(contém imagem chocante, à direita)
O homem tinha acabado de chegar à lua e faltava uma semana para o Festival Woodstock. Na manhã de 10 de Agosto de 1969, Winifred Chapman, empregada doméstica na mansão do número 10 050 do bairro de Cielo Drive, em Los Angeles, chega novamente atrasada ao trabalho. O patrão, Rudi Altobelli, tinha viajado no início do ano para a Europa e alugou a casa ao realizador Roman Polanski e à mulher, a actriz Sharon Tate. Num anexo da propriedade vivia um estudante, William Garretson, encarregue de passar as férias de Verão a tomar conta da casa. Polanski viajara, entretanto, para Inglaterra. Abigail Folger e Viytek Frykowski, amigos do casal, mudam-se para Cielo Drive para fazer companhia a Sharon Tate, que estava grávida de oito meses.
Quando a empregada chega à propriedade, repara que o fio do telefone tinha sido cortado e estava caído em cima do portão. Vê também um carro desconhecido estacionado à porta da mansão. Tira o jornal da caixa de correio e entra em casa. Poucos minutos depois, a polícia é chamada ao local. A década do amor acabava num banho em sangue.
Os crimes Dentro de um carro desconhecido estava o corpo de Steven Parent, um adolescente de 18 anos que tinha ido tentar vender um rádio ao caseiro, durante a noite. Quando se preparava para sair da propriedade levou um tiro. Momentos depois, Abigail Folger - 25 anos e herdeira de um império de café - e o polaco Voytek Frykovsky - escritor de 32 anos - eram assassinados junto à piscina. Abigail tinha o vestido completamente ensopado em sangue e Frykovsky, amigo de Polanski, levou dois tiros na cabeça e 51 facadas. Na sala, o crime foi ainda mais macabro. Jay Sebring, um dos mais prestigiados cabeleireiros de Hollywood, foi encontrado com uma tolha embebida em sangue à volta da cabeça. Do tecto descia uma corda. Uma ponta estava atada ao pescoço de Sebring; a outra extremidade enforcava Sharon Tate, que foi esfaqueada 16 vezes. O sangue das vítimas foi usado para pintar, na parede, a expressão "Helter Skelter" (nome de uma canção dos Beatles).
Na noite seguinte, Rosemary e Leno LaBianca, um casal de meia-idade, aparecem mortos dentro da própria casa, nos arredores de Cielo Drive. A mulher foi esfaqueada 41 vezes na cama e Leno apareceu no chão com um garfo espetado na barriga. Na porta do frigorífico, lia-se "Helter Skelter". Novamente escrito com sangue.
Helter Skelter Dois anos antes dos homicídios, Charles Manson saía da prisão e os Beatles lançavam o álbum "Sgt. Peppers". Tinha 32 anos e passara 17 enclausurado, acusado de vários crimes violentos. Em pouco tempo, construiu uma espécie de evangelho em torno das canções do grupo britânico. Acreditava ter o aval de John, Paul, George e Ringo para iniciar uma revolução. Como no apocalipse, havia quatro anjos. Manson acreditava ser o quinto. Quando se juntassem, haveria de rebentar uma guerra civil entre brancos e negros. Enquanto isso, Manson - que entretanto fundara uma comunidade hippie chamada "A família", onde o consumo de ácidos era frequente - e os seus seguidores iriam esconder-se e quando o conflito terminasse, herdariam a terra. Os crimes do Verão de 1969 seriam o arranque desta guerra sem precedentes, a que Manson chamava "Helter Skelter".
Foram precisos muitos meses para que a polícia relacionasse os dois crimes. Foi Linda Kasabian, membro de "A Família", a denunciar Manson. Mas a polícia só percebeu a real dimensão dos crimes praticados pelo grupo quando Susan Atkins, uma das suas mais fiéis seguidoras, confessou a uma colega de cela que sentiu um "orgasmo" enquanto esfaqueava Sharon Tate. Em 1971, Manson (que se assumia como a reencarnação de Jesus Cristo) e seis dos seus seguidores são condenados à prisão perpétua. Charles Manson, que matou o sonho hippie, tem hoje 70 anos e ainda recebe cartas de admiradores de todo o mundo.
In: jornal i, fotos da net
Quando a empregada chega à propriedade, repara que o fio do telefone tinha sido cortado e estava caído em cima do portão. Vê também um carro desconhecido estacionado à porta da mansão. Tira o jornal da caixa de correio e entra em casa. Poucos minutos depois, a polícia é chamada ao local. A década do amor acabava num banho em sangue.
Os crimes Dentro de um carro desconhecido estava o corpo de Steven Parent, um adolescente de 18 anos que tinha ido tentar vender um rádio ao caseiro, durante a noite. Quando se preparava para sair da propriedade levou um tiro. Momentos depois, Abigail Folger - 25 anos e herdeira de um império de café - e o polaco Voytek Frykovsky - escritor de 32 anos - eram assassinados junto à piscina. Abigail tinha o vestido completamente ensopado em sangue e Frykovsky, amigo de Polanski, levou dois tiros na cabeça e 51 facadas. Na sala, o crime foi ainda mais macabro. Jay Sebring, um dos mais prestigiados cabeleireiros de Hollywood, foi encontrado com uma tolha embebida em sangue à volta da cabeça. Do tecto descia uma corda. Uma ponta estava atada ao pescoço de Sebring; a outra extremidade enforcava Sharon Tate, que foi esfaqueada 16 vezes. O sangue das vítimas foi usado para pintar, na parede, a expressão "Helter Skelter" (nome de uma canção dos Beatles).
Na noite seguinte, Rosemary e Leno LaBianca, um casal de meia-idade, aparecem mortos dentro da própria casa, nos arredores de Cielo Drive. A mulher foi esfaqueada 41 vezes na cama e Leno apareceu no chão com um garfo espetado na barriga. Na porta do frigorífico, lia-se "Helter Skelter". Novamente escrito com sangue.
Helter Skelter Dois anos antes dos homicídios, Charles Manson saía da prisão e os Beatles lançavam o álbum "Sgt. Peppers". Tinha 32 anos e passara 17 enclausurado, acusado de vários crimes violentos. Em pouco tempo, construiu uma espécie de evangelho em torno das canções do grupo britânico. Acreditava ter o aval de John, Paul, George e Ringo para iniciar uma revolução. Como no apocalipse, havia quatro anjos. Manson acreditava ser o quinto. Quando se juntassem, haveria de rebentar uma guerra civil entre brancos e negros. Enquanto isso, Manson - que entretanto fundara uma comunidade hippie chamada "A família", onde o consumo de ácidos era frequente - e os seus seguidores iriam esconder-se e quando o conflito terminasse, herdariam a terra. Os crimes do Verão de 1969 seriam o arranque desta guerra sem precedentes, a que Manson chamava "Helter Skelter".
Foram precisos muitos meses para que a polícia relacionasse os dois crimes. Foi Linda Kasabian, membro de "A Família", a denunciar Manson. Mas a polícia só percebeu a real dimensão dos crimes praticados pelo grupo quando Susan Atkins, uma das suas mais fiéis seguidoras, confessou a uma colega de cela que sentiu um "orgasmo" enquanto esfaqueava Sharon Tate. Em 1971, Manson (que se assumia como a reencarnação de Jesus Cristo) e seis dos seus seguidores são condenados à prisão perpétua. Charles Manson, que matou o sonho hippie, tem hoje 70 anos e ainda recebe cartas de admiradores de todo o mundo.
In: jornal i, fotos da net
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