terça-feira, agosto 18, 2009
porque a felicidade é relativa, a actualidade de Alberto Caeiro
"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se,
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer,
lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..."
Alberto Caeiro
(heterónimo de Fernando Pessoa)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário