouk&feature=player_embedded
INSULTAR É UMA HONRA
“Assim como ser insultado é uma vergonha, insultar é uma honra. Por exemplo, mesmo que a verdade, o direito e a razão estejam do lado do meu adversário, não deixo de insulta-lo; desse modo, todas as suas qualidades passam a ser desconsideradas, e o direito e a honra passam a estar do meu lado.
Ele, pelo contrário, perdeu provisoriamente a sua honra - até conseguir restabelece-la, não mediante direito e razão, mas por tiros e estocadas. Logo, a rudeza é uma qualidade que, no ponto de honra, substitui ou se sobrepõe sobre as outras. O mais rude tem sempre razão: para quê tantas palavras?
Qualquer estupidez, insolência, maldade que alguém possa ter feito, uma rudeza retira-lhes essa característica e elas são de imediato legitimadas. Se, numa discussão ou conversa, outro indivíduo mostra conhecimento mais correcto do assunto, um amor mais austero à verdade, um juízo mais saudável, mais entendimento que nós, ou se em geral exibe méritos intelectuais que nos deixam na sombra, então podemos de imediato suprimir semelhantes superioridades e a nossa própria mesquinhez por elas revelada e sermos, por nosso turno, superiores, tornando-nos ofensivos e rudes.
Pois uma rudeza derrota todo o argumento e eclipsa qualquer espírito; isso se o oponente não tomar parte nela e replicar com outra maior ainda. Não o fazendo, chegamos à vantagem no nobre desafio; desse modo, permanecemos vitoriosos e com a honra do nosso lado.
Verdade, conhecimento, entendimento, inteligência e espírito têm de ser desconsiderados e acabam por ser reprimidos pela divina rudeza. Por conseguinte: as «pessoas de honra», tão logo são confrontadas com uma opinião diferente da sua ou simplesmente com um entendimento mais arguto que pode contradizê-las, preparam-se imediatamente para montar no seu cavalo de batalha, e se, numa controvérsia, lhes faltar um contra-argumento, procurarão uma rudeza, que servirá para o mesmo fim e é mais fácil de encontrar.
Em seguida, vão-se triunfantes. Nesse caso, já se vê o quão é justo dizer, em louvor do princípio da honra, que ele enobrece o tom em sociedade.
ARTHUR SCHOPENHAUER
quarta-feira, março 30, 2011
Portugueses: Descendentes de quem?
Era no tempo em que, no palácio das Necessidades, ainda havia ocasião para longas conversas (mas podia passar-se hoje...). Um jovem diplomata, em diálogo com um colega mais velho, revelava o seu inconformismo. A situação económica do país era complexa, os índices nacionais de crescimento e bem-estar, se bem que em progressão, revelavam uma distância, ainda significativa, face aos dos nossos parceiros. Olhando retrospetivamente, tudo parecia indicar que uma qualquer "sina" nos condenava a esta permanente "décalage". E, contudo, olhando para o nosso passado, Portugal "partira" bem:
- Francamente, senhor embaixador, devo confessar que não percebo o que correu mal na nossa história. Como é possível que nós, um povo que descende das gerações de portugueses que "deram novos mundos ao mundo", que criaram o Brasil, que viajaram pela África e pela Índia, que foram até ao Japão e a lugares bem mais longínquos, que deixaram uma língua e traços de cultura que ainda hoje sobrevivem e são lembrados com admiração, como é possível que hoje sejamos o mais pobre país da Europa ocidental.
O embaixador sorriu, benévolo e sábio, ao responder ao seu jovem colaborador:
- Meu caro, você está muito enganado. Nós não descendemos dessa gente aventureira, que teve a audácia e a coragem de partir pelo mundo, nas caravelas, que fez uma obra notável, de rasgo e ambição.
- Não descendemos? - Reagiu, perplexo, o jovem diplomata - Então de quem descendemos nós?
- Nós descendemos dos que ficaram por aqui...
