ainda as festividades e tradições, em honra de Nossa Senhora

Senhora da Aparecida regressa, este ano, em andor de 21,5metros-JN, VErónica Pereira

A Senhora da Aparecida, em Lousada, integra o rol de grandes romarias que a partir deste fim-de-semana juntam milhares de populares. Na Póvoa de Varzim, na Trofa e em Viana do Castelo, a devoção à Virgem junta-se ao arraial.

A história da Senhora da Aparecida remonta a 1823, ano em que a imagem da Virgem Maria apareceu soterrada numa mina habitada por um eremita, segundo reza a lenda. Desde então, os habitantes da freguesia de Torno, em Lousada, recebem centenas de pessoas para celebrar a festa de Nossa Senhora da Aparecida.A procissão é o ponto alto da romaria. Ontem, as atenções centraram-se nos três andores gigantes, o maior com cerca de 21,50 metros de altura, 7 de largura e quase duas toneladas, transportadas por 80 homens."É espectacular, e este ano está mais alto", afirma Carolina Adriano, residente na Maia, que veio propositadamente para assistir à procissão.

Apesar do calor intenso, a população não arredou pé até os andores terminarem o percurso junto da igreja. "Sou muito devota da senhora da Aparecida. Venho de Paredes todos os anos para ver a procissão", garante Maria Gomes. As excursões chegam de várias zonas do país, como confirma Paulo Almeida, taxista de Torno. "Já trouxe gente de Santa Maria da Feira, Viseu, Braga...". O desfile envolveu também figuras alegóricas a pé e a cavalo, mas a curiosidade centrava-se no candidato ao Guiness, o andor. A incerteza, aliás, permanece por entre a população, mas há quem garanta que o andor já figura no livro de recordes. No entanto, o feito é também reclamado em Vila Real, nas festas de Nossa Senhora da Pena. "Mas este é mais bonito", exclama Maria Rosa, que já assistiu às duas procissões "concorrentes". Álvaro Leite, membro da Comissão de Festas, assegura que "vale a pena todo o trabalho de três meses de construção". A estrutura de origem é a mesma desde há já alguns anos, os enfeites é que mudam. "Estão aqui cerca de cem mil euros", revela o responsável, lamentando a falta de divulgação de uma "tradição muito importante de Lousada". Na hora de transportar, o orgulho supera o esforço. Hilário Dias carrega o andor há 22 anos por tradição e não só. "É promessa, e enquanto puder cá estou", refere.

O tamanho é do agrado da maioria, mas há quem prefira uns metros a menos. "Este ano até está alto demais, dantes era mais vistoso", salienta Maria Adriana, da Maia. A emoção e a admiração eram reflectidas na expressão de quem por ali se concentrou durante mais de uma hora. "Já há dez anos que não vinha. Acho que este ano está muito bem organizado".