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segunda-feira, julho 13, 2009

descoberta planta rara na serra da Peneda (Gerês)

Já se conhecia o lírio-do-gerês no topo da serra com o mesmo nome. Mas os especialistas detectaram com surpresa que também existe na serra da Peneda.
O lírio-do-gerês, espécie endémica do Parque Nacional da Peneda--Gerês (PNPG), acaba de ser descoberto num segundo local daquela área protegida, antes desconhecido. Para que a sobrevivência desta planta rara não seja ameaçada, as autoridades ambientais e especialistas apelam à não divulgação pública da nova localização. Até agora só se conhecia a existência desta planta selvagem no topo da serra do Gerês, mas foi identificada também na serra da Peneda, entre o Minho e a Galiza.
Em finais do ano passado, em conversa com habitantes da fronteira entre os concelhos de Melgaço e Arcos de Valdevez, técnicos do PNPG comprovaram a existência de um segundo local."É uma espécie que cresce apenas em determinadas situações de clima e outras situações. Por isso foi uma descoberta importante, até para assegurar a futura preservação da espécie", explicou ao DN fonte do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), garantindo que o local vai permanecer desconhecido: "Da nossa parte não será divulgada a localização para evitar abusos que ameacem a espécie. Quanto ao seu estudo, a nossa intenção é que a espécie seja alvo da atenção das instituições académicas."
Com palmo e meio de altura, o lírio-do-gerês apenas se desenvolve em solos ácidos, em locais entre os 600 e os 1300 metros de altitude, atingindo a plena floração em Maio e Junho, sendo considerada como uma das espécies mais raras da Península Ibérica. Com coloração azul e mancha amarelada, o lírio-do-gerês não pode ser cultivado, devido às suas condições endógenas, o que demonstra "o seu valor científico incalculável".
A planta foi identificado na serra do Gerês há cerca de um século. Por isso, a sua presença também na serra da Peneda, no outro extremo do PNPG, e dentro da zona de protecção ambiental mais elevada, animou os investigadores. "Esta descoberta constitui uma mais-valia para os municípios da região e para a qualificação da nossa herança natural. Mas representa também uma responsabilidade acrescida para os decisores políticos e gestores do território nacional", explicou ao DN o especialista José Cruz Lopes.
Este docente universitário, que já esteve no local a identificar a espécie, defende que "por razões de salvaguarda do habitat" e tendo em conta o que devem ser as "boas práticas em áreas ecologicamente sensíveis" a sua localização não deve ser conhecida do grande público. O perito refere que apenas se pode desvendar "a existência" deste novo exemplar. E a razão é simples: "Tem um habitat rochoso e a planta desenvolve-se em estrutura de solo muito simples, mas muito vulnerável. Por isso o local não pode ser de atracção turística mas de investigação científica."
Neste novo local foi possível observar, em Junho, numa área de 1,5 quilómetros quadrados, 21 espécimenes em floração madura e três com floração a despontar. "A planta foi descoberta num local onde há dois anos se registou um incêndio e foi com muita surpresa que descobrimos que a planta sobreviveu", contou o especialista.

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