Albino Marques
terça-feira, março 29, 2011
PROTESTO SILENCIOSO
Thich Quang Duc, nascido em 1897, foi um monge budista vietnamita que se sacrificou até a morte numa rua movimentada de Saigon em 11 de junho de 1963. Seu ato foi repetido por outros monges. Enquanto seu corpo ardia sob as chamas, o monge manteve-se completamente imóvel. Não gritou, nem sequer fez um pequeno ruído. Thich Quang Duc protestava contra a maneira que a sociedade oprimia a religião Budista em seu país. Após sua morte, seu corpo foi cremado conforme tradição budista. Durante a cremação seu coração manteve-se intacto, pelo que foi considerado como quase santo e seu coração foi transladado aos cuidados do Banco de Reserva do Vietnã como relíquia.
segunda-feira, março 28, 2011
pensamento do dia
''Eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar de opinião, porque não me envergonho de raciocinar e aprender''
Alexandre Herculano
no aniversário da sua morte
Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda
domingo, março 27, 2011
mais uma adaptação dos "Lusíadas"
I
As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!
II
E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas...
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!
III
Falam da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano...
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.
IV
E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!
rec. por email
sábado, março 26, 2011
a Menina do Vietnam
Esta foto foi tirada em 1972, pelo fotógrafo Nic Ut, nascido na Indochina Francesa. Um avião-norte americano bombardeou a vila de Trang Bang, no Vietnã. A menina da foto se chama Pham Thi Kim Phuc. No meio a guerra, ela e família foram atingidas pelo bombardeio. As roupas pegaram fogo e numa tentativa de se salvar ela tirou as roupas e saiu correndo. Foi nesse exacto momento que o fotógrafo tira a foto e socorre a menina que permaneceu no hospital durante 14 meses e foi submetida a 17 cirurgias de enxerto na pele. Hoje ela é casado e tem dois filhos e criou a "Fundação Kim Phuc", dedicada a ajudar as crianças vítimas da guerra e embaixadora da UNESCO.
sexta-feira, março 25, 2011
Quando....
Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.
Alberto Caeiro
quinta-feira, março 24, 2011
La hermosa máscara
Es el amor. Tendré que cultarme o que huir.
Crecen los muros de su cárcel, como en un sueño atroz.
La hermosa máscara ha cambiado, pero como siempre es la única.
De qué me servirán mis talismanes: el ejercicio de las letras,la vaga erudición, el aprendizaje de las palabras que usó el áspero Norte para cantar sus mares y sus espadas,la serena amistad,las galerías de la biblioteca,las cosas comunes,los hábitos, el joven amor de mi madre,la sombra militar de mis muertos,la noche intemporal, el sabor del sueño
Estar contigo o no estar contigo es la medida de mi tiempo.
Crecen los muros de su cárcel, como en un sueño atroz.
La hermosa máscara ha cambiado, pero como siempre es la única.
De qué me servirán mis talismanes: el ejercicio de las letras,la vaga erudición, el aprendizaje de las palabras que usó el áspero Norte para cantar sus mares y sus espadas,la serena amistad,las galerías de la biblioteca,las cosas comunes,los hábitos, el joven amor de mi madre,la sombra militar de mis muertos,la noche intemporal, el sabor del sueño
Estar contigo o no estar contigo es la medida de mi tiempo.
Ya el cántaro se quiebra sobre la fuente, ya el hombre se levanta a la voz del ave,ya se han oscurecido los que miran,por las ventanas, pero la sombra no ha traído la paz.
Es, ya lo sé, el amor: la ansiedad y el alivio de oír tu voz,
la espera y la memoria, el horror de vivir en lo sucesivo.
Es el amor con sus mitologías, con sus pequeñas magias inútiles.
Es, ya lo sé, el amor: la ansiedad y el alivio de oír tu voz,
la espera y la memoria, el horror de vivir en lo sucesivo.
Es el amor con sus mitologías, con sus pequeñas magias inútiles.
Hay una esquina por la que no me atrevo a pasar.
Ya los ejércitos me cercan, las hordas.
(Esta habitación es irreal; ella no la ha visto.)
El nombre de una mujer me delata.
Me duele una mujer en todo el cuerpo.
