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domingo, agosto 30, 2009

Carnival of Cultures 2009 Berlin - Lumix GH1 from Matzeb on Vimeo.



A parada alimenta-se de deuses e mitos. A multidão sabe disso e não relaxa. A voz ritmada de Camille dá o balanço certo para envolver toda a gente. As notas são suaves e o ritmo leve. Apenas queima gorduras periféricas. Mas ao fim de algum tempo, o estranho compasso acaba por se alojar no sistema nervoso central. O pé não pára de mexer, e com ele, tudo o mais. Mas nada muito radical. Um estranho swing Camilliano manifesta-se com a mesma liberdade com que Marguerite Duras desbravava o "nouveau roman", inspirada no clítoris. Quem gostava destas coisas era o branco Gene Krupa. As suas baquetas faziam as delícias no oriente. Chamavam-no, o homem dos pauzinhos. Duras gostava do ouvir tocar "Sing, sing, sing (With a Swing)", em parceria com Benny Goodman. Muitas vezes acabavam num cabaret de Paris. Mas os novos costumes apontam para outras paradas, mais libertárias. Camille está viciada nisso. Integra agora as Electric Ladies. Em breve vai revelar ao mundo os novos compassos para desfiles exclusivamente dirigidos a vegetarianos. Uma repetição periódica de batimentos de cenouras e meloas, acompanhado pelo suave chocalho das ervilhas. Tudo junto num frasco que em tempos esteve cheio de Nescafé. Camille chama-lhe Experiences. Eu já não digo nada. Estas urbanidades só me fazem sede.

PS. Carregue no play e vá lendo o texto. Sempre vai ouvindo música...

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