Ya los ejércitos me cercan, las hordas.
(Esta habitación es irreal; ella no la ha visto.)
El nombre de una mujer me delata.
Me duele una mujer en todo el cuerpo.
quarta-feira, março 23, 2011
Morreu hoje, aos 79 anos, Elizabeth Taylor
Elizabeth Taylor "morreu esta manhã em paz", em Los Angeles, no Hospital Cedars-Sinai, disse o seu agente à televisão norte-americana CNN, depois de a actriz ter passado vários anos a lutar contra uma insuficiência cardíaca grave, que levou à sua hospitalização há cerca de seis semanas. Liz Taylor, como era conhecida, era uma das últimas lendas vivas de Hollywood.
Nascida em 1932, Liz Taylor tornou-se actriz logo em criança, e participou em alguns dos mais conhecidos filmes da chamada "época de ouro" de Hollywood. Ao longo da sua carreira ganhou dois Óscares - pelas suas participações em "Butterfly 8" (de 1960) e "Who's Afraid of Virginia Woolf" (1966) - e foi nomeada para outros quatro. (in:DN)NOTA DA REDACÇÃO - Uma mulher lindíssima que deslumbrou o mundo com a sua arte e a sua sedução. Lembro bem os filmes "Quem tem medo de Virginia Woolf" e "Gata em telhado de zinco quente", todo o seu charme (sem silicone!). Agradeço-lhe os momentos de lazer e encantamento que me deu. Que descanse em paz!
brincando com a Lua - parte III
Fotógrafo profissional e jornalista científico, Laurent Laveder criou a série de "Moon Games" composta por diversas imagens que mostram pessoas interagindo com a Lua, graças ao ângulo específico que o artista escolheu. Laveder faz parte do colectivo "The World at night", composto por cerca de 30 famosos astro fotógrafos.
terça-feira, março 22, 2011
segunda-feira, março 21, 2011
UMA FONTE, UMA ASA…
Os anos passam… Já vai sendo tempo
De pensar na Viagem.
Irei bem ou enganei-me? Este caminho
É verdade ou miragem?
Procuro em vão sinais. Em vão persigo
As horas silenciosas.
De olhos abertos, cega, vou andando
Sobre espinhos e rosas.
Errada ou certa é longa a caminhada,
Longo o deserto em brasa.
Ah, não fora, Senhor, esta esperança
De uma fonte, uma asa!
Fonte, Senhor, que mate a longa sede
Desta longa subida.
Asa que ampare o derradeiro passo
No limite da vida.
Ah, Senhor, que mesquinhas as palavras!
Vida ou morte, que importa?
Para entrar e sair a porta é a mesma:
Senhor, abre-me a porta!
sobre Fernanda de Castro (1900-1994)
“Ela foi a primeira, neste país de musas sorumbáticas e de poetas tristes, a demonstrar que o riso e a alegria também são formas de inspiração, que uma gargalhada pode estalar no tecido de um poema, que o Sol ao meio-dia, olhado de frente, não é um motivo menos nobre do que a Lua à meia-noite”.
David Mourão Ferreira
Fernanda de Castro nasceu em Lisboa em 1900. Poeta, romancista, dramartuga e escritora de livros infantis, publicou em 1919 o seu primeiro livro: Antemanhã. Em 1969, ao prefazer meio século sobre a publicação do seu primeiro volume de poemas, foi-lhe atribuido o Prémio Nacional de Poesia. Deixou também uma vasta obra no que se refere a textos para teatro, tendo recebido em 1920 o Prémio do Teatro Nacional, com a peça Náufragos. Foi colaboradora de António Ferro (com quem era casada) em várias conferências propagandísticas do Estado Novo. Morreu em 1994.
sensibilidade I
Sinto no céu
Que se azula
A permissividade do sol
E o mar ondula
Num cinzento mole
A luz esforça
O compacto nublento
Que se renova e adoça...
Maria Teresa Góis
(foto da net)
é Primavera
É primavera, dessa que não acontece só no calendário, porque a natureza desperta emergindo dos castanhos cobre para os verdes tenros que surpreendem, em humidades cúmplices. A poalha da manhã é um manto amarelado que se espreguiça, espalha e desaparece no calor do sol. O ar fresco traz os cheiros da noite já coados pela luz. Apetece respirar fundo e pensar que cada dia é um começo.
Mas não é.
As caras estremunhadas e remelentas das crianças que esperam, cedo demais, o transporte da escola, os que de foice ao ombro vão ou vêem dos palheiros, o carro do pão parado na venda, a conversa de comadres, dizem de um começo de séculos que temos de prosseguir.
A mesma bica, do mesmo café e da mesma máquina, não tem um mesmo sabor!
Não pode ter porque o “bom dia” que se troca não tem as mesmas entoações, as mesmas vibrações. Mas a manhã espalha-se no tempo e nas vontades contrafeitas, adianta-se no dia soalheiro e a continuidade acontece.
Crianças passam para a escola numa mão dada que é o prolongamento do braço das mães que as arrastam, enquanto outras caminham ajoujadas pelo peso da mochila, mas alegres. E é essa pequena Alegria que nos garante a Primavera, todos os dias.
Maria Teresa Góis
domingo, março 20, 2011
como eu vejo a ilha
do Porto Moniz ao Pico Ruivo, num mergulho no azul...ao fundo a neve branca e leve, branca e fria...
Os teus olhos
O céu azul, não era
Dessa cor, antigamente;
Era branco como um lírio,
Ou como estrela cadente.
Um dia, fez Deus uns olhos
Tão azuis como esses teus,
Que olharam admirados
A taça branca dos céus.
Quando sentiu esse olhar:
“Que doçura, que primor!”
Disse o céu, e ciumento,
Tornou-se da mesma cor!
Quando sentiu esse olhar:
“Que doçura, que primor!”
Disse o céu, e ciumento,
Tornou-se da mesma cor!
Ferreira Gullar
roedores capazes de aprender a...cantar
in:ciência hoje
Investigadores japoneses descobriram que é possível modificar geneticamente ratos para pô-los a cantar. Ou seja, os animais emitiam sons e chamas ultra-sónicas muito semelhantes ao chilreio dos pássaros.
A equipa de cientistas teve algumas dúvidas sobre a origem das músicas, não sabendo se eram inatas para os roedores ou aprendidas. A grande questão que se colocou é o facto de apesar existirem várias espécies preparadas para a vocalização, são muito poucas as que estão preparadas para a aprenderem, como os seres humanos, por exemplo. Dois estudos publicados na revista online PLoS ONE tiram conclusões opostas.
A equipa de cientistas teve algumas dúvidas sobre a origem das músicas, não sabendo se eram inatas para os roedores ou aprendidas. A grande questão que se colocou é o facto de apesar existirem várias espécies preparadas para a vocalização, são muito poucas as que estão preparadas para a aprenderem, como os seres humanos, por exemplo. Dois estudos publicados na revista online PLoS ONE tiram conclusões opostas.
Os ratos cantores são parte de um projecto de Engenharia Genética – o «Evolved Mouse Project» (EMP) – desenvolvido na Universidade de Osaka. Para o estudo, são utilizados roedores geneticamente modificados propensos a mutações.
Um dos animais desenvolveu mesmo a capacidade de cantar como um pássaro. A equipa considera que pode ter sido herdada e passada de geração em geração e agora atribuída a vários exemplares.
Os sons são empregues de forma social entre eles, quando se emparelham, por exemplo, entre outras circunstâncias. Contudo, os resultados não desvendam se essa capacidade é inata em cada ratinho recém-nascido ou se é aprendida, de outros mais velhos. “As mutações são consequências da evolução”.
O laboratório, dirigido por Takeshi Yagi, na Universidade de Osaka, tem agora mais de cem “ratos cantores” para posteriores investigações. Os animais geneticamente modificados têm sido cruzados durante diferentes gerações “para ver o que acontece”, explicou a equipa. Os investigadores esperam que forneçam pistas sobre a evolução da linguagem humana, assim como cientistas de outros países estudam canoras, tal como tentilhões, para ajudá-los entender as origens de linguagem humana.
Contradições
No entanto, os investigadores do segundo estudo – uma colaboração entre a Universidade Azabu e outras instituições japonesas – acreditam que os resultados obtidos sejam fruto da genética. Chegaram mesmo a comparar duas espécies diferentes, com padrões e vocalizações distintas, ainda em bebés e deixaram-nos crescer com pais não biológicos que cantassem como os seus progenitores. No final, os pequenos roedores cantavam tal como os seus pais genéticos.
Para os primeiros autores, a complexidade das canções sugere, que com o tempo, os animais sejam capazes de as aprender, embora admitam outros factores, como o desenvolvimento neuromuscular. referiu o líder do estudo Arikuni Uchimura.
Um dos animais desenvolveu mesmo a capacidade de cantar como um pássaro. A equipa considera que pode ter sido herdada e passada de geração em geração e agora atribuída a vários exemplares.
Os sons são empregues de forma social entre eles, quando se emparelham, por exemplo, entre outras circunstâncias. Contudo, os resultados não desvendam se essa capacidade é inata em cada ratinho recém-nascido ou se é aprendida, de outros mais velhos. “As mutações são consequências da evolução”.
O laboratório, dirigido por Takeshi Yagi, na Universidade de Osaka, tem agora mais de cem “ratos cantores” para posteriores investigações. Os animais geneticamente modificados têm sido cruzados durante diferentes gerações “para ver o que acontece”, explicou a equipa. Os investigadores esperam que forneçam pistas sobre a evolução da linguagem humana, assim como cientistas de outros países estudam canoras, tal como tentilhões, para ajudá-los entender as origens de linguagem humana.
Contradições
No entanto, os investigadores do segundo estudo – uma colaboração entre a Universidade Azabu e outras instituições japonesas – acreditam que os resultados obtidos sejam fruto da genética. Chegaram mesmo a comparar duas espécies diferentes, com padrões e vocalizações distintas, ainda em bebés e deixaram-nos crescer com pais não biológicos que cantassem como os seus progenitores. No final, os pequenos roedores cantavam tal como os seus pais genéticos.
Para os primeiros autores, a complexidade das canções sugere, que com o tempo, os animais sejam capazes de as aprender, embora admitam outros factores, como o desenvolvimento neuromuscular. referiu o líder do estudo Arikuni Uchimura.
sábado, março 19, 2011
A Amizade não se Procura, Exercita-se
É um erro desejar ser compreendido antes de se ser elucidado por si mesmo a seus próprios olhos. É procurar prazeres na amizade, e não méritos. É qualquer coisa de mais corruptor ainda do que o amor. Venderias a tua alma por amor.
Aprende a repelir a amizade, ou melhor, o sonho da amizade. Desejar a amizade é um grande erro. A amizade deve ser uma alegria gratuita como as que a arte ou a vida oferecem. É preciso recusá-la para se ser digno de a receber: ela é da categoria da graça («Meu Deus, afastai-vos de mim...»). É dessas coisas que são dadas por acréscimo. Toda a ilusão de amizade merece ser destruída. Não é por acaso que nunca foste amado... Desejar escapar à solidão é uma cobardia. A amizade não se procura, não se imagina, não se deseja; exercita-se (é uma virtude). Abolir toda esta margem de sentimento, impura e enevoada. Schluss!
Aprende a repelir a amizade, ou melhor, o sonho da amizade. Desejar a amizade é um grande erro. A amizade deve ser uma alegria gratuita como as que a arte ou a vida oferecem. É preciso recusá-la para se ser digno de a receber: ela é da categoria da graça («Meu Deus, afastai-vos de mim...»). É dessas coisas que são dadas por acréscimo. Toda a ilusão de amizade merece ser destruída. Não é por acaso que nunca foste amado... Desejar escapar à solidão é uma cobardia. A amizade não se procura, não se imagina, não se deseja; exercita-se (é uma virtude). Abolir toda esta margem de sentimento, impura e enevoada. Schluss!
Ou melhor (pois não é necessário desbastar-se a si mesmo rigorosamente), tudo o que, na amizade, não passe por alterações efectivas deve passar por pensamentos ponderados. É absolutamente inútil privar-se da virtude inspiradora da amizade. O que deve ser severamente proibido, é sonhar com os prazeres do sentimento. É corrupção. E é tão estúpido como sonhar com a música ou com a pintura. A amizade não se deixa afastar da realidade, tal como o belo. E o milagre existe, simplesmente, no facto de que ela existe. Aos vinte e cinco anos é mais que tempo de acabar radicalmente com a adolescência...
Simone Weil, in 'A Gravidade e a Graça'
sexta-feira, março 18, 2011
Uma ‘Super Lua’ como não se via há 18 anos
A lua cheia vai estar mais perto da Terra no próximo sábado, iluminando o céu a uma distância de apenas 356 574 quilómetros. Já não se aproximava assim do nosso planeta há 18 anos, estando 6530 quilómetros mais perto do que é habitual. A influência do satélite natural da Terra irá sentir-se essencialmente nas marés.
Há quem lhe chame de “Super Lua” e o fenómeno acontece quando está mais perto do que é normal, dentro da sua órbita, e quando ao mesmo tempo é Lua cheia. Vai chegar ao ponto mais próximo da Terra, ou seja, vai aparecer mais exuberante à noite quando atingir o ponto máximo de um ciclo, conhecido como ‘Perigeu Lunar’.
Há quem lhe chame de “Super Lua” e o fenómeno acontece quando está mais perto do que é normal, dentro da sua órbita, e quando ao mesmo tempo é Lua cheia. Vai chegar ao ponto mais próximo da Terra, ou seja, vai aparecer mais exuberante à noite quando atingir o ponto máximo de um ciclo, conhecido como ‘Perigeu Lunar’.
Os investigadores, sismólogos e vulcanologistas, negam que possa ter consequências no balanço interno da Terra e ainda, segundo o Centro de Investigação Geológica (CIG) dos Estados Unidos, não teve qualquer relação com o terramoto que devastou o Japão.
No entanto, existe uma relação entre as fases da lua cheia e nova e as actividades sísmicas, já que a força da maré vai para além do normal, sob a influência do alinhamento da lua com o sol, e consequentemente aumentando a pressão sobre as placas tectónicas.
O CIG acrescenta que não seria o caso deste sismo, tendo em conta que aconteceu num período de fracas marés e o facto de ter ocorrido uma semana antes da "Super Lua" foi apenas uma coincidência. O deslocamento das placas vai-se formando ao longo de centenas de anos, descartando assim a possibilidade de ligação entre os fenómenos.
A variação da lua acontece por ela girar, na sua órbita, de maneira elíptica e não circular. O acontecimento do próximo sábado deve elevar a cinco por cento a força gravitacional entre o satélite lunar e o planeta, mas será imperceptível e não vai provocar grandes mudanças na Terra.
No entanto, existe uma relação entre as fases da lua cheia e nova e as actividades sísmicas, já que a força da maré vai para além do normal, sob a influência do alinhamento da lua com o sol, e consequentemente aumentando a pressão sobre as placas tectónicas.
O CIG acrescenta que não seria o caso deste sismo, tendo em conta que aconteceu num período de fracas marés e o facto de ter ocorrido uma semana antes da "Super Lua" foi apenas uma coincidência. O deslocamento das placas vai-se formando ao longo de centenas de anos, descartando assim a possibilidade de ligação entre os fenómenos.
A variação da lua acontece por ela girar, na sua órbita, de maneira elíptica e não circular. O acontecimento do próximo sábado deve elevar a cinco por cento a força gravitacional entre o satélite lunar e o planeta, mas será imperceptível e não vai provocar grandes mudanças na Terra.
in: Ciência Hoje
Nota da Redacção - Para (a)variar, no Porto Moniz, nem estrelas nem lua.....céu muito nublado!
Macacos reconhecem amigos em fotos
por DN.pt
Segundo uma experiência feita com macacos , os animais passavam mais tempo a tentar indentificar fotos de macacos que não conheciam.
Segundo a BBC online, os investigadores da Universidade de Gottingen, Alemanha, verificaram que os macacos jovens ficavam curiosos, mas confusos com as fotos. E a maior parte das vezes tentavam cumprimentar os macacos que apareciam nas imagens.
Esta descoberta sugere que os primatas aprendem com a idade que as fotos são apenas imagens. O estudo, publicado no Animal Cognition, ajuda, também a perceber mais sobre o comportamento e inteligência dos macacos.
Esta descoberta sugere que os primatas aprendem com a idade que as fotos são apenas imagens. O estudo, publicado no Animal Cognition, ajuda, também a perceber mais sobre o comportamento e inteligência dos macacos.
brincando com a Lua - parte II
Fotógrafo profissional e jornalista científico, Laurent Laveder criou a série de "Moon Games" composta por diversas imagens que mostram pessoas interagindo com a Lua, graças ao ângulo específico que o artista escolheu. Laveder faz parte do colectivo "The World at night", composto por cerca de 30 famosos astro fotógrafos.
quinta-feira, março 17, 2011
actualidade - humor negro....
"O C-130 vai tirar os portugueses do país de Khadafi para trazê-los para o país de Sócrates... e acham que estão a salvá-los!"
Canto de primavera
Atrás da cerca havia
um limoeiro - era nosso-
Os seus frutos amarelos brilhavam como lanternas,
as flores espalhavam o seu perfume no bairro.
Atrás da cerca havia um limoeiro - era nosso!-
Mas era preciso enfeitar a filha da minha Censura,
que a sua cabeleira fosse perfumada e tivesse...um diadema.
Então cortaram os nossos limoeiros
e a primavera tombou-nos dos olhos!
um limoeiro - era nosso-
Os seus frutos amarelos brilhavam como lanternas,
as flores espalhavam o seu perfume no bairro.
Atrás da cerca havia um limoeiro - era nosso!-
Mas era preciso enfeitar a filha da minha Censura,
que a sua cabeleira fosse perfumada e tivesse...um diadema.
Então cortaram os nossos limoeiros
e a primavera tombou-nos dos olhos!
Mahmud Darwich, O Jardim Adormecido e outros poemas,- selecção e tradução de Albano Martins
quarta-feira, março 16, 2011
brincando com a Lua - parte I
Fotógrafo profissional e jornalista científico, Laurent Laveder criou a série de "Moon Games" composta por diversas imagens que mostram pessoas interagindo com a Lua, graças ao ângulo específico que o artista escolheu. Laveder faz parte do colectivo "The World at night", composto por cerca de 30 famosos astrofotógrafos.
rec. por email
terça-feira, março 15, 2011
Múmia intacta depois de 600 anos preservada em água
Com sobrancelhas, cabelo e pele ainda intactos depois de mais de 600 anos, uma múmia chinesa permanecia impecavelmente conservada dentro do seu caixão inundado até o seu descanso ser interrompido pelo progresso.
De acordo com a National Geographic, a tumba foi encontrada quando operários que construíam uma estrada, perto da cidade chinesa de Taizhou, descobriram acidentalmente o 'túmulo molhado'.
O cadáver de metro e meio foi enterrado rodeado de peças de luxo: um anel de jade, um gancho de prata e mais de 20 peças de roupa da dinastia Ming (1368 - 1644), tudo perfeitamente preservado graças à água que vazou para dentro do caixão.
Victor Mair, arqueólogo da Universidade da Pensilvânia, explica que esta múmia se conservou tão bem porque «na água que verteu para dentro do caixão existia pouco oxigénio e, por isso, menos das bactérias que normalmente são as responsáveis pela decomposição do corpo».
Ao contrário dos egípcios - mestres da arte da mumificação - «não há indícios de que os chineses tenham alguma vez mumificado os seus mortos». O arqueólogo explica que o que provavelmente terá acontecido é que «o cadáver encontrou o ambiente certo para se preservar».
segunda-feira, março 14, 2011
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